Premier League

Michail Antonio se tornou o maior artilheiro do West Ham na era Premier League: confira quem são os goleadores dos outros clubes

Michail Antonio chegou aos 49 gols pelo West Ham na Premier League, superando a marca estabelecida por Di Canio em 2003

O West Ham viveu uma noite duplamente histórica nesta segunda-feira. A vitória por 4 a 1 sobre o Leicester colocou os Hammers na liderança da Premier League, o que não acontecia desde agosto de 2006. Porém, se tal alegria tende a não durar tanto, outra marca batida no Estádio Olímpico de Londres deve ser mais desfrutada: Michail Antonio se tornou o maior artilheiro do clube na era Premier League – considerando os jogos a partir de 1992/93. Com seus dois tentos contra o Leicester, o jamaicano chegou a 49 gols pelos londrinos na competição. Superou os 47 estabelecidos por Paolo Di Canio em 2003. O idolatrado Mark Noble é outro que pode tomar a segunda posição em breve, com 46 gols.

Michail Antonio possui uma história bastante especial. O atacante não passou pelas categorias de base dos clubes profissionais. Até foi aprovado numa peneira do Tottenham, mas a mãe o faria recusar a oportunidade, temendo que as viagens ao norte de Londres atrapalhassem os estudos do garoto. Já em suas tentativas nos clubes do sul da capital, ele sempre recebia o não “por ser muito baixo”. O adolescente completou seu ensino técnico em educação física e, para complementar a renda em casa, trabalhava como salva-vidas numa piscina pública. Enquanto isso, seguiu carreira amadora no Tooting & Mitcham United, pelo qual estreou na sétima divisão.

“Muitos dos meus amigos que eram maiores do que eu na escola conseguiram entrar na base dos clubes profissionais, mas nenhum é profissional agora. E nenhum colocou a camisa da seleção. Jogar na non-league me fez ser quem eu sou, porque eu tive que jogar contra homens. Eu não sou um jogador refinado na base, que vai pegar a bola, passar e jogar bonito o tempo todo. Eu sou um jogador que vai correr  de ponta a ponta. As pessoas dizem que eu sou cru, algumas não gostam disso. Mas você não pode ser refinado e também saltar sobre os adversários para marcar gols”, afirmou Antonio, quando recebeu a primeira convocação à seleção inglesa – antes de optar pela seleção jamaicana no último ano.

Antonio permaneceu no Tooting & Mitcham até os 19 anos, quando foi descoberto pelo Reading na non-league. Ainda assim, rodou bastante por clubes da segunda e da terceira divisão até virar aposta do West Ham em 2015/16, comprado após se destacar no Nottingham Forest. Em Londres, o atacante se tornou um dos jogadores mais queridos pela torcida, por sua dedicação dentro de campo e também por sua capacidade de decisão. Entre os altos e baixos dos Hammers, virou um dos protagonistas do sucesso na última temporada.

Durante suas primeiras temporadas no West Ham, Michail Antonio costumava ser escalado pelos lados do campo, para aproveitar sua velocidade. Geralmente entrava como ponta direita, mas até de lateral quebrou um galho. Ainda assim, era um jogador que contribuía bastante com gols para sua posição. A utilização como um coringa em diversos setores continuou até a temporada 2019/20, quando David Moyes o firmou como homem de referência no ataque. Ainda que a sequência do camisa 9 tenha sido atrapalhada por algumas lesões, ele contribuiu com dez gols em cada uma das duas últimas campanhas na Premier League, sem deixar de registrar também suas assistências.

Já nesta nova campanha, o início de Michail Antonio é excelente. O atacante marcou três gols nas primeiras duas rodadas, dando indícios claros de que pode bater suas marcas pessoais. E as seis temporadas anteriores em alto nível com os Hammers permitiram que ele superasse Di Canio. A comemoração do gol histórico no Estádio Olímpico, aliás, seria icônica, com o jamaicano beijando um boneco com sua fotografia na beira do campo. A média pode não ser impressionante, com 49 gols e 27 assistências em 161 aparições, mas corresponde à importância e à regularidade de Antonio. Num clube com ambições geralmente modestas, como o West Ham, tal número valeu a história. E poderá valer mais, caso os Hammers ampliem a ascensão iniciada em 2020/21.

Cabe dizer que Michail Antonio passa longe da lista de maiores artilheiros da história do West Ham no Campeonato Inglês, considerando também o período anterior à Premier League. Vic Watson balançou as redes 326 vezes na primeira divisão entre 1920 e 1935. Para entrar no Top 10, o jamaicano precisaria de 100 gols, igualando Martin Peters e Malcolm Musgrove. É uma marca possível, mas difícil, considerando que o atacante fará 32 anos ao final desta temporada. Tudo depende de Antonio desfrutar o momento e surfar na boa onda atual dos Hammers.

Abaixo, aproveitando levantamento feito pela FourFourTwo, listamos os nomes dos maiores artilheiros de cada clube na era Premier League. Foram considerados todos os times com ao menos uma temporada completa na elite desde 1992/93 – sem incluir o Brentford, promovido para a atual campanha. Confira:

Arsenal – Thierry Henry, 175 gols
Aston Villa – Gabriel Agbonlahor, 73 gols
Barnsley – Neil Redfearn, 10 gols
Birmingham – Mikael Forssell, 29 gols
Blackburn – Alan Shearer, 112 gols
Blackpool – DJ Campbell, 13 gols
Bolton – Kevin Davies, 68 gols

Bournemouth – Joshua King, 48 gols
Bradford City – Dean Windass, 13 gols
Brighton – Glenn Murray, 26 gols
Burnley – Chris Wood, 46 gols
Cardiff City – John Mutch, sete gols
Charlton – Jason Euell, 34 gols
Chelsea – Frank Lampard, 147 gols

Coventry City – Dion Dublin, 61 gols
Crystal Palace – Wilfried Zaha, 47 gols
Derby County – Dean Sturridge, 32 gols
Everton – Romelu Lukaku, 68 gols
Fulham – Clint Dempsey, 50 gols
Huddersfield – Steve Mounié, nove gols
Hull City – Nikica Jelavic, 12 gols

Ipswich – Marcus Stewart, 25 gols
Leeds United – Mark Viduka, 59 gols
Leicester – Jamie Vardy, 119 gols
Liverpool – Robbie Fowler, 128 gols
Manchester City – Sergio Agüero, 184 gols
Manchester United – Wayne Rooney, 183 gols
Middlesbrough – Hamilton Ricard, 31 gols

Newcastle – Alan Shearer, 148 gols
Norwich – Chris Sutton, 33 gols
Nottingham Forest – Bryan Roy, 24 gols
Oldham – Graeme Sharp, 16 gols
Portsmouth – Yakubu, 28 gols
QPR – Les Ferdinand, 60 gols
Reading – Kevin Doyle, 19 gols

Sheffield United – Brian Deane, 15 gols
Sheffield Wednesday – Mark Bright, 48 gols
Southampton – Matt Le Tissier, 100 gols
Stoke City – Peter Crouch, 45 gols
Sunderland – Kevin Phillips, 61 gols
Swansea – Gylfi Sigurdsson, 34 gols
Swindon Town – Jan Age Fjortoft, 12 gols

Tottenham – Harry Kane, 166 gols
Watford – Troy Deeney, 47 gols
West Brom – Peter Odemwingie, 30 gols
West Ham – Michail Antonio, 49 gols
Wigan – Hugo Rodallega, 24 gols
Wimbledon – Dean Holdsworth, 58 gols
Wolverhampton – Raúl Jiménez, 34 gols

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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