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O Chelsea mal assustou, e o Manchester United passeou à goleada que o garante na próxima Champions League

O lugar garantido entre os quatro primeiros sela uma ótima temporada de estreia de Erik ten Hag

O Manchester United precisava de apenas um empate nos últimos dois jogos, em Old Trafford, para garantir o principal objetivo da temporada. Não consegui-lo exigiria um desastre. E se o Chelsea poderia ser um adversário difícil em outras circunstâncias, não é o caso no momento, com técnico interino, excesso de jogadores e a cabeça nas férias. Os Red Devils precisaram de pouco mais do que uma bola parada e um ataque bem armado no fim do primeiro tempo para encaminhar a goleada por 4 a 1 que os coloca na Champions League pela quinta vez em sete anos.

Ao contrário de rivais que passaram por problemas nas últimas décadas, como Liverpool e Arsenal, o Manchester United não teve um período prolongado afastado da Champions League um dos privilégios de nunca ter deixado de ser um dos clubes mais ricos do mundo. A única vez desde a aposentadoria de Alex Ferguson em que passou duas temporadas fora do G4 foi entre 2015 e 2017, mas a conquista da Liga Europa nesse segundo ano com José Mourinho valeu a classificação.

O United decidiu deixar a grife de lado e apostar em um treinador com ideias claras, um estilo de jogo bem definido, excelente no campo de treinamento e no desenvolvimento de talento. O começo do trabalho de Erik ten Hag não foi perfeito. Ele precisou lidar com Cristiano Ronaldo nos primeiros meses, sofreu derrotas pesadas, para o Bretnford e para o Liverpool, por exemplo, e também conquistou a Copa da Liga Inglesa e chegou à final da Copa da Inglaterra. Para definitivamente ter um balanço positivo em sua primeira temporada, precisaria garantir a vaga na Champions League.

Ela parecia muito bem encaminhada. O United não deixou a zona de classificação desde a virada do ano. No entanto, um empate com o Tottenham e derrotas para Brighton e West Ham, combinados com a arrancada do Liverpool, colocaram um pouco de pressão. O United respondeu bem, batendo Wolverhampton, Bournemouth e agora o Chelsea nas últimas três rodadas e precisa de apenas uma vitória contra o Fulham, no próximo fim de semana, para assegurar o terceiro lugar.

O Chelsea terá sua pior pontuação na história da Premier League porque simplesmente não conseguiu montar um time, apesar do mercado mais caro de todos os tempos, e apenas se arrastou nas rodadas finais sob o comando interino de Frank Lampard. Qualquer esperança de que pudesse pelo menos atrapalhar a vida de um rival caiu por terra, aos cinco minutos, quando Christian Eriksen cobrou falta para Casemiro desviar de cabeça.

Curiosamente, os visitantes melhoraram depois do gol, talvez porque o United se sentiu confortável demais. Havertz apareceu livre entre os zagueiros e cabeceou para fora, aos 31 minutos, e depois Enzo Fernández deixou Gallagher na cara do gol. O chute cruzado tirou tinta da trave. Entre todos os reforços milionários que contratou nos últimos dez anos, com diferentes níveis de sucesso, poucos (talvez nenhum) causaram impacto imediato tão grande quanto Casemiro, e este jogo meio que encapsulou a sua importância.

Além da mentalidade vencedora e do equilíbrio que fornece ao meio-campo, Casemiro está decisivo no campo de ataque. Além do gol, deu um passe brilhante para deixar Jadon Sancho na cara do goleiro. Bastou um toque para o lado esquerdo, onde Anthony Martial apareceu para fazer o segundo gol. No começo da etapa final, Kepa ainda fez uma linda defesa em cima da linha para evitar o que seria um golaço de Eriksen, com uma chaleira após cruzamento de Tyrell Malacia, mas a partida rapidamente entrou em modo administração.

Deu tempo de fazer o terceiro porque Bruno Fernandes é um jogador excepcional. Ele dominou na ponta esquerda e girou dando uma caneta em Wesley Fofana, que o derrubou dentro da área. O árbitro Stuart Attwell hesitou um pouco, mas apontou à cal. Fernandes cobrou com elegância para ampliar a vantagem. Em ritmo de treino, ou de churrasco, Fofana atravessou a bola na sua própria área, sem nenhuma força, Fernandes interceptou e rolou para Rashford, que precisou bater duas vezes antes de vencer Kepa e empurrar a bola às redes vazias. No apagar das luzes, João Félix arrancou do meio-campo à entrada da área e bateu cruzado para fazer um dos gols menos consequentes da história do futebol inglês. 2

Para o que foram os últimos dez anos do Manchester United, desde a aposentadoria de Ferguson, a primeira temporada com Ten Hag foi muito boa. Até ótima. Alguns hábitos ruins foram deixados para trás. Os piores resultados foram recebidos por reações duras do treinador, incluindo broncas públicas. Existe uma espinha dorsal, uma fundação sobre a qual construir, e claro espaço para melhorar pelo mercado – como na posição de centroavante, talvez mais profundidade na defesa e no meio-campo. No começo de junho, o ótimo pode se tornar excelente se o United conseguir derrotar o Manchester City na final da Copa da Inglaterra.

Man Utd

4-2-3-1
29
Aaron Wan-Bissaka
gb
19
Raphael Varane
fr
2
Victor Lindelof
se
23
Luke Shaw
gb
18
Casemiro
br
14
Christian Eriksen
dk
21
Antony Santos
br
8
Bruno Fernandes
pt
25
Jadon Sancho
gb
9
Anthony Martial
fr
Substitutos
20
Diogo Dalot
pt
27
Wout Weghorst
nl
12
Tyrell Malacia
nl
17
Fred
br
10
Marcus Rashford
gb
5
Harry Maguire
gb
31
Jack Butland
gb
49
Alejandro Garnacho
ar
39
Scott Mctominay
gb

Chelsea

4-3-3
1
Kepa Arrizabalaga
es
28
Cesar Azpilicueta
es
14
Trevoh Chalobah
gb
33
Wesley Fofana
fr
67
Lewis Hall
gb
17
Carney Chukwuemeka
gb
8
Enzo Fernandez
ar
23
Conor Gallagher
gb
11
Noni Madueke
gb
29
Kai Havertz
de
10
Mykhailo Mudryk
ua
Substitutos
46
Alfie Gilchrist
gb
27
David Datro Fofana
ci
6
Thiago Silva
br
26
Kalidou Koulibaly
sn
10
Christian Pulisic
us
22
Hakim Ziyech
ma
11
Joao Felix
pt
12
Ruben Loftus-Cheek
gb
16
Edouard Mendy
sn
Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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