Kaká sobre Rafael Leão: “Às vezes sair do Milan não é uma boa ideia”
Melhor do mundo pelo Milan em 2007, Kaká discorda da ideia da Serie A ser um degrau na carreira dos jogadores e considera que a liga não deve em nada às outras, exceto pelo poder financeiro

A Premier League é indiscutivelmente a liga dominante financeiramente na Europa. Isso leva a muitos debates sobre qualidade, já que o dinheiro usualmente é seguido pelos melhores jogadores e, assim, as ligas mais ricas têm qualidade melhor. Ao responder sobre a situação atual de Rafael Leão no Milan, Kaká disse em entrevista que discorda da ideia do futebol italiano ser só uma passagem para os jogadores e que a liga segue bastante desafiadora para os atacantes.
A situação de Rafael Leão
“Ele é um jogador fantástico, gosto muito dele”, disse Kaká. “Se ele vê o futebol italiano como um momento de transição na sua carreira, então ele deveria sair, agora é o momento certo. Acho que ele deveria ficar porque não vejo o futebol italiano como transitório e às vezes sair do Milan não é uma boa ideia”, continuou o ídolo rossoneri, com experiência no assunto.
Contratado como uma jovem promessa em 2003, Kaká atropelou, se tornou titular rapidamente e brilhou com a camisa do Milan, conquistando todos os títulos e sendo eleito o melhor do mundo em 2007. Em 2009, ele deixou o Milan para atuar pelo Real Madrid, onde ficaria até 2013. Sua passagem pela capital espanhola passou longe de ser o esperado para alguém do seu nível.
“Não gosto de comparações, acho que Leão deve considerar todas as opções”, continuou Kaká. “Milan está dando muito a ele. Estive com Galliani na Copa do Mundo e ele disse que a Serie A se tornou um degrau nas carreiras dos jogadores. Eu tenho dificuldades em ver assim”.
“A Serie A continua uma liga muito desafiadora para atacantes, não acho que é uma liga menor, se há alguma diferença é o poder financeiro. Aprendi muito na Itália e me tornei o jogador que os torcedores lembram”, afirmou.
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Comparações com Charles De Ketelaere
A principal contratação do Milan na temporada foi o belga Charles De Keteleare, que chegou do Club Brugge com grande expectativa. Custou € 32 milhões e foi comparado a Kaká pelo estilo, mas tem sofrido para conseguir entregar o que se esperava dele.
“Comparações só colocam pressão, especialmente em jogadores jovens que chegam em um clube de peso pela primeira vez. Eu diria a De Ketelaere para ficar calmo”, disse Kaká. “Os primeiros meses da minha segunda temporada no Milan foram muito difíceis. Os adversários te conhecem, é tudo muito diferente”.
Derby com a Inter
O primeiro gol de Kaká pelo Milan foi em outubro de 2003, em um derby com a Inter. Os dois clubes se enfrentam neste fim de semana e há muita expectativa, porque os clubes vivem momentos bem diferentes. Os rossoneri estão em uma sequência negativa, enquanto os nerazzurri vão bem e estão em segundo na tabela da Serie A.
“O Milan sofreu muitos gols recentemente, mas eles têm o derby agora. É uma partida importante para começar de novo”, afirmou o jogador. “Espero um jogo equilibrado. O Milan não tem nada menos que a Inter, mesmo que os últimos resultados tenham sido negativos”.
Cristiano Ronaldo
O brasileiro foi perguntado sobre Cristiano Ronaldo, com quem jogou no Real Madrid, e que recentemente acertou a sua ida ao Al-Nassr, da Arábia Saudita. “Acho que ele quer se aposentar do futebol jogando”, afirmou o brasileiro.
“Eu o entendo, ele é um jogador especial. Jogadores como ele dão ao time um conceito simples. Ganhar não é como perder. Tenho o sentimento que muitos jogadores jovens não entendem isso. Se eles ganham, é ótimo, se não, não importa. Não é assim”, continuou Kaká.
“Maldini era um grande exemplo disso. Ele ganhou quatro Champions League e ele queria a quinta. Jogadores como ele fazem a diferença. Zlatan (Ibrahimovic) ainda pode ser útil graças à sua mentalidade”, disse.
Futuro como diretor
Kaká tem se preparado para a vida fora dos gramados e tirou as licenças para ser treinador, mas disse que se vê mais em uma posição como diretor do que como técnico. Ele falou sobre a possibilidade de trabalhar com Adriano Galliani, atualmente no Monza, e que o levou para o Milan em 2003.
“Por que não? Galliani seria um excelente professor. Falei com ele no Catar e há muito o que aprender com ele. O futebol italiano ainda está vivo e é sempre preciso lidar com a Serie A”.