Por que Van Persie vai passar uma semana no Manchester United?

Não foi por acaso que o ex-atacante Robin van Persie foi flagrado nas arquibancadas do Old Trafford no último sábado (3) ao lado de Sir Alex Ferguson. Pé quente por assistir uma boa vitória de seu ex-clube, o Manchester United, por 3 a 0 em cima do West Ham, ele está no norte da Inglaterra porque nesta semana, o hoje técnico do sub-18 do Feyenoord, acompanhará os trabalhos da comissão técnica do compatriota Erik Ten Hag, como parte obrigatória da conclusão da licença Pro do curso de treinadores da Uefa.

O “holandês voador” está na fase final da capacitação e era previsto visitar um clube da fora de seu país para agregar ao aprendizado. Obviamente, ele escolheu os Red Devils e Ten Hag prontamente aceitou. “É ótimo estar de volta a Carrington [CT do Manchester United]! Agradecimento ao Erik e toda a equipe por nos receber”, celebrou Van Persie em seu perfil no X (ex-Twitter).

 

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Além de acompanhar as sessões de treinamento, Van Persie fará um workshop com Ten Hag, o assistente da comissão Mitchell van der Gaag e o diretor de futebol John Murtough, além de Ruben de Uil e Tim Bakens, holandeses que concluem a licença da Uefa junto do ex-atacante.

Mesmo deixando o clube em 2015, o holandês não perdeu a proximidade com o lado vermelho de Manchester. Em dezembro do ano passado, esteve com o ex-colega seleção Edwin van der Sar, também ídolo dos Red Devils, no Old Trafford, enquanto semanas antes tinha sido convidado por Ten Hag a assistir treinos em Carrington.

A aposentadoria dos gramados aconteceu após 18 anos de carreira e a trajetória à beira do campo iniciou um ano depois. Pelo Feyenoord, clube que o formou e depois retornou para pendurar as chuteiras em 2019, começou como treinador de atacantes, foi auxiliar de Arne Slot e, desde julho do ano passado, comanda o time sub-18.

Quando jogador, RvP protagonizou uma das transferências mais controversas da história, lembrada até quando um atleta troca um clube por um rival. Ele ficou oito anos no Arsenal, clube onde mais jogou (278) e marcou gols (132) na carreira, mas venceu apenas duas Supercopas e uma Copa da Inglaterra. Eis que em 2012 faltava um ano para seu contrato finalizar, ele não ia renovar e o time londrino era basicamente obrigado a vendê-lo para não sair de bolsos vazios.

A imprensa dava que o Manchester City era o caminho, parecia tudo certo, até que Ferguson entrou na parada para convencê-lo a ir ao lado vermelho da cidade e falou diretamente com o então técnico dos Gunners, Arsène Wenger. Arsenal e Manchester United eram grandes rivais à época, dividindo os títulos nacionais desde o fim da década de 90, então o poder de barganha do histórico técnico do United foi colocado a prova.

– Foi difícil. Compreensivelmente, Arsène não queria vender para o Manchester United. Se você olhar para os últimos 25 anos, desde o dia em que o Arsenal ganhou o campeonato em 1989, até hoje, temos [United e Arsenal] estado grandes rivais entre si – seja George Graham ou Arsène Wenger. Não seria fácil para Wenger aceitar que o jogador queria vir até nós. Demorou um pouco, mas o jogador quis vir. Acho que essa foi a chave para tudo e isso abriu as portas para nós – revelou Alex Ferguson, ao site do clube em 2022, quando completou 10 anos da transferência.

A venda foi concretizada por 30,7 milhões de euros. Comandando por Ferguson e ao lado de Wayne Rooney em uma dupla de ataque mortal, Van Persie foi essencial e artilheiro com 26 gols na conquista da Premier League de 2013, a última vencida pelos Red Devils, justamente temporada na qual o técnico escocês decidiu encerrar a carreira vencedora. O momento mais marcante da conquista foi o hat-trick do holandês contra o Aston Villa, que sacramentou o título inglês.

A saída do United aconteceu em 2015, partindo para o Fenerbahçe até se aposentar no Feyenoord.

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— Robin van Persie (@Persie_Official) February 5, 2024