Itália

Itália ainda procura time ideal para defender título da Eurocopa

Em 4 convocações, Luciano Spalletti já convocou quase 50 jogadores para atuarem pela seleção italiana, antes da Eurocopa, que acontece neste ano

Ser atual campeão de um torneio faz com que a pressão por um bicampeonato seguido aconteça de forma bastante natural. Mas no caso da Itália, a pressão está multiplicada por mínimo 3 vezes. Apesar de ter vencido a última Eurocopa, a Azzurra não conseguiu sequer se classificar para a Copa do Mundo de 2022, e em meio a uma inesperada troca de treinador, tenta encontrar a formação tática e os jogadores ideais no seu time titular.

Ganhar a Eurocopa da Inglaterra em Wembley era tudo o que a Itália precisava depois de não conseguir ir para a Copa do Mundo de 2018 por ser eliminada pela Suécia nos playoffs. O título foi importante para levantar a moral da equipe, mas não suficiente para evitar uma decepção ainda maior. Antes de encarar Portugal, no decisivo jogo para definir qual seleção iria para o Mundial do Catar, a Azzurra perdeu para a Macedônia do Norte, ficando fora pela segunda vez consecutiva da competição mais importante de seleções do mundo.

Porém, o título um ano antes fez com que a federação seguisse apostando no trabalho de Roberto Mancini. Mas tudo mudou no início desta temporada. Mancini pediu demissão do cargo para assumir a seleção da Arábia Saudita, e apenas dias depois de não renovar com o Napoli, Luciano Spalletti assumiu a incumbência de conduzir a Azzurra para a Eurocopa, que acontecerá na Alemanha entre junho e julho deste ano.

Sob o seu comando, foram 4 vitórias, sendo a última na quinta-feira passada, em amistoso contra a Venezuela, além de dois empates e uma derrota para a Inglaterra. Mas o que mais chama a atenção no trabalho de Spalletti é a tentativa de reformulação e esquema tático que ele vem tentando fazer antes do início da Eurocopa.

Muitas oportunidades em pouco tempo

Em apenas quatro convocações, o treinador já convocou ao todo 49 atletas diferentes. Capitão do título em 2020, Leonardo Bonucci nunca foi chamado por Spalletti, assim como Marco Verratti e Lorenzo Insigne, que atuando em Catar e Canadá respectivamente, perderam suas vagas na seleção, ao menos por enquanto.

Dentre as ausências e grande problema que Spalletti tem, certamente o ataque é o que mais causa dor de cabeça ao técnico. Se antes Ciro Immobile ocupava com facilidade a função, inclusive ser tornando capitão da seleção, agora a situação mudou. Com 34 anos, o centroavante marcou apenas 10 gols nesta temporada, não sendo nem sombra do atacante que foi artilheiro quatro vezes da Serie A.

Por conta disso, Spalletti já testou também Moise Kean, reserva da Juventus, e Gianluca Scamacca, da Atalanta, na posição. Para os últimos amistosos, contra Venezuela e frente ao Equador, neste domingo (24), Mateo Retegui, do Genoa, e Lorenzo Lucca, da Udinese, foram os eleitos.

E definitivamente o centroavante do time genovês está na frente. Mesmo com apenas 8 gols no Genoa na temporada, o argentino naturalizado italiano já anotou 4 gols em 5 jogos pela Azzurra, tendo inclusive feito os dois da vitória por 2 a 1 sobre a Venezuela, recentemente. Já Lorenzo Lucca, que chama atenção por ter 2,01 m, fez 8 gols pelo time de Údine, mas ainda não estreou pela seleção.

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Esquema tático também mudou com novo técnico

Ao invés do 4-3-3 de Mancini, Spalletti está optando por um 3-5-2, um esquema semelhante ao usado por Simone Inzaghi na Inter de Milão, em que Federico Chiesa, da Juventus, vem sendo o parceiro de Retegui na frente. Sem Verratti e com Jorginho no banco, Locatelli, Pellegrini e Frattesi disputam duas vagas para atuarem ao lado de Barella. Mas as maiores brigas são na ala esquerda e na defesa. Tanto Udogie como Dimarco vêm mostrando futebol para atuarem no time titular, que conta com Di Lorenzo pelo lado direito.

Já na defesa, sem Bonucci e o aposentado Chiellini, muitos jogadores disputam a posição. O nome mais usado é Bastoni, da Internazionale, mas que conta com os também canhotos Scalvini e Buongiorno em seu encalço. A acusação de racismo e afastamento da Azzura de Acerbi abriu ainda outra vaga no time titular. E quem se deu bem com Andrea Cambiaso. Mesmo sendo ala na Juventus, Spalletti o escalou como zagueiro no mais recente jogo da Seleção Italiana, para atuar juntamente também de Mancini. Jogadores mais experientes como Darmian, Romagnoli e Rafael Tolói ainda não foram descartados totalmente.

Mais de uma formação

Mas precavido, Spalletti também está dando muitas oportunidades para os atacantes que jogam abertos. Além de Chiesa, que faz essa função e é titular, Zaccagni, Zaniolo, Raspadori e principalmente Orsolini, capitão e grande jogador da zebra Bologna vêm ganhando mais oportunidades. O atacante do time rossoblu inclusive fez o treinador atual preterir Berardi e Politano, nomes mais conhecidos e experientes.

Por mais que não tenha um elenco tão forte quanto o de seleções como França, Portugal e Inglaterra, a Itália quer mostrar mais uma vez que tem time para não só defender o título da Eurocopa, como também para chegar ao topo do continente pela terceira vez em sua história. Resta saber se nesses meses restantes, a equipe chegará preparada para fazer bonito em campo na Alemanha. Antes do jogo começar, durante hino, certamente o renovado time fará.

Foto de Vanderson Pimentel

Vanderson PimentelRedator de esportes

Jornalista formado em 2013, e apaixonado por futebol desde a infância. Em redações, também passou por Estadão e UOL.
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