Onda de adiamentos por covid-19 na Premier League segue em alta
Arsenal x Wolverhampton foi o último jogo a sofrer alteração de datas por infecção coletiva no elenco dos Wolves

A Premier League não planeja uma paralisação por conta da covid-19, mas a conta está chegando aos poucos para a Liga. Neste domingo, três dos jogos previstos foram adiados, e ao longo do dia, foi noticiado que o confronto entre Arsenal x Wolverhampton, marcado para a próxima terça-feira (28), também não acontecerá. Os surtos coletivos de coronavírus devem atrapalhar ainda mais o andamento do campeonato, além de ameaçar a isonomia da Liga.
O problema, que é um caso de saúde pública, não mais apenas assunto desportivo, tem voltado com força ao noticiário inglês. Apenas nesta rodada, tivemos ausências como a de Steven Gerrard e de Patrick Vieira no banco de Aston Villa e Crystal Palace, por conta da covid-19. A infecção de atletas e membros da comissão técnica, quando não provoca ausências, impede a realização de partidas por conta da impossibilidade de se escalar o número mínimo de atletas para a partida.
Nessa toada, a rodada do dia 26 de novembro teve três partidas adiadas: Liverpool x Leeds, Wolverhampton x Watford e Burnley x Everton, este anunciado poucas horas antes do pontapé inicial. No mês de dezembro, já foram 14 partidas remarcadas. A última a ser alterada foi entre Arsenal x Wolverhampton, que seria jogada na terça-feira. Será a segunda rodada consecutiva que os Wolves não entrarão em campo. O clube alega que testes positivos somados a lesões de atletas inviabilizaram a realização do confronto com os Gunners.
Está longe de acabar e não fazemos questão que acabe
O mais estarrecedor da situação não é apenas a imprevisibilidade de quais jogos serão adiados ou a questão do encaixe de datas no calendário. É a decisão da Premier League e de seus clubes de continuar com a tabela programada no fim do ano, ignorando as festas, reuniões familiares do elenco, bem como surtos que estão sendo cada vez mais comuns e mais amplos entre as equipes. A respeito disso, a Premier League emitiu um comunicado justificando sua decisão, o que talvez tenha piorado um pouco a imagem da liga no quesito de enfrentamento à pandemia.
“A Liga está ciente de que as decisões dessa semana de adiar partidas podem gerar chateação aos torcedores, mas entendemos a frustração nesta época do ano, quando a torcida fica ansiosa para comparecer e assistir jogos de futebol. A Premier League pretende promover transparência em suas decisões, mas infelizmente esses adiamentos precisam ser feitos em curto prazo, uma vez que a segurança é a nossa prioridade. Assim que possível, a Liga manterá os torcedores atualizados acerca das partidas que estão em risco durante as rodadas”, declarou a entidade.
Estima-se que a taxa de atletas totalmente vacinados na Premier League esteja em torno de 77%. Olhando para o número de atletas que não receberam uma dose sequer, a taxa é de 15%. Números preocupantes para uma Liga que é referência em nível técnico e organização. Em comparação às outras ligas mais relevantes da Europa, em que a taxa de atletas completamente vacinados está acima dos 90%, o panorama da Premier League não deve sofrer grandes mudanças até o fim desta temporada, a menos que a situação fuja do controle.
Não há obrigatoriedade de vacinação na Premier League, mas existem pequenas sanções e rotinas de isolamento aos atletas não-vacinados. E caso eles apresentem sintomas ou tenham contato com casos positivos, há uma obrigatoriedade de cumprimento de sete dias de isolamento, sem qualquer tipo de treinamento ou de escalação para partidas.
Ligas como a NBA, que também não possui obrigatoriedade de vacinação, estão sendo castigadas com surtos e ausências de atletas, o que também provocou partidas com equipes desfalcadas, adiamentos e até mesmo convocações emergenciais de jogadores que estavam sem contrato ou mesmo aposentados. Vá se preparando, amigo que acompanha a Premier League. O drama dos afastamentos por covid-19 está bem longe de acabar, sobretudo por conta de medidas paliativas ineficientes para controle da transmissão do vírus.