A primeira vez que Eusebio di Francesco sobreviveu foi na derrota por 7 a 1 para a Fiorentina, pela Copa da Itália. A segunda vez foi quando perdeu o dérbi para a Lazio, por 3 a 0, no último sábado. E, pelo jeito, Di Francesco não tinha mais do que três vidas. Após sair da Champions League nas oitavas de final, perdendo por 3 a 1 para o Porto, na prorrogação, o treinador de 49 anos foi demitido.
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Di Francesco chegou à Roma credenciado pelo excelente trabalho no Sassuolo, o qual pegou na Série B e chegou a colocar na sexta posição do Campeonato Italiano, com classificação à fase de grupos da Liga Europa. Foi o homem escolhido pela diretoria para o novo projeto, encabeçado pelo diretor de futebol Monchi. E seu trabalho nunca realmente encaixou.
Parece estranho dizer isso, considerando que na temporada passada a Roma chegou às semifinais da Champions e foi terceira colocada na Serie A, dois resultados bem aceitáveis, mas teve problemas de desempenho. Bem em jogos grandes, precisando demais de Alisson para se salvar na defesa e Ünder ou Dzeko no ataque.
Na segunda, degringolou. Passou às oitavas da Champions porque o grupo era muito fácil e, mesmo assim, levou duas pancadas do pior Real Madrid dos últimos anos. E, no Campeonato Italiano, teve um mal começo e não consegue emendar longas sequências de vitórias. A maior foi de três rodadas seguidas três vezes. A oscilação coloca em risco vaga na próxima Champions League. O clube está em quinto lugar, a três pontos do quarto.
A defesa, nesta temporada, está muito pior do que as dos seus principais competidores. A Roma levou 36 gols até agora e, entre os cinco primeiros, a mais próxima é a Internazionale e o Milan, com 22. Manolas não tem jogado bem e, quando os outros três zagueiros, Marcano, Fazio e Juan Jesus, jogam bem é mais uma exceção. Robin Olsen, contratado para substituir Alisson, faz o que pode, mas não é do nível do atual goleiro do Liverpool.
A torcida, porém, não culpa apenas Di Francesco pela temporada ruim da Roma. Muitas críticas são direcionadas também a James Pallotta, que nem estava na capital para o dérbi e nem viajou a Portugal. E Monchi. O ex-dirigente do Sevilla chegou com muita fama de fazer milagres com orçamentos mais modestos, fazendo uma série de apostas em jovens e comprando jogadores mais experientes em baixa.
Ainda não deu resultado. Alguns como Ante Coric mal tiveram chances. Outros, como Javier Pastore e N’Zonzi, não corresponderam como se esperava. O maior acerto do último mercado acabou sendo a chegada de Zaniolo, contrapeso na negociação que levou Nainggolan para a Internazionale. Mas, mesmo essa transferência, um jovem (mais dinheiro, claro) por um dos melhores meio-campistas da Serie A, foi arriscada.
As relações com a torcida parecem deterioradas. Depois da partida contra o Porto, Monchi foi visto no aeroporto discutindo com torcedores, que teriam dito que ele está “destruindo o time”. O espanhol respondeu que “em seis meses vai pegar um por um deles”, o que está sendo interpretado como uma indicação de que ele irá mesmo para outro time, com o Arsenal liderando as especulações.
O favorito para assumir o time é Claudio Ranieri, que não conseguiu tirar o Fulham da zona de rebaixamento, o que só pode ser uma solução temporária até o fim da temporada. Depois disso, a Roma precisará de uma nova orientação, no comando técnico e diretivo.