Premier League

Poucas vezes alguém esteve tão bravo quanto Mikel Arteta com o gol do Newcastle

O gol do Newcastle foi revisado para três infrações diferentes, e o técnico do Arsenal acha que mais de uma delas deveria tê-lo anulado

Tranquem as portas no norte de Londres porque Mikel Arteta está lívido. Absolutamente lívido. O treinador do Arsenal não se conformou que o gol do Newcastle neste sábado, que decidiu a vitória dos donos da casa no St. James’s Park por 1 a 0, foi confirmado após três checagens do árbitro de vídeo. Sem fazer questão de diversificar o seu vocabulário, repetiu várias vezes a palavra vergonha e disse que o nível dos apitadores da Inglaterra não está à altura da liga que se considera a melhor do mundo.

O lance foi realmente incomum. A primeira checagem determinou que a bola não saiu quando Joe Willock recolheu o chute cruzado de Jacob Murphy na bandeirinha de escanteio. E se não há imagem conclusiva de que passou totalmente da linha, a falta de Joelinton em Gabriel Magalhães pareceu clara após o cruzamento à segunda trave. Ainda houve uma terceira revisão para determinar que Anthony Gordon estava atrás da linha da bola antes de estufar as redes quase em cima da linha.

– Temos que falar sobre como diabos esse gol foi confirmado – começou Arteta, em sua entrevista coletiva. – É incrível. Eu me sinto envergonhado, mas preciso vir aqui e tentar defender o clube e pedir ajuda porque é uma vergonha que esse gol foi confirmado. Uma absoluta vergonha. Por vários motivos não foi gol. Por mais de uma razão não foi gol. Tem tanta coisa em jogo. Trabalhamos tantas para competir no nível mais alto. É vergonhoso. Eu me sinto envergonhado. Tenho mais de 20 anos neste país e não é nem perto do nível da melhor liga do mundo.

– É inaceitável. Há muita coisa em jogo. Não quero ficar nas mãos dessas pessoas. Eu não sei como me sentir. Estou perdendo tempo, estamos perdendo tempo. É difícil o bastante competir com o Newcastle. Eles são um time muito bom. (O fato de que houve três checagens) piora a situação. Você precisa ver apenas uma imagem e dizer “ok, chega”. Então, se em dúvida, checa a segunda e estão dizendo que foi gol. Tudo bem então. Eu me sinto enojado, enojado – disse.

Ao ser questionado diretamente qual irregularidade ele acredita que deveria ter sido marcada, a saída de bola, a falta ou o impedimento, Arteta não entrou em detalhes.

– Essa é a pergunta mesmo. Não foi gol, é simples. Para um gol ser confirmado, há certas coisas antes dele que não são permitidas, aqui, na China, no Japão, na Itália, em Portugal, na Espanha. É isso que acontece. Perdemos três pontos. É muito difícil, essa liga é muito difícil, tem muita coisa em jogo. Eu tenho que elogiar meus jogadores. Não está no controle deles. Eu tenho que elogiar como jogaram, como limitaram o Newcastle, é incrível – completou.

“Ele pula com as duas mãos nas minhas costas”

Em entrevista à ESPN Brasil depois da partida, o zagueiro brasileiro Gabriel Magalhães afirmou que “com certeza” sofreu falta de Joelinton que “pulou com as duas mãos nas minhas costas”. O jogador do Newcastle, porém, acredita que não fez nada de errado.

– É contato. Futebol tem contato. Eu subi para atacar a bola e, claro, tem um pouco de apoio, mas não acho que era para ser falta. Estou feliz pelo juiz ter dado para a gente desta vez. Vários jogos que já fomos prejudicados e dessa vez ele tomou a decisão correta. Acho que ele (Gabriel) está no direito dele de reclamar, mas, para mim, não foi falta. Tentei atacar a bola e no campo houve várias ocasiões parecidas com zagueiro, atacante, e não teve falta. Para mim, dentro da área é a mesma coisa – afirmou Joelinton ao microfone da ESPN Brasil.

Eddie Howe, técnico do Newcastle, acha que foi um gol perfeitamente legal.

– Pareceu gol legal para mim. Estamos no escuro. Ficamos na lateral do gramado vendo o VAR no monitor, mas sem imagens. Cada checagem do VAR que acontecia achávamos que nos custaria no fim. Talvez Mikel tenha visto algo que eu não vi. Não tenho ideia do que estava acontecendo com as checagens do VAR. Foi bizarro ter três – encerrou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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