O Chelsea deu bons sinais, mas tem muito trabalho pela frente – assim como o Liverpool
O principal jogo da primeira rodada da Premier League foi divertido e aberto, entre dois times ainda em construção

O Liverpool começou bem. Colocou bola no travessão, abriu o placar, quase fez o segundo e encaixou jogadas bem trabalhadas. Também defendeu mal e não conseguiu ter controle do meio-campo. O Chelsea começou em apuros, mas conseguiu dominar a posse e ameaçar nos contra-ataques, sem converter as oportunidades que criou para vencer. O empate por 0 a 0 no oeste de Londres foi divertido e mostrou dois times com qualidades que ainda precisam melhorar para buscar seus objetivos na Premier League.
Chelsea com três zagueiros
Mauricio Pochettino costuma gostar mais de armar suas equipes em um 4-2-3-1, como fez no Tottenham e nos amistosos de preparação, mas preferiu encarar o Liverpool com três zagueiros. Axel Disasi, Thiago Silva e o jovem Levi Colwill foram os titulares, com Reece James e Ben Chilwell abertos pelos lados. Carney Chukwuemeka, Enzo Fernández e Conor Gallagher deram sustentação para a dupla de ataque, com Raheem Sterling e Nico Jackson. Ainda sem um primeiro volante contratado, Jürgen Klopp colocou Alexis Mac Allister como camisa 5, com Cody Gakpo completando o meio-campo com Dominik Szoboszlai. Diogo Jota foi titular no comando de ataque, flanqueado por Salah e Luis Díaz.
#PremierLeague ???????
Enzo Fernández foi o Destaque Sofascore de Chelsea 1-1 Liverpool!
? 117 ações c/ a bola (!)
✅ 83/92 passes certos (90%!)
↗️ 10/11 bolas longas certas (91%!)
? 6/10 duelos ganhos (60%)
? 2 passes decisivos
?️ 1 grande chance criada
? Nota Sofascore 8.1 pic.twitter.com/vqLHeWtTXz— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) August 13, 2023
Luis Díaz, também um reforço
O Liverpool forçou seus esforços no meio-campo, o que era necessário. Não precisava de novos atacantes após trazer Darwin Núñez e Cody Gakpo ano passado. Mas recebeu praticamente um reforço com a recuperação de Luis Díaz, que passou seis meses machucado e mal conseguiu ajudar na última Premier League. O colombiano havia mostrado suas qualidades nos amistosos e foi responsável por abrir o placar aos Reds em Stamford Bridge.
O Liverpool começou bem a partida. Gakpo achou Salah, que dominou na entrada da área, girou e bateu de perna direita, no travessão. Logo aos 18 minutos, fez 1 a 0 em uma linda jogada. Começou com um lançamento de Mac Allister à ponta direita, onde Salah dominou, trouxe para dentro e descolou um passe que cortou a defesa do Chelsea. Díaz se esticou e desviou de perna esquerda para marcar.
Chelsea reage e encurrala o Liverpool
Se o Liverpool tem um novo meio-campo, o Chelsea está partindo praticamente de uma folha em branco, após mais de uma dezena de saídas, um novo técnico e alguns novos reforços. A aposta é em juventude e, depois de um começo mais complicado, conseguiu começar a praticar um bom futebol. Primeiro, teve que respirar aliviado quando o segundo gol do Liverpool, marcado por Salah, foi anulado. Mas não demorou para conseguir o empate, quando um toque de cabeça de Chilwell encontrou o estreante Axel Disasi livre na cara de Alisson, que não saiu muito bem do gol.
Após o empate, o Chelsea passou a dominar a partida. Enzo Fernández lançou nas costas da defesa, e Chilwell driblou Alisson antes de marcar outro gol anulado por impedimento. Reece James encontrou Nico Jackson para uma finalização perigosa ainda no primeiro tempo. O domínio dos donos da casa aumentou após o intervalo. O Liverpool conseguiu algumas finalizações nos minutos iniciais, mas passou meia hora em branco, enquanto levava golpes em transição que quase terminaram nas redes.
Não foi uma boa apresentação defensiva dos Reds, e Alisson teve que salvar mais de uma vez. Barrou Chilwell cara a cara, depois de um ótimo tapa de Enzo Fernández, e depois fez o mesmo com Nico Jackson, que arrancou em contra-ataque pela esquerda até entrar na área. O curioso das melhores chances terem saído em transição é que o Chelsea teve mais de 60% de posse de bola.
O Liverpool ainda quase conseguiu a vitória após um erro de passe do goleiro Robert Sánchez na saída de bola. Mac Allister chegou dando um tapa, mas Núñez errou o domínio e deixou escapar. Depois, o uruguaio mandou um chute colocado de fora da área, com desvio, que passou perto da trave. O Chelsea encaixou um último contra-ataque, puxado por Nico Jackson. Mudryk recebeu, driblou Alisson e perdeu o ângulo. Rolou para Ian Maatsen, mas Mac Allister aparece na hora certa para pressionar.
Chelsea e Liverpool ainda precisam melhorar
O sucesso do Liverpool com Klopp se baseou em um meio-campo físico, que mantinha o time no ataque com interceptações, desarmes e ganhando a bola pelo alto. Szoboszlai, Mac Allister e Gakpo são muito técnicos, mas não são exatamente fortes. Será necessária uma adaptação não apenas das peças, mas também da maneira de jogar. A falta de um primeiro volante como os especulados Roméo Lavia e Moisés Caicedo ficou clara na dificuldade para manter a posse de bola e matar contra-ataques.
O Chelsea colocou um time em campo, com organização coletiva, ideias, movimentos coordenados, todas essas coisas que deixou de lado enquanto empilhava jogadores na temporada passada. Esse foi um alento para a torcida da casa. Mas ainda está em um estágio inicial de desenvolvimento, aposta em uma coleção de jovens e precisa recuperar medalhões, principalmente Raheem Sterling, que teve uma tarde apagada. Uma falha permanece, porém: muito desperdício de chances que poderiam, e até deveriam, ter lhe dado a vitória.