Mourinho e Ancelotti não travaram um duelo à altura de suas histórias

Quando Tottenham e Everton entraram em campo, nesta segunda-feira, havia cinco títulos de Champions League no banco de reservas, e, em campo, dois clubes entre os sete mais ricos da Inglaterra, e o fato de o sexto duelo entre José Mourinho e Carlo Ancelotti, vencido pelos Spurs por 1 a 0, com um gol contra, ter sido tão fraco é um sinal preocupante.
Os dois assumiram seus times no meio da temporada e ainda não tiveram a oportunidade de mexer muito nos elencos para deixá-los com suas caras, e a escassez de chance talvez seja uma vitória das defesas, geralmente bem armadas por ambos, mas o Tottenham praticamente dependeu de Son para levar perigo, e o Everton apenas meio que pressionou em busca do empate na base da bola parada.
O único gol foi marcado aos 24 minutos e, naturalmente, surgiu de um chute de média distância de Son. Bloqueado, a bola voltou ao sul-coreano, que deixou com Kane. Seu chute também parou na defesa e sobrou para Lo Celso. O argentino girou e provavelmente erraria o alvo não fosse o desvio em Michael Keane que matou Pickford.
Antes do intervalo, o Tottenham cobrou duas faltas relativamente perigosas e causou um susto, em cobrança de escanteio, que Pickford furou ao tentar interceptar. O Everton, aos 50 minutos, enfim teve uma boa situação quando Richarlison bateu cruzado da entrada da área, perto da trave.
O segundo tempo foi dominado por Son, responsável por três chutes bem perigosos. Ganhou de um lento Yerri Mina na velocidade e bateu cruzado para defesa de Pickford. Em seguida, recebeu nas costas da defesa, girou, buscou espaço com a perna direita e mandou colocado para fora. Lucas Moura, um dos únicos que forneceu bom apoio ao sul-coreano no setor ofensivo, abriu com ele, pela esquerda, e Pickford fez outra boa intervenção.
O Everton não teve chance de empatar que fosse digna de nota na etapa final, e os dois times, combinados, deram apenas cinco chutes certos ao gol em todo o jogo.
Ancelotti tirou o Everton de uma draga danada quando assumiu, na época do Natal, elevou o clube à parte de cima da tabela e até esboçou uma briga por vaga em Champions League, mas, apesar de apenas quatro derrotas pela Premier League, perdeu duelos chave, como o desta segunda-feira e também contra o Arsenal e o Chelsea, antes da paralisação.
Quando chegou a hora de realmente se colocar no pelotão de cima, bateu a cabeça no teto e caiu para o meio da Premier League. Agora, está a quatro pontos do oitavo lugar e a três do sétimo, e ficaria muito satisfeito se disputasse as fases preliminares da próxima Liga Europa.
O Tottenham tem maiores ambições, após três temporadas seguidas de Champions League, e necessidade financeiras, por precisar pagar seu novo estádio. Mourinho até chegou a comandar alguns jogos interessantes, assim que substituiu Mauricio Pochettino, mas esta magra vitória foi apenas sua segunda nas últimas sete rodadas. Lesões de Kane e Son no começo do ano atrapalharam a campanha.
Resultado é que, a cinco rodadas do fim, pelo menos o quinto lugar, que pode dar vaga à Champions League caso a punição ao Manchester City seja ratificado, está a sete pontos de distância.
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