Itália

Amor à camisa, trocas no elenco e recuperação de astros: De Rossi faz Roma sonhar com futuro melhor

Desde a chegada de Daniele De Rossi ao comando da Roma, time ganhou 7 de 10 jogos, Dybala voltou a se destacar e reservas ganharam um importante papel

A demissão de José Mourinho, mesmo com a mediana campanha que a Roma vinha fazendo nesta temporada, pegou muita gente de surpresa. Por mais distante que o time estivesse das primeiras colocações na Serie A, ainda assim ele era o treinador que levou os giallorossi ao título da Conference League em 2022, e que um ano depois, só não ganhou a Liga Europa por levar uma amarga virada na final contra o Sevilla.

Mais surpreendente do que quem saiu, foi quem chegou imediatamente após o anúncio da demissão de Mourinho. Por mais que seja um dos maiores ídolos da história da Roma, Daniele De Rossi tem apenas 40 anos, e seu trabalho até então como técnico havia sido bastante decepcionante, de apenas 3 vitórias e 8 derrotas em 17 jogos à frente do SPAL, entre outubro de 2022 a fevereiro do ano passado. Mesmo assim, a diretoria giallorossa ousou ao anunciar ele como treinador da equipe até o fim desta temporada.

Comprometimento com a camisa romanista desde a infância

Tirando a breve passagem pelo Boca Juniors, entre 2019 e 2020, toda a carreira profissional de Daniele de Rossi como jogador foi vestindo a camisa da Roma. Mais do que ídolo e ex-capitão, ele também é o segundo jogador que mais atuou com a camisa giallorossi, com 616 partidas, atrás apenas de Francesco Totti. E foi com esse histórico e com o suporte da torcida que De Rossi assumiu o seu amado clube como treinador em janeiro deste ano. E mais do que sangue novo, ele mudou o esquema tático, recuperou alguns ex-companheiros e está fazendo o elenco jogar um futebol objetivo, mas de muitos gols.

A equipe parou de jogar em um 3-5-2 e com De Rossi, o esquema mudou para 4-3-3. A mudança está se mostrando muito acertada até agora. Em 10 jogos, foram 7 vitórias, 2 empates (ambos na Liga Europa, com a classificação para as oitavas de final) e apenas 1 derrota para a líder da Serie A Inter de Milão. Ao todo foram 26 gols feitos, sendo que os 4 últimos foram na estupenda goleada giallorossa contra o Brighton, na primeira partida das oitavas da competição europeia.

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Dybala decisivo e gratidão eterna

E o principal destaque do time sob a batuta de De Rossi é Paulo Dybala. Nos dez jogos comandados pelo ex-volante, o argentino marcou em 8 ocasiões, tendo inclusive feito um hat-trick contra o Torino, na semana passada. Seu desempenho melhorou tanto que, atualmente, o camisa 21 é o terceiro artilheiro da Serie A, ao lado de Giroud, com 12 gols ao todo na competição.

E não foi só ele. O substituto simbólico de De Rossi recuperou o seu espaço, a faixa de capitão e também a confiança da torcida. Também nascido na capital italiana, Lorenzo Pellegrini havia perdido a vaga entre os titulares com José Mourinho. Desde o primeiro jogo de De Rossi, contra o Hellas Verona, o volante voltou a ser um dos titulares no meio de campo, e vem sendo um dos grandes pilares da equipe.

— Eu acho que devo a ele 150% de esforço nos treinos e nos jogos. Todos sabem o carinho que eu tenho por ele. Nossa relação é baseada em um respeito que é impossível de descrever. Acho que ele será o nosso técnico por mais do que os próximos seis meses. Precisamos começar de algo e ele é muito mais do que algo, tanto como técnico quanto homem. Eu devo a ele a minha disponibilidade — disse Pellegrini, que teve De Rossi também como seu companheiro como jogador da Roma.

Svilar finalmente se destaca no gol giallorosso

O esquema mais ofensivo em teoria deixaria a equipe mais exposta a ataques e consequentes gols. Mas lá atrás, outro jogador também reconquistou confiança e se tornou peça fundamental no time da Roma. Mile Svilar era reserva com Mourinho, mas a chegada de De Rossi fez ele tomar o lugar de Rui Patrício. E o goleiro sérvio mostrou que o técnico novo estava certo ao brilhar na Liga Europa. Ele foi o grande destaque do time italiano nos pênaltis, garantindo a classificação da Roma contra o Feyenoord. E assim, buscando tirar o melhor de cada atleta, independentemente se ele era titular ou reserva, De Rossi recuperou a moral do elenco e melhorou seus desempenhos.

— Tudo está indo muito bem e estou muito feliz, mas vou repetir até morrer: são grandes jogadores que estão ganhando os jogos que têm de vencer. Nós temos jogadores que outros clubes gostariam de ter. Além de treinar eles, eu tento fortalecê-los. Trate eles como seres humanos, e como humanos, eles te responderão — disse o técnico após a acachapante vitória sobre o Brighton, na última quinta-feira, que deu uma bela vantagem para a Roma antes da partida da volta.

Quais serão os próximos passos da Roma e de De Rossi?

E já no próximo domingo (10), outro grande desafio para De Rossi e seus comandados. A equipe vai ao Estádio Artemio Franchi para enfrentar a Fiorentina. Caso vença, a Roma pode seguir com sua vaga parcialmente garantida para a Liga Europa, e também pode ficar mais próxima do top 4 da Serie A, que poderá disputar a próxima Champions League. A campanha acima da média faz com que tanto os atletas, como a torcida, queiram que o ex-volante renove com o time da Loba para as próximas temporadas. Mas segundo ele mesmo, o mais importante agora é não dar um passo maior do que a perna. Nem ele e nem a Roma.

— Essa é a última coisa que penso (renovação do contrato). Estou feliz no lugar que gosto e faço o trabalho que gosto. Os jogadores estão me satisfazendo de uma maneira que eu nem sonhei. Mas se você olhar para o calendário, verá que em alguns dias estaremos jogando de novo. Depois iremos para a Inglaterra, e se acharmos que já nos classificamos, eles poderão virar o placar.

Foto de Vanderson Pimentel

Vanderson PimentelRedator de esportes

Jornalista formado em 2013, e apaixonado por futebol desde a infância. Em redações, também passou por Estadão e UOL.
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