Liverpool e Arsenal fizeram um jogaço e empataram — melhor aos Gunners, líderes da Premier League
O 1 x 1 entre Liverpool e Arsenal teve boas chances para os dois lados, especialmente aos Reds
Como de praxe nos jogos entre os times do Big Six, Liverpool e Arsenal entregaram um nível muito alto de futebol, intenso e recheado de chances neste sábado (23), em Anfield. No fim, acabou empatado em 1 x 1 o jogo 18ª rodada da Premier League, gols marcados por Gabriel Magalhães e Mohamed Salah. O resultado favoreceu os Gunners, que serão os líderes do Campeonato Inglês pelo segundo natal consecutivo, dessa vez somando 40 pontos, um a mais que a equipe de Jurgen Klopp.
Sedente, Arsenal abriu o placar com três minutos; Liverpool empatou com dupla Arnold-Salah
Os minutos iniciais foram de um Arsenal a fim de sufocar o Liverpool. A formação, novamente muito ofensiva, com dois meias-atacantes no meio-campo (Kai Havertz e Martin Odegaard), tinha apenas Declan Rice como volante. No ataque, como sempre, os pontas Bukayo Saka e Gabriel Martinelli (este, às vezes trocando de posição com o centroavante Gabriel Jesus) ficavam bem abertos pelos lados do campo. Por isso, os laterais Oleksandr Zinchenko e Ben White atuavam por dentro.
Em 30 segundos, Saka já partiu para cima da marcação, cruzou rasteiro de perna direita e Alisson espalmou. Na sobra, Gabriel Jesus bateu colocado e a defesa afastou, quase tomando o caminho das redes. No escanteio, novamente o atacante brasileiro finalizou, dessa vez em desvio fraco na primeira trave. Amassando, o Arsenal abriu o placar com três minutos. Cobrança de falta de Odegaard chegou em Gabriel Magalhães, completamente sozinho, cabecear no meio da área e superar o arqueiro dos Reds.
Enfim, após o gol, o Liverpool passou a rodar a bola, reter a posse e era possível enxergar a estrutura tática da equipe. Como tem acontecido desde o fim da temporada passada, o lateral-direito Trent Alexander-Arnold faz o movimento para dentro no momento ofensivo e vira um meio-campista ao lado do japonês Wataru Endo, liberando os meias Curtis Jones e Dominik Szoboszlai a subirem um pouco mais. No ataque, Cody Gakpo era o homem mais centralizado, com Luis Díaz à esquerda e Mohamed Salah à direita.
Agora com campo para contra-atacar, os Gunners voltaram a dar perigo com uma jogada do trio Saka-Martinelli-Jesus, finalizada pelo último já na área, passando por cima do gol. A resposta dos Reds, em seguida: cruzamento com desvio de Gakpo chegou em Salha na segunda trave, chutando na rede pelo lado de fora. O ritmo alucinante, lá e cá, intenso como esperado pela forma como jogam os dois times, marcou os primeiros 15 minutos.
Pós a loucura inicial, o jogo perdeu o ritmo. E nesse momento menos veloz, aos 28 minutos, Alexander-Arnold deu um lançamento perfeito do campo de defesa, direto para ponta direita onde estava o Rei Egípcio. Salah partiu para cima de Zinchenko, limpou para canhota e fuzilou no canto de David Raya, que pouco pôde fazer. O décimo gol do atacante contra os Gunners, a sétima assistência do inglês em jogos contra o Arsenal.
Pouco após meia hora, Jurgen Klopp teve que fazer uma mudança em um lance inusitado. Saka disputou com Konstantinos Tsimikas, que caiu e derrubou o próprio técnico alemão. O grego sentiu o ombro, e Joe Gomez entrou como lateral-esquerdo.
Os Gunners, sempre velozes na criação, quase retomaram a vantagem depois dos 40. Gabriel Jesus colocou Saka na cara de Alisson, mas o inglês perdeu a passada tentando driblar o goleiro. A bola sobrou para Martinelli, que bateu para fora. Em mais quatro de acréscimos, destacaram-se os cartões para Endo e Havertz (este, pendurado e fora da próxima partida) por matarem contra-ataques, além de Saka, ainda aos 38 pelo mesmo motivo.
Reds são melhores, criam mais e param na trave
O Liverpool voltou para segunda etapa intenso, querendo forçar o erro dos Gunners. Conseguiu, três vezes em 10 minutos. Na primeira em chute mascado de Salah e na outra o egípcio tentou um passe no meio da defesa, novamente bloqueada pela marcação. Joe Gomez, que nunca marcou um gol na carreira, veio pela esquerda em outra jogada, cortou para dentro e bateu colocado, passando rente à trave de Raya.
Após queda no fôlego e o Arsenal melhorando um pouco, Klopp trocou três de uma vez. Ryan Gravenberch, Harvey Elliot e Darwin Núñez entraram nas vagas de Jones, Gakpo e Díaz. Ao mesmo tempo, Martinelli saiu e Leandro Trossard ganhou uma chance.
O Liverpool passou a jogar com Salah como o “centroavante”, Núñez o ponta esquerda e Elliott na direita. O jovem inglês já na primeira jogada assustou. Elliott bateu da entrada da área, a bola bateu no ombro de Magalhães e beijou a trave.
Pouco depois, em ataque do Arsenal, nova bola na trave. Os Gunners vacilaram, Salah carregou praticamente da entrada da área defensiva até a ofensiva e tinha cinco opções contra apenas um adversário para defender. O egípcio deu na direita, Arnold chegou batendo de primeira e a bola até passou por Raya, mas explodiu no travessão. Com sua equipe mostrando dificuldades para segurar a bola, o técnico Mikel Arteta colocou o centroavante Edward Nketiah, tirando Jesus.
O visitante até melhorou, passou a segurar a bola mais no ataque. Ainda sim, os Reds eram mais perigosos, principalmente quando apostavam em ataques rápidos. Cinco de acréscimos não mudaram o cenário nem o placar da partida, de poucas oportunidades no fim.