Premier League

Leeds apronta e consegue vitória gigante em cima do Chelsea

Falha de Mendy foi a tônica de um time apático e desinteressado dos Blues

Tudo deu errado para o Chelsea em sua busca por uma reabilitação com vitória em Elland Road. Neste domingo (21), diante de um Leeds muito focado e eficiente, a equipe de Thomas Tuchel falhou em quase todos os quesitos possíveis e voltará para casa com uma derrota sonora por 3 a 0.

A explicação é um pouco mais fácil do que parece para o resultado. Quando se tem uma equipe mandante que joga com todo o seu potencial e atenção redobrada, é de se esperar que detalhes se acumulem para construir o resultado. Muito bem defensivamente a ponto de sofrer apenas três chutes no gol, os Whites dominaram o Chelsea como se fossem eles os multicampeões ingleses e europeus. A facilidade com que o Leeds reduzia as chances dos Blues e encaixotava todo o meio-campo de Tuchel foi assustadora.

Ainda assim, seria de se esperar um empate ou uma vitória magra do Chelsea no fim. Não o que de fato aconteceu em campo. A maionese começou a desandar aos 33, quando uma improvável falha de Edouard Mendy deu ao Leeds o primeiro gol de presente: o senegalês foi dominar uma bola despretensiosa com os pés para sair jogando e se atrapalhou, perdendo para Brenden Aaronson. O norte-americano foi muito veloz na tomada de decisão e, já no desarme, tentou o drible. O gol estava aberto para a comemoração.

O golpe abalou demais o Chelsea, que já não estava bem com seu trio defensivo em campo. Reece James, Thiago Silva e Kalidou Koulibaly pareciam um pouco fora de ritmo e não conseguiram acompanhar a velocidade dos meias e atacantes do time da casa. Apesar de ter mais a bola, a equipe de Tuchel não sabia o que fazer com ela e teve uma posse estéril até o fim da partida. Foram poucos momentos em que parecia que o Chelsea poderia empatar.

Aos 37 minutos, Rodrigo ampliou o placar e provou que não havia sido um golpe de sorte o gol de Aaronson: em uma bola alçada na área, o artilheiro da Premier League desviou de cabeça e venceu Mendy, que não alcançou a testada no alto de sua meta. A partir da segunda etapa, a eficiência do Leeds ganhou ainda mais cor: presente no campo de ataque, ocupou com sabedoria os espaços de campo para pressionar os visitantes.

O 2 a 0 já estava bom, mas que tal um 3 a 0? A loucura da torcida do Leeds se intensificou na metade da etapa final quando, pela lateral esquerda, Daniel James armou a jogada do último gol da tarde. James estava completamente livre e cruzou para a área, Thiago Silva não conseguiu bloquear, Aaronson atraiu Koulibaly pelo alto e a bola sobrou para Rodrigo, que finalizou. Mesmo errando o alvo, o atacante viu Jack Harrison aparecer para completar.

O banho dado pelo Leeds teve o trio envolvido no último gol como protagonista. Aaronson, Harrison e Rodrigo comandaram o show e orgulharam Jesse Marsch, que tinha um grande plano para o jogo e comemorou demais quando viu sua concretização. De tão coadjuvante que foi o Chelsea, fica difícil citar qualquer ponto positivo na atuação dos Blues. Um time que não criou, cedeu espaço demais para o Leeds e ainda cometeu erros primários de marcação não foi coerente com o que vimos até aqui no trabalho de Tuchel.

Aquela que foi a melhor defesa da Europa na temporada passada ainda precisa de alguns ajustes. Peças não faltam e a troca de Antonio Rüdiger por Koulibaly não deve trazer prejuízo em longo prazo para Tuchel. A expulsão de Koulibaly no fim é apenas um contratempo para o técnico, mas não há dúvidas que o ex-capitão do Napoli irá performar um papel de muita importância no setor. A pancada de hoje e o desfalque para o jogo contra o Leicester, porém, devem dar bastante dor de cabeça a Tuchel.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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