Manchester City contra-ataca e tem vitória em julgamento contra Premier League
Citizens receberam indicação de que podem ter vencido processo contra a liga referente a acordos comerciais com empresas de mesmo dono dos clubes
Enquanto enfrenta o “Julgamento do Século” por supostas 115 violações financeiras entre 2009 e 2023, o Manchester City parece ter conseguido contra-atacar a Premier League.
O jornal inglês The Times publicou em junho deste ano que o clube estava processando a liga em uma ação “sem precedentes”, alegando preconceito contra os proprietários do Golfo, criticando uma “tirania da maioria” e, principalmente, questionando as regras regem as Transações com Partes Associadas (APT), que influenciam na janela de transferências.
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Essas regras foram introduzidas em dezembro de 2021 (e revisadas em janeiro de 2024), época da compra do Newcastle pelo fundo da Arábia Saudita, como uma medida de impedir que empresas ligadas aos donos dos times não possam inflacionar contratos de patrocínio para os respectivos clubes e precisariam respeitar o “valor de mercado”.
No caso do Manchester City, que pertence à família real de Abu Dhabi, eles são patrocinados pela Etihad Airways, empresa também do país árabe que não pode colocar o valor que quiser no contrato do clube.
Os Citizens precisam respeitar o valor justo do mercado atual e próximo deles. Por exemplo, quanto o Manchester United recebe de patrocínio da Snapdragon, uma empresa sem qualquer ligação com o dono do time vermelho.
Segundo os azuis de Manchester, essas regras violam a lei de concorrência no Reino Unido, e teriam causado prejuízo nas receitas do City.
Manchester City com boa notícia em processo
Agora, o que mudou para o time de Pep Guardiola é que, nesta quinta-feira (26), deveria ter sido votada na Assembleia de Acionistas da Premier League uma mudança na APT relacionada a informações comerciais de todos os clubes, que são obrigados a ceder esses dados à liga.
No entanto, a pauta foi tirada na última noite, o que, segundo o The Times, é interpretado como uma vitória do City no processo contra o Campeonato Inglês sobre as Transações com Partes Associadas e indica que o painel independente que avalia o caso entende que há necessidade de alteração na APT.
— De acordo com fontes, a retirada de “última hora” está sendo interpretada como uma indicação de que uma equipe jurídica do City, liderada pelo advogado Lord Pannick KC, certamente obteve algum sucesso em convencer um painel independente de que as regras sobre acordos de patrocínio precisam ser alteradas. — escreveu o jornal The Times.
Publicado por @eplmaxVer no Threads
Procurada pelo periódico inglês para comentar, um porta-voz da Premier League disse: “Como vocês sabem, não estamos em posição de comentar”.
Caso as regras sejam realmente alteradas neste processo, o Manchester City poderia se beneficiado no caso das 115 acusações, pois diminuiria parte das violações sobre acordos comerciais, impactando na possível punição que o clube pode levar ao fim do julgamento.
115 violações no processo mais famoso: do que o Manchester City é acusado?
O City teria violado regras da PL desde 2009 até 2023, período que “não apresentou informações precisas”, garante a organização da liga.
O clube também não teria entregado documentos por cinco temporadas (2018-23); não cooperado com as investigações; não detalhado o pagamento ao ex-técnico Roberto Mancini entre 2009 e 2013; e não fornecido informações sobre as remunerações dos jogadores entre 2010 e 2016.
De multa a rebaixamento: as possíveis punições aos Citizens
Se condenado, os Citizens enfrentarão sanções que podem até os tirar da Premier League.
Segundo o jornal Daily Star, existem oito possíveis punições, dentre as mais leves, alerta formal ou multa, às mais graves, que são desclassificações ou exclusões de competições, além de transfer ban ou limitação no número de inscrição de jogadores.
O resultado do julgamento só será conhecido em 2025.
O que o clube diz?
Quando os Citizens foram oficialmente acusados, a gestão publicou um comunicado se dizendo “surpresa” porque cedeu à Premier League “grande quantidade” de materiais detalhados e se envolveu “amplamente”.
O City Football Group, empresa da família real de Abu Dhabi, acredita que existe um conjunto de “evidências irrefutáveis” que darão ao time a inocência.
— Sinto pelos nossos torcedores e por todos os associados ao clube ter essas acusações constantemente referenciadas. Este processo está demorando mais do que qualquer um esperava, mas é o que é, e eu sempre repeti, seremos julgados pelos fatos, e não por alegações e reconvenções. — disse Khaldoon Al-Mubarak, presidente do Manchester City.