Roman Abramovich, dono do Chelsea, consegue passaporte da União Europeia via Portugal
Abramovich fez uso de lei portuguesa que dá cidadania a judeus sefarditas e, assim, facilita trâmites para ficar no Reino Unido

O bilionário Roman Abramovich, dono do Chelsea, se tornou cidadão da União Europeia através de Portugal. O russo consegue o passaporte europeu três anos depois de ter retirado o seu pedido por um visto do Reino Unido em meio a uma crise diplomática entre os britânicos e a Rússia, seu país de origem.
VEJA TAMBÉM:
– Quais são os problemas de Abramovich com o governo britânico, e como isso afeta o Chelsea
A informação foi confirmada, segundo o Guardian, por seu porta-voz. Abramovich conseguiu cidadania portuguesa em abril deste ano. Ele se beneficiou de uma lei portuguesa que oferece naturalização aos descendentes de judeus sefarditas que foram expulsos da península Ibérica durante o período da Inquisição, conforme relata o jornal Público.
Em 2018, Abramovich desistiu de continuar o pedido de visto do Reino Unido porque o país estava em um conflito diplomático com a Rússia por uma acusação do governo britânico contra os russos pelo envenenamento de Sergei e Yulia Skripal, feito alegadamente por um agente russo. O incidente aconteceu em Salisbury, no Reino Unido.
Com isso, houve respostas diplomáticas importantes que dificultaram que russos conseguissem passaportes britânicos. Abramovich, então, ficou sem o passaporte e passou a ficar fora do país na maior parte do tempo. Com o passaporte português, Abramovich pode pedir uma autorização para ficar e trabalhar no país, desde que cumpridos os requisitos de imigração criados após o Brexit.
Desde 2018, Abramovich já tinha conseguido um passaporte israelense, o que o permitia visitar a família sem a necessidade de visto, mas não era um passaporte da União Europeia. Com o português, os trâmites são facilitados para que ele permanece no Reino Unido.
A falta de passaporte fez com que o oligarca russo adiasse os planos de um novo estádio do Chelsea, avaliado em cerca de £ 500 milhões. Há a expectativa que o projeto seja revisitado, já que haveria, conforme projetado, £ 20 milhões em benefícios feitos pelo clube no entorno da região, em Londres.