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A Inter sobrou contra o Milan e conquistou a Supercopa da Itália de forma incontestável

A Internazionale foi amplamente superior no primeiro tempo, esfriou a tentativa de reação no segundo e matou o jogo por 3 a 0

A Supercopa da Itália pode não ser a competição mais prestigiada do calendário, mas não se recusa a oportunidade de erguer uma taça – ainda mais quando a decisão envolve dois rivais. E o Dérbi de Milão no Estádio Rei Fahd teve um passeio da Internazionale, vencedora da Copa da Itália, sobre o Milan, atual campeão da Serie A. Os nerazzurri foram amplamente superiores e ganharam por 3 a 0. O primeiro tempo demarcou a superioridade interista, num recital de Edin Dzeko, essencial nos dois primeiros tentos. Já no segundo tempo, sem que o esboço de reação dos milanistas durasse muito, Lautaro Martínez matou o jogo num belo lance. Os méritos do time de Simone Inzaghi são incontestáveis.

A Inter era bem mais ativa desde o início da partida. Edin Dzeko estava com fome de bola e representava a principal ameaça dos nerazzurri. E o bósnio seria primordial no primeiro gol, aos 10 minutos, com um toque de bola envolvente. A trama rápida dos interistas acelerou mais com o passe rasteiro de Dzeko. Foi o que habilitou Nicolò Barella para avançar nas costas da zaga e inverter o passe para o chute cruzado de Federico Dimarco, nas redes. Lautaro Martínez ainda teve uma brecha na área pouco depois, mas foi travado por Fikayo Tomori.

A tentativa de resposta do Milan foi tímida. Rafael Leão bateu por cima aos 17, mas André Onana afastou o perigo. Os rossoneri tinham mais posse de bola, mas sem a mesma efetividade da Inter. O que se provou com o segundo tento, aos 21. Alessandro Bastoni acertou uma ótima enfiada em profundidade, para Dzeko escapar pelo lado esquerdo do ataque. O centroavante deu um corte seco em Sandro Tonali, que passou lotado, e finalizou com precisão, mesmo sem ângulo, fora do alcance de Ciprian Tatarusanu.

O Milan sentiu o segundo gol e demorou a recobrar os sentidos. A Inter parecia bem mais próxima do terceiro nos minutos seguintes. Aproveitou o momento para emendar finalizações contra a meta dos rivais. Tatarusanu trabalhou, em batidas de Dzeko e Dimarco. Somente depois disso é que os milanistas voltaram a buscar um pouco mais o campo ofensivo, sem muito sucesso. A equipe tinha dificuldades em criar chances claras e abusava dos erros nos arredores da área. Foi um primeiro tempo fraquíssimo dos rossoneri.

Na volta para o segundo tempo, o Milan não realizou alterações, mas apresentava uma postura bem mais agressiva. Rafael Leão enviou um foguete da entrada da área, aos quatro, em tiro que saiu bem perto do travessão. Os rossoneri não tinham receio de arriscar e finalizavam bastante, mas sem as melhores condições. Havia certa precipitação e, com isso, faltava capricho. A sensação de abafa não durou muito. Aos 18, a Inter precisou trocar o lesionado Dimarco por Robin Gosens. Já aos 20, o Milan realizou três mudanças, com as entradas de Divock Origi, Charles de Ketelaere e Pierre Kalulu.

A partida esfriou depois disso. As mudanças não fizeram efeito e a Inter conseguia cozinhar o resultado. Os nerazzurri renovariam suas energias aos 26, com Joaquín Correa e Roberto Gagliardini, para as saídas de Dzeko e Barella. Cada vez mais a reação do Milan parecia se tornar improvável. E a confirmação do título veio aos 32, com o terceiro gol. Lautaro Martínez ganhou no corpo e girou para cima de Tomori. Diante de Tatarusanu, o atacante finalizou com categoria e deu um tapa com a parte de fora do pé para vencer o goleiro. Pintura. Depois disso, bastava esperar o apito final. Os milanistas sequer se empenharam para diminuir. Os interistas comemoraram.

A Internazionale conquista seu sétimo título na Supercopa da Itália. É a segunda maior vencedora do torneio, igualada ao Milan e só atrás da Juventus, que tem nove troféus. Além disso, os nerazzurri dão o troco pelo clássico perdido na Supercopa de 2011, única ocasião até então que teve o encontro dos rivais milaneses na competição. O momento dos interistas nessa retomada de temporada é bom, com resultados consistentes. Já os milanistas, muito pelo contrário, acendem um sinal de alerta. Perderam nas copas e também sucumbem na liga.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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