A burocracia quase barrou o Lecco, mas o time poderá jogar a Serie B depois de 50 anos
Lecco teve problemas na regularização de um estádio para disputar a segundona italiana e, por conta disso, correu sérios riscos de perder o acesso conquistado em campo
O acesso do Lecco para a segunda divisão do Campeonato Italiano, depois de um hiato de 50 anos, teve um final feliz. Os blucelesti conseguiram a licença para disputar a Serie B, após semanas de imbróglio sobre a sua participação. O entrave se concentrava sobre o estádio da equipe. Como o pequenino Rigamonti-Ceppi, para 5 mil espectadores, não tinha as condições necessárias, a diretoria precisaria viabilizar uma nova cancha para a segundona. Contudo, isso não aconteceu dentro dos prazos estabelecidos. O Lecco alegava que o acesso faturado após longos playoffs prejudicou sua organização. No fim das contas, a autorização veio com chancela do Conselho Federal de Esportes e o time mandará suas partidas em Pádua.
O Lecco conquistou o acesso à Serie B no meio de junho, dois meses depois da confirmação dos outros três promovidos – Feralpisalò, Reggiana e Catanzaro. Isso aconteceu porque a promoção dos blucelesti foi conquistada apenas nos playoffs. Nada menos que 28 equipes participam dos mata-matas da Serie C, com quatro fases superadas pelo Lecco. Na decisão, o time derrotou o Foggia e comemorou efusivamente sua volta à segunda divisão depois de 50 anos. Entretanto, os dias seguintes seriam de apreensão.
Lecco correu o risco de cair à Serie D
É verdade que, à medida que avançava nos playoffs, o Lecco poderia se planejar melhor para a Serie B e alinhar pelo menos a utilização de um estádio com as condições permitidas. Entretanto, os clubes procurados para cederem suas casas não deram abertura aos blucelesti e alguns condicionaram suas respostas ao acesso. Por conta disso, o prazo se tornou muito curto para tentar resolver a pendência e a liga negou a presença dos lombardos na Serie B, ao alegar que a documentação para a utilização de outro estádio não foi entregue no prazo. O imbróglio, além de barrar o Lecco na segundona, o impediria também de ter licença à Serie C. Do acesso, o time precisaria recomeçar na quarta divisão.
No entanto, o Lecco acionou seus direitos e recorreu dentro das instâncias da justiça desportiva italiana. O Conselho Federal deu a permissão para que o time regularizasse a situação do estádio além do prazo estourado. Assim, a participação na Serie B se confirmou. A cidade de Lecco fica na Lombardia, perto de outros centros importantes do futebol italiano, como Milão e Bérgamo. Dois estádios próximos que não foram viabilizados são os de Como e Monza. No fim das contas, o time precisará viajar para Pádua. São 230 quilômetros de estrada rumo à cidade próxima a Veneza. O Estádio Euganeo, casa do Padova, tem capacidade para 32,4 mil torcedores.
O Lecco chegou a figurar na Serie A durante os anos 1960, com três aparições na primeira divisão entre 1960/61 e 1966/67. Também foram 11 participações na Serie B, a última delas em 1972/73. Nestes últimos 50 anos, os blucelesti variaram entre a terceira e a quinta divisão, com mais tempo na terceirona.
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Reggina não teve a mesma colher de chá
Nem todos os clubes foram beneficiados com recursos, porém. A Reggina tentava evitar o banimento da Serie B, por irregularidades financeiras, sem apresentar a quitação de seus débitos. O Conselho Federal não aceitou seus argumentos fora do prazo. Com isso, o Brescia volta à segundona, apesar do rebaixamento na temporada passada. Além disso, o Siena também não teve seu recurso aceito e cai da Serie C para a Serie D.
