O ano que antecedeu a transferência para a Juventus foi difícil para Fernando Llorente. Jogou muito pouco por ter brigado com o técnico Marcelo Bielsa, porque não quis renovar o seu contrato, e por causa dos gols de Aritz Aduriz, que chegou do Valencia e diminuiu seu espaço. Fora de forma, talvez até um pouco deprimido pelo jeito como deixou o seu time de infância, o basco demorou para conseguir ser útil para o técnico Antonio Conte, mas está, pouco a pouco, tornando-se um jogador importante da bicampeã italiana.
Llorente não chegou a jogar 900 minutos no Campeonato Espanhol do ano passado. Foi reserva 22 das 26 vezes que entrou em campo por La Liga e titular em apenas oito jogos na temporada inteira, contando todas as competições. Natural que demorasse para entrar em forma na Juventus, mas o período de adaptação foi maior que todos esperavam. Tanto que Conte chegou a cobrá-lo publicamente e houve especulações de uma nova transferência, em janeiro, para o Arsenal.
No Campeonato Italiano, demorou três jogos para ter uma chance como titular. Marcou apenas na quarta rodada, contra o Hellas Verona. Nas últimas partidas, porém, está um jogador diferente. Fez dois gols no Real Madrid, um no Napoli e ajudou a Juventus a vencer o Livorno, neste domingo, completando um passe de Paul Pogba para as redes e fazendo o trabalho de pivô para Carlos Tevez. Tem quatro gols e duas assistências nos últimos cinco jogos como titular.
A ascensão de Llorente veio na hora certa. Com a camisa 9 da seleção espanhola sem dono, ele não poderia esperar muito mais para voltar a jogar bem. A melhora não passou despercebida por Vicente Del Bosque, que o testou contra Guiné Equatorial, em amistoso do último dia 16. O bom cabeceador está na briga com Fernando Torres, David Villa, Diego Costa, Álvaro Negredo e Roberto Soldado. E também nos planos de Conte porque a Juventus precisa muito de seu ataque para ir longe na temporada.