Balanço da Série A 2016/17, parte 1: os rebaixados e o milagre do Crotone na metade de baixo da tabela
Agora é oficial: com o desfecho da Champions League, nenhuma equipe da Serie A entra mais em campo nesta temporada. Portanto, é hora de darmos início à nossa retrospectiva, com a análise dos 20 times que disputaram o Campeonato Italiano em 2016/17 e nos fizeram vibrar com a maior média de gols do continente europeu. A primeira parte do especial tem como foco as campanhas das equipes colocadas entre a 20ª e a 11ª posição. Confira.
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Pescara
A campanha: 20ª colocação, 18 pontos. 3 vitórias, 9 empates e 26 derrotas.
No primeiro turno: 20ª posição, 9 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pela Atalanta.
Ataque e defesa: 37 gols marcados e 81 sofridos (o pior)
Time-base: Bizzarri; Zampano, Campagnaro (Coda), Fornasier, Biraghi; Verre (Bruno), Brugman, Memushaj; Caprari, Bahebeck (Cerri), Benali.
Artilheiros: Gianluca Caprari (9 gols), Ahmad Benali (6) e Jean-Christophe Bahebeck (4)
Técnicos: Massimo Oddo (1ª-14ª rodada) e Zdenek Zeman (15ª em diante)
Os destaques: Gianluca Caprari, Cristiano Biraghi e Ahmad Benali
A decepção: Alberto Gilardino
A revelação: Alberto Cerri
Quem mais jogou: Ledian Memushaj (36 jogos), Gianluca Caprari e Cristiano Biraghi (ambos com 25)
O sumido: Simone Pepe
Melhor contratação: Cristiano Biraghi
Pior contratação: Alberto Aquilani
Somente uma vez em toda a sua história o Pescara conseguiu disputar a primeira divisão e evitar o rebaixamento. A tendência, então, se confirmou e a equipe voltou imediatamente para a Serie B, mesmo com os esforços dos dois principais treinadores que passaram pelo Abruzzo nas últimas duas décadas. Oddo, antecessor de Zeman, chegou a chorar em pleno campo, ao ver seus jogadores serem massacrados pelo Torino e não enxergar soluções que pudessem modificar o panorama.
O grande erro dos golfinhos foi apostar muitas fichas em veteranos. Jogadores como Campagnaro, Stendardo, Bovo, Coda, Pepe, Aquilani, Muntari e Gilardino não contribuíram nem com muitos minutos nem com atuações de qualidade suficiente para manter o Pescara razoavelmente competitivo ao longo do certame. Entre os espasmos de competitividade mostrados pelos biancazzurri (especialmente no início do campeonato), estavam envolvidos quase sempre os jovens Bahebeck, Verre, Biraghi e Caprari. Os dois últimos, em especial, conseguiram atuar bem com frequência e devem permanecer na elite, vestindo a camisa de outros clubes.
Palermo
A campanha: 19ª colocação, 26 pontos. 6 vitórias, 8 empates e 24 derrotas.
No primeiro turno: 18ª posição, 10 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pelo Spezia.
Ataque e defesa: 33 gols marcados (o 2º pior) e 77 sofridos (a 2ª pior)
Time-base: Posavec; Thiago Cionek, González, Goldaniga; Rispoli, Gazzi, Bruno Henrique, Chochev, Aleesami; Jajalo (Diamanti); Nestorovski.
Artilheiros: Ilija Nestorovski (11 gols), Andrea Rispoli (6) e Ivaylo Chochev (3)
Técnicos: Davide Ballardini (1ª-2ª rodada), Roberto De Zerbi (3ª-14ª), Eugenio Corini (15ª-21ª), Diego López (22ª-31ª) e Diego Bortoluzzi (32ª em diante)
Os destaques: Ilija Nestorovski, Haitam Aleesami e Andrea Rispoli
A decepção: Josip Posavec
A revelação: Giuseppe Pezzella
Quem mais jogou: Ilija Nestorovski (37 jogos), Bruno Henrique (33) e Andrea Rispoli (32)
O sumido: Roberto Vitiello
Melhor contratação: Haitam Aleesami
Pior contratação: Stefan Silva
Finalmente o caos criado pelo presidente Maurizio Zamparini derrubou os rosanero. O histórico dirigente do clube destruiu a obra prima que ele mesmo criou nos últimos 15 anos, graças a um modelo de gestão que se tornou cada vez mais errático. Sem meias palavras, o Palermo virou uma verdadeira zona. A partir de 2015, a torneira praticamente secou e nem mesmo as polpudas vendas, como a de Paulo Dybala, significavam a chegada de substitutos à altura. Zamparini disse estar cansado de comandar o clube e se perdeu no personagem: explosivo e falastrão, sempre demitiu técnicos a rodo, mas em 2015/16, o time teve incríveis nove trocas de treinadores. Escapou do rebaixamento apenas na última rodada, relegando o pequeno Carpi ao fatídico destino. Dessa vez, com “apenas” cinco técnicos na temporada, caiu.
Na última edição do campeonato, as águias mal conseguiram competir com seus adversários, caindo para a segundona com três partidas a serem disputadas. Nem mesmo os gols do voluntarioso Nestorovski, os bons apoios de Rispoli e Aleesami ou a experiência e a luta de Bruno Henrique e Diamanti foram suficientes para fazer com que o time tivesse o mínimo de organização e competitividade. A “debâcle” ocorreu depois que o manda-chuva friulano se licenciou da presidência. Em fevereiro, Zamparini vendeu o clube para o comunicador e humorista ítalo-americano Paul Baccaglini, mas não dá para fingir: as suas digitais estão totalmente marcadas no vergonhoso livro desta campanha siciliana. Cabe ao tatuado novo presidente reerguer o clube. Ele conseguirá?
Empoli
A campanha: 18ª colocação, 32 pontos. 8 vitórias, 8 empates e 22 derrotas.
No primeiro turno: 17ª posição, 17 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pelo Cesena.
Ataque e defesa: 29 gols marcados (o pior) e 61 sofridos
Time-base: Skorupski; Laurini (Veseli), Bellusci, Costa, Pasqual; Krunic, Dioussé, Croce; El Kaddouri (Saponara); Maccarone (Mchedlidze, Marilungo), Pucciarelli (Thiam).
Artilheiros: Levan Mchedlidze (6 gols) e Massimo Maccarone (5)
Técnico: Giuseppe Martusciello
Os destaques: Lukasz Skorupski, Omar El Kaddouri e Manuel Pasqual
A decepção: Massimo Maccarone
A revelação: Federico Dimarco
Quem mais jogou: Lukasz Skorupski e Daniele Croce (ambos com 35 jogos)
O sumido: Alberto Gilardino
Melhor contratação: Omar El Kaddouri
Pior contratação: Alberto Gilardino
O rebaixamento do Empoli teve uma conta tão dividida quanto a de um aniversário comemorado em mesa de bar. A maior parcela ficou para a diretoria, que apostou em um treinador inexperiente e inseguro em um momento em que os azzurri haviam perdido grande parte de seu elenco. Martusciello foi auxiliar de Sarri e Giampaolo, mas, definitivamente, precisa comer muito feijão com arroz para chegar ao nível dos dois: a queda brusca no segundo turno dá indícios de que o trabalho foi mal feito nos níveis psicológico, técnico e tático. O Empoli chegou a estar mais de 10 pontos acima da zona de rebaixamento e só mesmo na última rodada é que a frequentou. Timing exato para retornar à Serie B após três anos e motivo suficiente para que grande parte da responsabilidade fique com ele.
Martusciello, claro, não teve um elenco da mesma qualidade que seus antecessores. As saídas de Mário Rui, Tonelli, Zielinski e Paredes (além de Saponara, em janeiro) não foram repostas com jogadores do mesmo nível e alguns contratados ou velhas caras do elenco renderam muito pouco. Gilardino, por exemplo, passou em branco nos meses em que atuou na Toscana e o veterano Maccarone não foi capaz de liderar a equipe, como em anos anteriores – não à toa, o Empoli teve média de inferior a um gol por jogo. Enquanto Pasqual, Costa, Dioussé, Croce, Dimarco e El Kaddouri fizeram temporada tentaram segurar as pontas, Skorupski merece uma nota à parte: o goleiro polonês foi um dos destaques do campeonato, realizando defesas espetaculares quase em todos os jogos. Não fosse ele, talvez o Empoli tivesse entrado mais cedo na zona da degola.
Crotone
A campanha: 17ª colocação, 34 pontos. 9 vitórias, 7 empates e 22 derrotas.
No primeiro turno: 19ª posição, 9 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Verona.
Ataque e defesa: 34 gols marcados (o 3º pior) e 58 sofridos
Time-base: Cordaz; Rosi, Ferrari, Ceccherini, Martella; Rohdén, Barberis, Crisetig, Capezzi (Palladino); Falcinelli, Trotta (Stoian).
Artilheiros: Diego Falcinelli (13 gols) e quatro jogadores (3)
Técnico: Davide Nicola
Os destaques: Diego Falcinelli, Alex Cordaz e Gian Marco Ferrari
A decepção: Djamel Mesbah
A revelação: Leonardo Capezzi
Quem mais jogou: Gian Marco Ferrari (37 jogos) e Alex Cordaz (36)
O sumido: Aleksandar Tonev
Melhor contratação: Diego Falcinelli
Pior contratação: Noë Dussene
Você acreditava no Crotone? Então você acredita em milagres. O time da Calábria protagonizou uma das mais incríveis arrancadas para fugir do rebaixamento em toda a história da Serie A: chegou a estar 11 pontos abaixo da linha da degola e, faltando nove partidas para o fim da competição, tinha oito a menos que o Empoli. Foi aí que a equipe treinada por Davide Nicola emendou uma série de ótimos resultados e, com muita garra e determinação, conseguiu a salvezza em sua estreia na elite. Um feito que fará Nicola atravessar a Itália de bicicleta para cumprir uma promessa.
A convicção do presidente Raffaele Vrenna na manutenção do técnico, que está no cargo há dois anos, foi uma das chaves para a salvação. O Crotone demorou muito a engrenar (só conseguiu sua primeira vitória na 11ª rodada), mas tinha alguns bons momentos durante as partidas e a defesa, graças às boas atuações do goleiro Cordaz e dos zagueiros Ferrari e Ceccherini, sofria menos que a de adversários diretos pela salvezza. O 4-4-2 pitagórico foi ineficiente durante grande parte da temporada, mas na reta final passou a funcionar, principalmente graças a Rohdén e ao reserva Nalini. Com os dois em alta, Falcinelli recebeu mais bolas na área e passou a desequilibrar: no fim das contas, mais de um terço dos gols dos squali foram feitos pelo centroavante, que já foi convocado para a seleção italiana. Heróis não são amados à toa.
Genoa
A campanha: 16ª colocação, 36 pontos. 9 vitórias, 9 empates e 20 derrotas.
No primeiro turno: 13ª posição, 23 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Lazio.
Ataque e defesa: 38 gols marcados e 64 sofridos
Time-base: Lamanna (Perin); Muñoz, Burdisso, Izzo (Gentiletti); Lazovic, Ntcham (Rincón, Cataldi), Miguel Veloso (Cofie), Laxalt; Rigoni, Pandev (Palladino); Simeone.
Artilheiros: Giovanni Simeone (12 gols) e cinco jogadores (3)
Técnicos: Ivan Juric (1ª-25ª rodada e 32ª em diante) e Andrea Mandorlini (26ª-31ª rodada)
Os destaques: Giovanni Simeone, Nicolás Burdisso e Diego Laxalt
A decepção: Lucas Orbán
A revelação: Pietro Pellegri
Quem mais jogou: Diego Laxalt (36 jogos), Giovanni Simeone e Nicolás Burdisso (ambos com 35)
O sumido: Davide Brivio
Melhor contratação: Giovanni Simeone
Pior contratação: Adel Taarabt
Foi quase. O Genoa se esforçou muito para ser rebaixado, mas acabou contando com a incompetência dos três últimos colocados e de últimos suspiros na reta final da temporada para garantir sua participação em mais uma Serie A. Parecia que a equipe treinada por Juric, ex-jogador do clube e discípulo de Gasperini, faria um campeonato tranquilo, mas não foi bem assim: a enorme queda de produção no segundo turno, no qual os rossoblù somaram somente 13 pontos, empurrou a equipe para a parte baixa da tabela. Foi exatamente neste período que Cholito Simeone experimentou um incômodo jejum, que durou dois meses e meio sem bolas na rede.
Surpreendeu o fato de o Genoa depender tanto das individualidades – como Gio, o substituto de Pavoletti no ataque, e o goleiro Perin. A proposta de Juric era manter o jogo coletivo de Gasperini, mas isso foi visto somente em alguns momentos da temporada, como na improvável vitória dos grifoni sobre a Juventus. Apesar de Lamanna ter feito alguns bons jogos, a ausência e liderança do excelente Perin, que rompeu o ligamento do joelho, se fez notar. As perdas de Izzo (suspenso) e Rincón (negociado) com a temporada em andamento também foram duros golpes para a equipe genovesa, mas ao menos o pior foi evitado. Para 2017-18, a reconstrução do elenco deve arejar o ambiente no Marassi.
Bologna
A campanha: 15ª colocação, 41 pontos. 11 vitórias, 8 empates e 19 derrotas.
No primeiro turno: 14ª posição, 20 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Inter.
Ataque e defesa: 40 gols marcados e 58 sofridos
Time-base: Mirante (Da Costa); Torosidis (Krafth, Mbaye), Gastaldello, Maietta, Masina; Dzemaili (Di Francesco), Nagy (Pulgar), Taïder (Viviani); Verdi, Destro, Krejci.
Artilheiros: Mattia Destro (11 gols), Blerim Dzemaili (8) e Simone Verdi (6)
Técnico: Roberto Donadoni
Os destaques: Simone Verdi, Ladislav Krejci e Blerim Dzemaili
A decepção: Godfred Donsah
A revelação: Federico Di Francesco
Quem mais jogou: Ladislav Krejci (37 jogos), Adam Masina (32) e Blerim Dzemaili (31)
O sumido: Godfred Donsah
Melhor contratação: Ladislav Krejci
Pior contratação: Bruno Petkovic
Sem risadinha. O Bologna ficou apenas com a 15ª posição e não chegou a mostrar um futebol empolgante, mas acredite: vários jogadores tiveram temporadas sólidas, realmente muito boas. Foram os casos de Dzemaili, pilar do meio-campo rossoblù, Taïder e Viviani, que o ajudaram no setor, ou mesmo do esterno Di Francesco, que terminou a campanha em alta. No ataque, o habilidoso e bom finalizador Verdi se destacou a ponto de ser convocado para a seleção italiana, enquanto o ponteiro Krejci se mostra um dos bons valores da nova geração tcheca, ao lado de Jankto (Udinese) e Schick (Sampdoria). Até mesmo Destro, que não foi brilhante, garantiu uma boa cota de gols no campeonato.
Pode até parecer que o Bologna não impressione tanto, mas a sobriedade é a verdadeira marca do time – com a firma de seu técnico, Roberto Donadoni. O ex-craque do Milan e da Nazionale se mostra cada vez mais um profissional capaz de montar times sólidos e organizados, que chegam a seus objetivos mesmo sem chamar atenção. O dedo do treinador se vê quando as peças mudam (e mudam muito, pois Donadoni adapta sua equipe aos adversários) e o futebol apresentado continua o mesmo. Se a intenção da diretoria do Bologna e o orçamento disponível forem direcionados para a equipe ficar no meio da tabela, Donadoni entregará um resultado satisfatório. Se for mais que isso, ele também é capaz: falta aos cartolas felsinei um pouco mais de ambição, pois há uma boa base e um comandante para tal.
Chievo
A campanha: 14ª colocação, 43 pontos. 12 vitórias, 7 empates e 19 derrotas.
No primeiro turno: 10ª posição, 25 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Fiorentina.
Ataque e defesa: 43 gols marcados e 61 sofridos
Time-base: Sorrentino; Cacciatore, Dainelli (Spolli), Gamberini (Cesar), Gobbi; Castro, Radovanovic, Hetemaj (De Guzmán, Izco); Birsa; Pellissier (Meggiorini), Inglese.
Artilheiros: Roberto Inglese (10 gols), Sergio Pellissier (9) e Valter Birsa (7)
Técnico: Rolando Maran
Os destaques: Roberto Inglese, Fabrizio Cacciatore e Valter Birsa
A decepção: Serge Gakpé
A revelação: Fabio Depaoli
Quem mais jogou: Ivan Radovanovic e Valter Birsa (ambos com 35 jogos)
O sumido: Gennaro Sardo
Melhor contratação: Stefano Sorrentino
Pior contratação: Serge Gakpé
Objetivo mais uma vez alcançado sem sustos. Em sua terceira temporada no comando do Chievo, o técnico Maran não conseguiu repetir o mesmo resultado da última Serie A (9ª posição), mas ainda assim os clivensi se deram por satisfeitos pela permanência na elite. Afinal, não dá mesmo para imaginar a envelhecida equipe de Verona brigando por algo além do meio da tabela.
O Chievo marcou os mesmos 43 gols do último campeonato, mas dessa vez os tentos ficaram mais concentrados: pilares do time, o veterano Pellissier e o habilidoso Birsa anotaram mais que em 2015-16. A grata surpresa foi o centroavante Inglese, que melhorou muito os seus números em relação à temporada anterior (fez 10, sete a mais) e vai se apresentando como herdeiro de Pellissier, que vai chegando aos 39 anos. Se para o capitão a idade não pesou, para a envelhecida linha de defesa gialloblù, sim: o rendimento no segundo turno caiu muito sobretudo por causa da falta de fôlego no setor e por algumas falhas de Sorrentino. Não à toa, a equipe sofreu 16 gols a mais que no certame anterior. Renovação já.
Udinese
A campanha: 13ª colocação, 45 pontos. 12 vitórias, 9 empates e 17 derrotas.
No primeiro turno: 11ª posição, 25 pontos.
Fora da Serie A: Eliminada na terceira fase da Coppa Italia pelo Spezia.
Ataque e defesa: 47 gols marcados e 56 sofridos
Time-base: Karnezis; Widmer, Danilo, Felipe, Samir; Badu (Hallfredsson), Kums (Fofana), Jankto; De Paul, Zapata, Théréau.
Artilheiros: Cyril Théréau (12 gols), Duvan Zapata (10) e Stipe Perica (6)
Técnicos: Giuseppe Iachini (1-7ª rodada) e Luigi Delneri (7ª em diante)
Os destaques: Duvan Zapata, Jakub Jankto e Cyril Théréau
A decepção: Rodrigo De Paul
A revelação: Jakub Jankto
Quem mais jogou: Duvan Zapata (38 jogos), Danilo (36) e Rodrigo De Paul (34)
O sumido: Thomas Hertaux
Melhor contratação: Seko Fofana
Pior contratação: Adalberto Peñaranda
Pode ser que demore um bom tempo até que a Udinese volte a fazer campanhas de altíssimo nível, mas ao menos a equipe bianconera conseguiu deixar para trás os dois anos em que flertou com o rebaixamento. Muito disso se deve à volta de Luigi Delneri a sua terra natal e ao clube em que foi jogador: Gigi não é um técnico muito inventivo, mas faz um feijão com arroz digno, adequado à realidade friulana no momento.
Isso não quer dizer que a Udinese tenha deixado de valorizar jovens jogadores – Jankto e Fofana, que brilharam nesta temporada, devem ser as próximas grandes vendas da família Pozzo. Samir, transformado em lateral esquerdo pelo treinador, é outro que fez uma temporada bastante interessante e pode mudar de ares em breve. Se jogadores técnicos, como Peñaranda e De Paul ficaram devendo, a equipe de Údine teve bom retorno de atletas que tem na força física a sua principal virtude: foram úteis a potência de Widmer na lateral e de Jankto no meio-campo, ao lado dos combativos Badu, Kums e Hallfredsson. No ataque, pode faltar habilidade a Zapata e Théréau, mas os dois garantem bolas na rede o suficiente para que a equipe que defendem não passe perrengue no campeonato.
Sassuolo
A campanha: 12ª colocação, 46 pontos. 13 vitórias, 7 empates e 18 derrotas.
No primeiro turno: 16ª posição, 20 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pelo Cesena.
Ataque e defesa: 58 gols marcados e 63 sofridos
Time-base: Consigli; Lirola (Gazzola), Cannavaro (Antei), Acerbi, Peluso; Pellegrini, Magnanelli (Sensi, Aquilani), Duncan (Mazzitelli); Berardi (Ragusa, Ricci), Defrel (Matri), Politano.
Artilheiros: Grégoire Defrel (12 gols), Alessandro Matri (8) e Lorenzo Pellegrini (6)
Técnico: Eusebio Di Francesco
Os destaques: Grégoire Defrel, Lorenzo Pellegrini e Matteo Politano
A decepção: Davide Biondini
A revelação: Luca Mazzitelli
Quem mais jogou: Francesco Acerbi (38 jogos), Andrea Consigli (37) e Federico Peluso (34)
O sumido: Gianluca Pegolo
Melhor contratação: Alessandro Matri
Pior contratação: Timo Letschert
Na temporada em que estreou em competições europeias, o Sassuolo teve uma natural queda de rendimento na Serie A. O elenco foi reforçado em quantidade, mas ainda assim a equipe sofreu muito com problemas físicos, que acompanharam algumas peças-chave do elenco durante a temporada – casos de Cannavaro, Duncan, Magnanelli e Berardi. Ainda que Di Francesco tenha sido criticado por não fazer os neroverdi jogarem tão bem quanto em outros anos, a 12ª posição não ficou tão longe dos objetivos traçados para a temporada e as lesões servem como uma espécie de salvo-conduto para o treinador e a equipe.
O primeiro turno foi bastante duro para o time emiliano, que teve de começar o campeonato sem Berardi e Duncan, seus dois principais nomes em 2015/16. O Sassuolo chegou a ficar seis jogos sem vencer em dois períodos da campanha e fechou o primeiro turno mais perto da zona de rebaixamento do que da parte alta da tabela, sobretudo porque a defesa não funcionou muito bem – embora Consigli e Acerbi tenham feito boa temporada. Se serve de alento, a equipe mostrou alguns momentos de bom futebol e voltou a apresentar jovens de boa qualidade, que se juntam a Antei, Pellegrini, Duncan, Berardi, Defrel e Politano como a base do presente e do futuro próximo do clube verde e preto. Mazzitelli, Lirola, Adjapong e Sensi serão importantes para as ambições do patrão Giorgio Squinzi nas temporadas que virão pela frente.
Cagliari
A campanha: 11ª colocação, 47 pontos. 14 vitórias, 5 empates e 19 derrotas.
No primeiro turno: 14ª posição, 23 pontos.
Fora da Serie A: Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pela Sampdoria.
Ataque e defesa: 55 gols marcados e 76 sofridos (a 3ª pior)
Time-base: Rafael (Storari); Pisacane, Ceppitelli, Bruno Alves, Murru; Isla, Tachtsidis, Padoin; Barella (João Pedro, Di Gennaro); Borriello, Sau.
Artilheiros: Marco Borriello (16 gols) e três jogadores (7)
Técnico: Massimo Rastelli
Os destaques: Marco Borriello, Nicolò Barella e Mauricio Isla
A decepção: Daniele Dessena
A revelação: Nicolò Barella
Quem mais jogou: Marco Borriello e Bruno Alves (ambos com 36)
O sumido: Marco Capuano
Melhor contratação: Marco Borriello
Pior contratação: Víctor Ibarbo
Ir a campo para matar ou morrer: este era o lema do Cagliari, um dos times que menos empatou na Serie A. Só Juventus e Roma empataram menos vezes que os sardos, que tiveram um ataque bastante incômodo para os adversários e uma defesa no melhor estilo queijo suíço. Por incrível que pareça, dentro da proposta do técnico Rastelli, alguns jogadores úteis para a fase defensiva fizeram temporada digna, como Isla, Pisacane e Bruno Alves – o português até acertou com o Rangers, da Escócia.
Apesar de ter sofrido com as muitas vezes em que a zaga casteddu foi vazada, o torcedor não teve muito o que reclamar da equipe na sua volta à elite. Em nenhum momento a equipe da Sardenha flertou com a volta à Serie B, e muito graças ao experiente Borriello, que atingiu sua segunda melhor marca na carreira. Aos 34 anos, o napolitano balançou as redes 16 vezes e ficou perto de alcançar os 19 gols marcados com a camisa do Genoa, quase uma década atrás. Além dos brasileiros João Pedro e Diego Farias, novamente importantes para os isolani, vale destacar que o Cagliari revelou bons valores para as temporadas seguintes: o italiano Barella e o norte-coreano Han prometem bastante.