Presidente de LaLiga pressiona Premier League a punir o Manchester City: ‘Fatos são claros’
Javier Tebas critica clube de Manchester e pede 'pulso firme' da liga inglesa no caso
Começou nesta segunda-feira (16) o que a imprensa britânica tem chamado de “julgamento do século”, pauta referente às 115 acusações de fair play financeiro da Premier League contra o Manchester City.
Atento ao julgamento, Javier Tebas, presidente de LaLiga, fez coro para que a liga inglesa puna os Citizens. Segundo o mandatário, os fatos do processo são claros, e o clube de Manchester não pode escapar ileso.
— A Premier League não deve ceder à pressão, certo? O Manchester City é apenas mais um clube e, quando você lidera uma federação, você tem que agir. A Premier League não deve fazer distinções entre clubes grandes e pequenos, importantes e ‘não importantes' — disse Tebas em entrevista ao GiveMeSport.
— Posso dizer que todos sabem como o City tem agido nos últimos anos. Espero que seja apenas uma questão de prova e que a Premier League saiba agir bem, porque os fatos são claros. Falei com muitos clubes da Premier League e a maioria entende que o City deveria ser sancionado — concluiu.
Inicialmente, as audiências de uma comissão independente da Premier League estavam previstas para acontecer em novembro. No entanto, tal determinação foi antecipada para começar neste mês de setembro.
A tendência é que o processo dure de 10 a 12 semanas e que, passados potencias recursos, o veredito saia entre março e junho de 2025.
Quais são as acusações contra o Manchester City?
As supostas violações financeiras do Manchester City teriam ocorrido entre 2009 e 2018. O clube é acusado de ter infringido as regras da Premier League, que exigem “boa-fé” na hora de declarar informações e “que forneçam uma visão verdadeira e justa da posição financeira da instituição”.
Abaixo, a Trivela destaca algumas das principais acusações contra o City no processo:
- Não apresentar informações financeiras precisas por nove temporadas;
- Não divulgar detalhes completos do pagamento ao ex-técnico Roberto Mancini durante quatro temporadas (2009 – 2013);
- Não fornecer informações completas referentes a remuneração de jogadores — incluindo a do ex-meia Yaya Touré — por seis temporadas (2010 – 2016);
- Não cooperar com investigações;
- Não entregar documentos conforme exigido durante cinco temporadas (2018 – 2023).
Possíveis punições
Caso seja considerado culpado em algumas ou todas as acusações, o Manchester City poderá perder muitos pontos na Premier League. O clube, inclusive, corre o risco de rebaixamento e, até mesmo, expulsão da competição.
Abaixo, destaca-se oito possíveis punições ao clube, das mais brandas às mais graves:
- alerta formal;
- multa;
- dedução de pontos;
- dedução de receitas de competições europeias;
- transfer ban (proibição de contratar novos jogadores);
- limitação no número de jogadores inscritos por competição;
- desclassificação de competições;
- exclusão de competições.
Vale lembrar que, na temporada passada da Premier League, Everton e Nottingham Forest sofreram deduções de pontos por violações únicas das regras de lucro e sustentabilidade do torneio.
Tebas relembra da sanção da Uefa que o TAS revogou
Por entender que o Manchester City inflacionou as receitas de patrocínio entre 2012 e 2016, a Uefa proibiu, em 2020, o clube inglês de disputar competições europeias durante duas temporadas.
A proibição, entretanto, acabou revogada pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que reduziu a multa de 25,3 milhões de libras para 8,4 milhões de libras. Decisão essa, criticada por Javier Tebas.
— São mais de 115 acusações. Não sei tudo, mas sei o que aconteceu com o caso da Uefa do Manchester City, e muito bem. Não esqueçamos que a Uefa sancionou o City por não permitir que eles disputassem a Champions League. Depois, o TAS, numa decisão bastante polêmica, os absolveu em vez de indiciá-los. Eu diria que essa foi uma das maiores falhas da história do TAS em uma questão jurídica — opinou.