Premier League

Salah resolve e Liverpool bate o Aston Villa em reencontro de Gerrard com a torcida em Anfield

Stevie G esteve em Anfield, pela primeira vez, defendendo um adversário dos Reds

Poucos reencontros eram tão esperados quanto o de Steven Gerrard com a torcida em Anfield. Casa que viu, durante quase duas décadas, uma relação de amor das mais intensas, repletas de altos e baixos, mas com uma glória calcada no fundo do coração do público. Agora do outro lado, Gerrard enfrentou o Liverpool pela primeira vez e ofereceu um grande desafio com seu Aston Villa, mas não foi capaz de impedir uma vitória dos Reds por 1 a 0.

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Depois de seis anos, Gerrard já viveu coisas demais. Saiu de cena do Liverpool para preservar a boa relação com o seu time de infância. Foi aos Estados Unidos, jogou pelo Los Angeles Galaxy e depois iniciou uma jornada como técnico no Rangers, ajudando a equipe a romper o longo domínio do Celtic. Naquele que é seu primeiro grande salto como treinador, Stevie G assumiu o Aston Villa com pretensões modestas. E neste sábado, em Anfield, foi saudado com muito carinho pelas arquibancadas.

Amigos, amigos, negócios à parte

No entanto, na hora que a bola rola, o futebol guarda pouco espaço para que figuras demonstrem seu afeto entre si. Gerrard foi ídolo até o apito inicial. Por 90 minutos, isso ficou de lado enquanto o Liverpool buscava mais uma vitória para perseguir o Manchester City na tabela da Premier League. E fez-se a lógica na casa dos Reds.

Hoje, quem motiva os gritos mais acalorados em Anfield não é mais Gerrard, o capitão da conquista europeia milagrosa contra o Milan. É o egípcio Mohamed Salah, mago dos gols impossíveis, que nesta rodada deixou novamente sua marca. Não foi mamão com açúcar a partida para o Liverpool. Diante de um Villa que mordeu bastante na marcação e também teve seus momentos de postulante aos três pontos, a equipe da casa controlou as ações, mas não infiltrou na área como gostaria.

A constância na criação de chances e no ritmo frenético de jogo, marcas do grande trabalho de Jürgen Klopp, estão sempre ali. Mas nem sempre quem está do outro lado está disposto a baixar sua guarda e deixar que os Reds marquem quando bem entendem. Foi esta a tônica do Aston Villa, como havia sido a do Wolverhampton na rodada passada, em que foi basicamente um duelo de ataque contra defesa.

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O novo rei de Anfield

O zero a zero só foi pulverizado depois da primeira hora de jogo. Salah sofreu pênalti ao entrar na área com a bola e fez o único gol da tarde. O craque não entrou na onda de Emiliano Martinez e bateu com competência para sacramentar uma vitória econômica, mas de grande importância para os planos de Klopp.

A partir de janeiro, o Liverpool terá desfalques importantes, uma vez que os jogadores africanos do plantel estarão na Copa Africana de Nações. Antes disso, os Reds não podem desperdiçar as chances de vitória que possuem, e isso sem dúvida tem sido pauta recorrente nas preleções de Klopp. Mesmo com alguma dificuldade, os resultados estão vindo.

Sem Roberto Firmino, o técnico alemão ainda sacou Diogo Jota pouco após o intervalo, para a entrada de Alex Oxlade-Chamberlain. A melhor chance criada além disso veio da cabeça de Virgil van Dijk, que testou firme mas viu Martinez praticar uma defesaça, jogando a bola para escanteio. Ofensivamente, não foram os 90 minutos mais produtivos para o Liverpool, mas a missão foi cumprida com o gol e a segurança na defesa: o Aston Villa sequer fez o nome de Alisson ser citado em uma intervenção.

Não é adeus, é até logo

Gerrard tem feito o Villa entregar atuações seguras e envolventes, independente dos rivais. O teste contra o Liverpool foi importante para balizar os valores deste plantel, que pode até não ter estrelas como os demais, mas demonstra uma competitividade incrível. Ao passo que a briga dos Villans nesta temporada não é apenas pela permanência, mas sim com o sonho europeu. O time de Stevie G, com novos olhos, está mais perto das vagas continentais do que da zona da degola. Manter o ritmo pode representar uma nova campanha interessante de um clube que há muito tempo não atrai olhares do público inglês. Quem sabe com Gerrard este Aston Villa seja uma nova atração.

Ao Liverpool, cabe o foco e se manter no bolo de cima, rodada a rodada, esperando tropeços dos seus rivais. Bola este time tem de sobra para tentar mais uma taça. Resta saber como tudo fluirá sem Salah e Mané de janeiro em diante. A fase de Diogo Jota não tem sido das mais animadoras e Firmino ainda é uma interrogação enquanto se recupera de problemas físicos. Quem sabe uma ida ao mercado ou a mística de Divock Origi possam diminuir a dor de cabeça que Klopp terá.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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