Presidente da Premier League: “Claramente não fizemos o bastante contra o racismo”
O presidente da Premier League, Richard Scudamore, admitiu que o futebol tem feito menos do que o necessário para combater discriminação, como o racismo. O executivo falou sobre o assunto em um texto publicado pelo jornal inglês The Times, em que comenta o episódio vivido por Raheem Sterling, do Manchester City, no fim de semana, em partida contra o Chelsea. Apesar de dizer que a Premier League faz esforços, admitiu que será preciso fazer mais.
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“Ofensas do tipo que nós temos visto no futebol recentemente é chocante e totalmente inaceitável. Raheem Sterling está mostrando muita coragem em falar e devemos ouvir a ele e outros jogadores”, afirmou Scudamore. “Nös temos que apoiá-los e redobrar os nossos esforços para garantir que todos os envolvidos na nossa competição entendam que discriminação não será tolerada”, disse o dirigente.
“Nós nos esforçamos para tornar nosso espaço seguro e acolhedor para todos os torcedores. Somos uma competição de futebol multicultural e diversificada, nós temos jogadores de todas as origens e torcedores do mundo inteiro. Contudo, a necessidade de vigilância nunca foi maior já que as normas de decência na sociedade aparentemente estão mudando, particularmente com o advento das redes sociais”, escreveu Scudamore.
O dirigente ressaltou os esforços sendo feito para trabalhar dentro das comunidades pela Inglaterra, em nível educacional e programas com organizações contra discriminação, como a Kick It Out. Apesar disso, ele admitiu que ainda há muito para ser feito no sentido de trabalhar contra racismo e discriminação em geral.
“Enquanto o futebol fez enormes progressos e a sociedade fez grandes esforços em melhorar os comportamentos e atitudes, nós claramente não fizemos o suficiente”, afirma Scudamore. “Ao criar ambientes empolgantes, apaixonados, nós inadvertidamente criamos locais seguros para agressões excessivas para serem mostradas. Em nenhum outro lugar, nem na rua, nem em um pub, as pessoas seriam corajosas o suficiente para gritar ofensas a um grupo de jovens atletas muito em forma estando em tamanha proximidade”, alertou.
“Nós todos precisamos olhar de perto onde essa fronteira deveria estar: entre a adrenalina do apoio apaixonado e esse ódio e ofensa totalmente inaceitável mascarado de tribalismo. Nossos clubes, as autoridades e a Football Association (FA) estão trabalhando para uma melhora maior e urgente – é essencial para o futuro do jogo”, afirma ainda Scudamore.
Scudamore deixará o cargo d e presidente da Premier League depois de 19 anos no cargo.