Serie A

Gattuso admite que temia lutar contra o rebaixamento quando assumiu o Napoli

Gennaro Gattuso deu uma entrevista divertida depois da vitória sobre o Napoli por 2 a 1, neste sábado, pela Serie A. O treinador, que assumiu o comando do time em 11 de dezembro, substituindo um grande nome, Carlo Ancelotti. O time estava em uma situação muito ruim, jogando mal e afundado no meio da tabela. O temor do ex-jogador e treinador do Milan era que as coisas pudessem piorar, pelo caos que encontrou e pelo seu próprio início ruim: foram quatro derrotas nos cinco primeiros jogos. E o temor era forte: que o time lutasse contra o rebaixamento.

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Neste sábado, o time conseguiu uma vitória que coloca os napolitanos a seis pontos da Atalanta (com dois jogos a mais), quarta colocada e o time que ocupa a última posição de classificação à Champions League. Se a vaga no principal torneio continental ainda é só um sonho, a briga por vaga na Liga Europa é real. Ainda mais porque o time está vivo na Copa da Itália, onde enfrentará a Inter neste meio de semana.

“Nós estamos dando um senso de consistência aos nossos resultados, o time está melhorando no seu desempenho geral, a atitude, a forma como está armado. Nós temos que continuar assim”, disse o treinador depois do jogo contra o Torino ao DAZN.

“Eu gostei do nosso time, tirando os primeiros quatro ou cinco minutos. Eu também estava bravo nos últimos quatro cinco minutos, já que dominávamos o jogo e não podemos ser displicentes quando entregamos gols assim”, afirmou ainda o treinador. “Nós estávamos no controle por todo o jogo, continuamos sólidos e eu tinha medo desta partida porque tivemos uma semana muito tensa, mas conseguimos ir muito bem”.

Não foi a primeira vez que o Napoli arriscou perder pontos no final do jogo e o técnico falou sobre como impedir que isso aconteça. “É apenas não ser superficial. Nós precisamos perceber a importância de cada bola que jogamos, não sermos preguiçosos. Nós temos que ser mais determinados no último terço, ter aquele fogo no sangue quando nós temos a chance de finalizar um gol. Isso é algo que precisamos fazer”, disse Gattuso.

Com todos os problemas, o Napoli tem subido na tabela e já entra na luta por vagas em competições europeias. Até com Champions League dá para sonhar, embora ainda seja uma distância considerável. É um cenário muito melhor do que Gattuso temia que acontecesse quando ele assumiu. O ex-jogador disse que temia que o clube fosse sugado para uma disputa contra o rebaixamento.

“Ainda há um longo caminho nesta temporada e nós precisamos ser profissionais, respeitar nosso trabalho, ser um time até o último dia. Eu sei que nós arriscamos e acho que meus jogadores não perceberam o quanto nos arriscamos”, disse o treinador.

“Quando eu disse que nós tínhamos que chegar a 40 pontos para garantir a permanência [na Serie A], eu disse honestamente. Nós estávamos treinando realmente muito mal, com muita tensão. Eu sinto que é importante agora que nós todos trabalhamos duro, respeitamos um ao outro e veremos conde chegaremos ao final”, contou o técnico.

“Eu assumo a culpa [pelas derrotas para] Parma e Fiorentina, uma vez que eu quis jogar um certo time de futebol e nós não estávamos preparados. Levou algum tempo para eu perceber isso”, disse Gattuso. “Não era um time antes. As pessoas dizem que eu jogo catenaccio, mas a verdade é que este é um time que, neste momento, não pode ser muito desequilibrado quando ataca. Ter uma defesa forte ajuda o meio-campo e então o ataque também”.

Gattuso é conhecido por seu estilo bruto, seja como jogador que foi, seja como o técnico que é. E ele usou uma comparação na coletiva de imprensa que é no mínimo bastante curiosa. Disse que o time às vezes parece se considerar muito bonitos às vezes, como se fossem o Brad Pitt, em vez de serem como ele, Gattuso. “Eu quero que nós sejamos tão bonitos quando Brad Pitt quando estamos com a bola e tão feios quanto eu quando estamos defendendo”.

Bom, o recado está dado, não é mesmo?

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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