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Um guia para conhecer as empolgantes trajetórias de Luton Town e Coventry City, os finalistas dos playoffs da Championship

Luton e Coventry são dois clubes com passagens marcantes na elite, além de uma escalada em conjunto nas divisões de acesso, que neste sábado se enfrentam em Wembley

O jogo “mais valioso” do futebol de clubes acontecerá neste sábado. Às 12h45, em Wembley, Luton Town e Coventry City se enfrentarão na decisão dos playoffs de acesso da Championship. Apenas o ganhador receberá os milhões oferecidos pela Premier League. O Luton é o favorito, depois de terminar a fase de classificação em terceiro. Apesar da quinta colocação, porém, o Coventry vem em crescente e numa fase invicta. Certo é que o ganhador garantirá uma boa história de volta à primeira divisão. Ambos tiveram passagens marcantes pela elite, embora já longínquas. O Coventry caiu em 2001, após 34 anos na primeira prateleira, enquanto o Luton sofreu o descenso em 1992. Mais recentemente, um conseguiu acessos seguidos a partir da quarta divisão e o outro se reconstruiu administrado por seus torcedores desde o quinto nível. Há cinco anos, ambos se enfrentavam na League Two e agora sonham com a Premier League.

Aproveitamos o duelo para apresentar um pouco mais sobre Coventry e Luton: o passado, o presente, os personagens. Ambos podem não ter um apelo tão forte quanto Sunderland ou Middlesbrough, eliminados nas semifinais dos playoffs. Contudo, as histórias são tão boas que fica até difícil de cravar a torcida para apenas um deles.

As histórias na elite

O Luton Town possui menos temporadas na primeira divisão, mas mais espalhadas ao longo das décadas. A estreia aconteceu na década de 1950, com quatro campanhas na elite de 1955/56 a 1959/60. O time despencou à quarta divisão nos anos seguintes e subiu tudo de volta, até retornar à primeira em 1974/75, quando logo caiu. Já a estadia mais longa na primeira divisão ocorreu de 1982/83 a 1991/92. O melhor desempenho veio com a sétima posição de 1986/87. Os Hatters também tiveram um vice na Copa da Inglaterra em 1958/59, enquanto viveram seu ápice com a conquista da Copa da Liga de 1987/88, em cima do Arsenal. Ainda buscaram um vice na Copa da Liga na temporada seguinte.

O Coventry City demorou mais a alcançar a primeira divisão do Campeonato Inglês, o que só aconteceu em 1967/68. Os celestes, no entanto, mereceram a fama de incaíveis: conseguiram permanecer por 34 temporadas ininterruptas, até 2000/01. Neste intervalo, o time teve uma sexta colocação em 1969/70, mas só em outras duas oportunidades terminou acima da décima colocação. Muito mais comuns foram as campanhas nas quais o Coventry escapou da degola por pouco. O maior sucesso aconteceu na Copa da Inglaterra, com o título conquistado na temporada 1987/88, na qual superaram o Tottenham na finalíssima.

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As reconstruções recentes

Após ser rebaixado do Campeonato Inglês em 1991/92, justo no advento da Premier League, o Luton Town lidou com seguidas quedas. Foram três descensos num intervalo de dez temporadas, com uma rápida aparição para o acesso na quarta divisão em 2001/02. Outro salto seria dado em 2004/05, na terceirona, mas a estadia na Championship durou só duas temporadas. A partir de 2006/07, o Luton amargou três descensos consecutivos. Pela primeira vez em sua história, deixou a Football League, e precisou disputar a quinta divisão a partir de 2009/10. A reconstrução seria lenta. Foram quatro campanhas sem o acesso na então chamada Conference Premier, com três quedas nos playoffs, duas delas na decisão. A comemoração enfim aconteceu em 2013/14, também com o título. Desde então, os alaranjados só pegaram o elevador. Subiram na quarta divisão em 2017/18 e na terceira em 2018/19. Já nas últimas três campanhas na Championship, o Luton galgou degraus. Disputou os playoffs em 2021/22, mas sucumbiu nas semifinais diante do Huddersfield Town.

O Coventry City teve uma longa jornada na Championship, depois de seus 34 anos no Campeonato Inglês. Os celestes ficaram na segundona por 11 temporadas, mas sem nunca passar da oitava colocação e com riscos constantes de queda, o que ocorreu em 2011/12. O marasmo seria o mesmo na League One, com quatro campanhas mornas até o novo rebaixamento em 2016/17. Só então ocorreu o chacoalhão para a reconstrução recente. O Coventry subiu na quarta divisão em 2017/18, a partir dos playoffs. O acesso na terceira ocorreu dois anos depois, em 2019/20, com o título de lambuja. Já na Championship, a equipe vinha de duas campanhas de meio de tabela, até descolar a vaga nesses playoffs.

Os donos

(Icon sport)

O Luton Town passou por problemas financeiros graves quando sofreu seus três rebaixamentos consecutivos, até a quinta divisão. O responsável pelas crises era John Gurney, proprietário dos alaranjados a partir de 2003. O maluco à frente dos Hatters chegou a propor uma fusão com o Wimbledon e a construção de um estádio para 50 mil torcedores, embora nada superasse o “Manager Idol” – uma campanha para a escolha do novo técnico via telefone. As dívidas dos Hatters aumentaram bastante sob a má gestão. E foram os próprios torcedores que assumiram os débitos, enxotando Gurney e botando o clube em intervenção judicial. Seria um processo doloroso, com perdas de pontos por irregularidades financeiras. Porém, desde 2008, o Luton pôde recomeçar ao ser adquirido por um consórcio formado pela torcida. Há pés no chão e limitações, mas o bom trabalho se pagou com os acessos desde a quinta divisão. O chamado Luton Town Football Club 2020 continua à frente do negócio, algo excepcional dentro do futebol inglês.

O Coventry também passou por desmandos ao longo das últimas décadas. A partir de 2007, os celestes foram adquiridos por um grupo chamado Sisu Capital. O apequenamento aconteceu nesta época, com redução de investimentos e aumento de dívidas. O mais grave se deu com a queda de braço sobre a utilização do moderno estádio de Coventry, a então chamada Ricoh Arena. Por conta dos desacordos com a administração do estádio, o Coventry chegou a mandar suas partidas em Northampton (110 km de distância) e em Birmingham (31 km de distância). Foi só mais recentemente que as coisas se apaziguaram, com a volta para a Ricoh Arena em 2021. O Sisu Capital também conseguiu a valorização de seu patrimônio com os acessos recentes, de volta à Championship. Não à toa, em abril de 2023, os celestes foram vendidos para Doug King, um empresário da cidade. O magnata possui negócios na casa das centenas de milhões de libras, com destaque na indústria alimentícia. Sua chegada também simboliza a expectativa de uma relação mais próxima com a comunidade local.

A atual campanha

O Luton Town fez um começo de campanha bem ordinário. Não venceu uma partida sequer nas quatro primeiras rodadas e até pintou na zona de rebaixamento. A recuperação veio aos poucos, mas o time já conteve a sangria e saltou ao meio da tabela no fim do primeiro turno. A mudança de status aconteceu mesmo a partir do Boxing Day. Foi quando os Hatters viraram a chavinha e começaram a galopar, com uma sequência de seis vitórias em sete rodadas, que permitiu à equipe saltar dez posições. Em terceiro, o Luton ainda estava longe de Burnley e Sheffield United, que conquistaram o acesso direto graças a campanhas fantásticas. Mesmo assim, o time teve sequências sólidas e fechou o campeonato com uma sequência invicta de 14 jogos. Nas semifinais dos playoffs, o Sunderland venceu a ida no Stadium of Light por 2 a 1. A classificação dos alaranjados veio com os 2 a 0 em casa.

Jogadores do Coventry City comemoram a vaga nos playoffs (Foto: PA Images / Icon Sport)

O Coventry City parecia uma equipe para lutar contra o rebaixamento de início. Só venceu um de seus primeiros dez compromissos, prejudicado ainda pelos adiamentos causados pela morte da Rainha Elizabeth II. Ocupou até a lanterna da Championship e ficou na zona de rebaixamento por 13 rodadas. A reação se deu a partir de outubro, quando a equipe venceu seis partidas das oito seguintes, saltando para a oitava posição. A pausa para a Copa do Mundo prejudicou os celestes, que voltaram em ritmo lento e perderam fôlego, com só uma vitória em oito compromissos. Ao fim de janeiro, de novo uma guinada, agora para não frear mais. O Coventry só perdeu dois jogos de seus últimos 19 na fase de classificação da segundona. Tal escalada botou a equipe na zona de playoffs na antepenúltima rodada. Continuou por lá até o final, com a quinta posição. E, nas semifinais, os celestes desbancaram o Middlesbrough. Empataram por 0 a 0 a ida em casa, mas ganharam por 1 a 0 a volta em Riverside, belo gol de Gustavo Hamer.

Um destaque

O principal jogador do Luton Town na campanha é o centroavante Carlton Morris, de 27 anos. O centroavante formado pelo Norwich possui bastante rodagem nas divisões de acesso da Inglaterra. Porém, nunca tinha feito uma temporada como a atual. O Luton pagou €2 milhões para tirá-lo do Barnsley e ele já anotou em uma temporada mais gols do que fez nas duas anteriores pelo antigo clube. Foram 20 na fase de classificação da Championship, além de seis assistências. Alto e forte, foi o terceiro na lista de artilheiros da segundona.

Pelo Coventry, Viktor Gyökeres esteve entre os atacantes mais produtivos da Championship. O sueco de 24 anos surgiu no Brommapojkarna e foi levado pelo Brighton em 2018, antes de rodar por empréstimos a St. Pauli e Swansea. Também foi emprestado de início ao Coventry, que pagou €1,2 milhão por sua compra em 2021. O centroavante já tinha feito uma temporada passada muito boa na segundona, mas se superou dessa vez. Anotou 21 gols, vice-artilheiro da liga, e ainda contribuiu com dez assistências. Com passagens pelas seleções de base da Suécia, passou a ser convocado para o time principal com frequência desde 2022.

Figurinhas interessantes

O Luton Town possui alguns jogadores conhecidos do futebol de seleções. O volante Marvelous Nakamba, de Zimbábue, chegou em janeiro por empréstimo do Aston Villa e virou um dos pilares do time. Já o goleiro Ethan Horvath, reserva dos Estados Unidos na Copa, veio emprestado do Nottingham Forest e se destacou na Championship. Outro mundialista é o zagueiro Tom Lockyer, que participou da campanha de Gales como reserva e foi eleito para o time ideal da Championship. Ainda merece menção o lateral Amari'i Bell, frequentemente convocado pela Jamaica.

O jogador mais relevante do Coventry em nível internacional é mesmo Gyökeres. O que chama atenção no elenco é a quantidade de jogadores emprestados por clubes da Premier League. Callum Doyle foi cedido pelo Manchester City e é intocável no miolo da zaga, onde muitas vezes apareceu Jonathan Panzo, vindo do Nottingham Forest. Já nas laterais, que se sobressaiu foi Brooke Norton-Cuffy, pertencente ao Arsenal. Deram sustentação para que Ben Wilson se tornasse o goleiro com mais “clean sheets” da Championship.  Já outro nome curioso é Gustavo Hamer. Catarinense de Itajaí, mudou-se para a Holanda ainda na infância, ao ser adotado por uma família local. Naturalizou-se e atuou nas seleções de base. Sua profissionalização aconteceu no Feyenoord e, após rodar por outros clubes menores do país, chegou ao Coventry em 2020.

Os técnicos

O Luton Town se viu forçado a mudar de treinador no meio da temporada. Nathan Jones era um nome histórico do clube. Dirigiu os Hatters de 2016 a 2019, com dois acessos, e, depois de uma passagem fraca pelo Stoke City, voltou na temporada passada. Porém, em novembro, ele aceitou uma proposta do Southampton. Os alaranjados foram buscar Rob Edwards, que tinha subido na quarta divisão com o Forest Green Rovers e chegou ao Watford em julho, mas só durou 11 partidas. O galês de 40 anos agarrou a nova oportunidade na Championship e apresentou seu talento. O salto do Luton na tabela aconteceu sob suas ordens, com uma sinergia grande com a torcida. Como jogador, Edwards foi zagueiro com passagens por clubes como Aston Villa, Crystal Palace e Derby County. Seu auge aconteceu no Wolverhampton, onde atuou na maior parte de seus 177 jogos pela Championship. Também defendeu a seleção de Gales em 15 partidas.

O Coventry City possui um dos treinadores mais longevos da Football League. Mark Robins está no clube desde 2017. O veterano já tinha passado pelos celestes em 2012/13, mas saiu diante de uma oferta do Huddersfield. Passou pelo Scunthorpe depois e retornou ao Coventry há seis anos. São mais de 300 partidas à frente dos celestes. Foi o responsável por tirar o time da quarta divisão e recolocá-lo na Championship, mirando a Premier League. Robins também teve uma carreira bem interessante nos tempos de jogador. Cria da base do Manchester United, o atacante participou dos primeiros títulos sob as ordens de Sir Alex Ferguson. Inclusive, chegou a marcar um gol contra o Nottingham Forest visto como decisivo para que o técnico não fosse demitido em 1990, na campanha vitoriosa na FA Cup. Depois, Robins fez parte do Norwich sensação na temporada inaugural da Premier League (classificado à Copa da Uefa) e do Leicester campeão da Copa da Liga.

Os estádios

Kenilworth Road é um dos estádios mais charmosos da Football League. E um dos mais “raiz” também, casa do Luton Town desde 1905. As estruturas são modestas, sem reformas tão expressivas. Não à toa, o local possui capacidade para apenas 10,3 mil torcedores. É um caldeirão que fez a diferença em vários momentos da história do clube, inclusive na atual Championship. Como acontece desde os anos 1950, há especulações sobre um novo estádio para o Luton. Os Hatters chegaram a ser cotados para uma mudança rumo a Milton Keynes, o que depois aconteceria com o Wimbledon. Já nas duas últimas décadas, a situação financeira não permitiu um passo além. Somente agora que a situação se desenrola, especialmente após a viabilização de um terreno em 2019. E as perspectivas de acesso à Premier League aceleram os planos. Nesta sexta, os Hatters exibiram as primeiras imagens do Power Court, um estádio para 23 mil torcedores com inauguração prevista para 2026. A promessa é a de manter a atmosfera de Kenilworth Road. Se o acesso vier, ainda assim, o atual estádio passará por reforma.

A Coventry Building Society Arena é a casa do Coventry City a partir de 2005, após 106 anos dentro de Highfield Road. A nova casa prometia tempos modernos, com capacidade para 32,7 mil torcedores, mas virou uma dor de cabeça com as disputas entre os donos do clube e os administradores da arena. Após passagens da equipe por Northampton e Birmingham, o imbróglio só chegou ao fim em 2021. O local chegou a receber partidas dos Jogos Olímpicos de 2012, enquanto até 2022 era casa dos Wasps, um dos times de rugby union mais vitoriosos da Inglaterra. Já a maior marca do Coventry City no local é a estátua de Jimmy Hill, lenda do futebol inglês que levou os celestes à primeira divisão como técnico e também foi presidente do clube na elite – parte de sua fantástica história, em que foi ídolo do Fulham, líder da associação de jogadores na época em que se aboliu o teto salarial e apresentador aclamado da BBC. Atualmente, a Coventry Building Society Arena é controlada por uma empresa de Mike Ashley, o execrado ex-proprietário do Newcastle.

Um ídolo do passado para admirar

Mick Harford é o maior símbolo do Luton Town, especialmente nos tempos em que o clube disputou a primeira divisão do Campeonato Inglês. O atacante chegou em 1984, trazido do Birmingham. Virou um ídolo da torcida diante das boas campanhas do clube no Campeonato Inglês, com gols frequentes. Chegou a anotar 22 tentos pela liga em 1985/86, quarto na tabela de artilheiros. Seria um dos destaques também na conquista da Copa da Liga em 1987/88, num ano em que foi convocado à seleção inglesa e disputou duas partidas. Harford assinou com o Derby County em 1990 e guardou seus gols nos Rams, mas o mais lembrado é um gol contra feito exatamente contra o Luton, na rodada final do Campeonato Inglês 1989/90, que salvou os Hatters do rebaixamento. Tempos depois, ele admitiria que foi de propósito.

Harford ainda voltou em 1991. Era cortejado pelo Manchester United e esnobou Sir Alex Ferguson por causa do Luton, mas não evitou o rebaixamento em 1992. Passaria depois por Chelsea, Sunderland, Coventry e Wimbledon. Sua volta ao Luton aconteceu como técnico. Apesar da crise tremenda em 2008, Harford conseguiu levar os alaranjados a Wembley e conquistou o Football League Trophy em 2008/09. Porém, com 30 pontos deduzidos por irregularidades financeiras, o time caiu à quinta divisão na mesma temporada. Desde 2016, Harford lidera o setor de observação do Luton e teve diferentes passagens como técnico interino. Numa delas, em 2018/19, precisou de 21 jogos para garantir a conquista do acesso na terceira divisão e ser eleito o melhor treinador da liga. Mais recentemente, também foi assistente de Nathan Jones e dirigiu o time por um jogo nesta temporada, antes da chegada de Rob Edwards.

O Coventry City pode nunca ter registrado grande sucesso na primeira divisão do Campeonato Inglês, mas tem algo eternizado: Dion Dublin foi artilheiro da Premier League em 1997/98. O centroavante começou sua carreira no Cambridge United, onde auxiliou a equipe a sair da quarta divisão para, depois de dois acessos, disputar os playoffs da segundona. Seu sucesso era tamanho que o Manchester United o contratou por £1 milhão em 1992. A passagem do atacante por Old Trafford, porém, seria marcada por uma fratura na perna que o tirou de ação por seis meses e levou os Red Devils a contratarem Eric Cantona. Dublin até fez parte dos elencos campeões da Premier League em 1992/93 e 1993/94, mas com escassas aparições. Chegou a ser negociado com o Everton, mas a contratação vetada pela diretoria fez o histórico técnico Howard Kendall deixar o Goodison Park. Melhor para o Coventry, que pagou £2 milhões pelo matador.

Dion Dublin sempre conseguiu dígitos duplos de gols pelo Coventry City em todas as suas temporadas completas na Premier League. Anotou 13 gols em 1994/95, mais 14 em 1995/96 e outros 13 em 1996/97. Esta campanha foi especial, pela maneira como o matador auxiliou os celestes a escaparem do rebaixamento. Durante a reta final do campeonato, deixou sua marca nas vitórias sobre Liverpool, Chelsea e Tottenham, além do empate contra o Arsenal. De qualquer maneira, o ápice veio em 1997/98, quando Dublin apareceu entre os artilheiros da Premier League. Tudo bem que foi um ano de sarrafo baixo, com 18 gols do matador, mas ele ganhou a Chuteira de Ouro e ainda deu 10 assistências. Cravou inclusive numa vitória sobre o Manchester United. Dublin disputou três partidas pela seleção inglesa no primeiro semestre de 1998 e sua ausência na Copa do Mundo causou controvérsia. Ficaria no Coventry até o início da temporada seguinte, quando o Aston Villa o levou por £5,75 milhões. Depois passou por Millwall, Leicester, Celtic e Norwich. Dublin soma 110 gols na Premier League, 61 deles com a camisa celeste.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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