Tottenham vence jogo de detalhes contra o Manchester City e consagra novo recorde de Kane

Era para ser o duelo de um time em busca do título e dos pontos perdidos ao longo do caminho, contra um dos rivais citadinos do líder da Premier League. Mas no aguardado jogo que encerrou a rodada deste domingo (5) no Inglês, o Tottenham tornou Harry Kane o grande destaque, contra o Manchester City. O placar de 1 a 0 deve-se, exclusivamente, ao icônico gol 200 de Kane na competição.

Não houve muito o que relatar além disso, em 90 minutos de um futebol amarrado e com poucas chances, se levarmos em consideração o nível de ambas as equipes. Dentro de casa, com um histórico bastante positivo diante dos Citizens (cinco vitórias nos últimos sete jogos), os Spurs não tinham tanto interesse nos pontos quanto os visitantes.

Afinal, o Arsenal lidera a tabela e possui um jogo a menos que o que os demais, podendo ampliar sua vantagem. Vencer seria, diretamente, colaborar para o título dos Gunners. Isso passou na cabeça de todo torcedor do Tottenham ao longo do encontro. Os Spurs que se prezam, sabem que a missão de hoje era não desgarrar do pelotão que se classifica para a Liga dos Campeões. E nada mais.

O lance capital veio logo aos 15 minutos de partida, com uma falha rara de Rodri na distribuição de jogo. O volante do City errou e deu a bola de graça para Pierre-Emile Hojbjerg, que pisou na área e acionou Harry Kane para uma finalização letal. O gol, que chocou qualquer pessoa que não soubesse do histórico recente deste duelo, deu a Kane o passaporte para um grupo seleto: juntamente com Alan Shearer e Wayne Rooney, ele é um dos três atletas com 200 gols na Premier League. Obviamente, o único em atividade, podendo alcançar o topo da lista. Agora faltam só 60 para que o centroavante do Tottenham alcance Shearer. Ao todo, Kane tem 267 gols com a camisa do Tottenham.

O City poderia ter reagido à sua maneira, procurando jogo pelas pontas ou mesmo dependendo de infiltrações de Erling Haaland, mas sua principal arma esteve fora de combate por conta da marcação cerrada praticada por Cristian Romero. O argentino, aliás, não poupou nenhuma entrada mais forte em sua cruzada pessoal para anular o gigante norueguês. Na etapa final, coube a Pep Guardiola lançar Kevin De Bruyne para mudar a situação na armação pela intermediária.

O belga, que não vive grande fase técnica, começou no banco. E também foi incapaz de causar efeito quando foi ao gramado. Mais uma prova da obediência e da disciplina tática demonstradas pelo time de Antonio Conte, hoje exclusivamente treinado por Cristian Stellini, auxiliar do italiano, afastado por ter se submetido a uma cirurgia nos últimos dias.

Diferente do último encontro entre Tottenham e City, não houve reviravolta. É bom lembrar que os londrinos chegaram a abrir dois gols de vantagem no primeiro tempo e depois sofreram outros quatro de um furioso time celeste. O contexto foi amplamente estudado pela comissão técnica dos Spurs. Hoje, a batalha não teve quase nenhum erro. Até porque não se pode chamar de erro uma pancada de Romero em Jack Grealish, para matar um ataque no fim da etapa final, de ato impensado. Houve planejamento e o risco foi calculado. Romero, que já tinha amarelo desde o primeiro tempo, topou ser o sacrifício necessário para garantir o resultado.

E a vitória caiu muito bem, obrigado. O Tottenham volta a ter apenas um ponto de desvantagem para o Newcastle, que ocupa o quarto posto na tabela. É lá, na última vaga para a Liga dos Campeões, que Conte e seus comandados querem estar, embora não esteja claro se o italiano continuará ou não no clube na próxima temporada. Já o Manchester City, bem, precisa trabalhar em contenção de danos. A distância para o Arsenal, que perdeu na rodada, não diminuiu. Vem aí, em alguns dias, um duelo direto entre os dois postulantes ao título. É hora de saber quem tem mais garrafas vazias para vender, diria o outro.