Premier League

Guia da Premier League 2020/21 – West Brom: Como evitar mais um bate e volta?

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Cidade: West Bromwich
Estádio: The Hawthorns (26.688)
Técnico: Slaven Bilic
Posição em 2019/20: 2º na Championship
Projeção: Lutar contra o rebaixamento
Principais contratações: Grady Diangana (West Ham), Matheus Pereira (Sporting), Cédric Kipré (Wigan), David Button (Brighton), Callum Robinson (Sheffield United)
Principais saídas: Jonathan Leko (Birmingham), Nathan Ferguson (Crystal Palace), Chris Brunt (Bristol City), Alex Palmer (Lincoln City), Oliver Burke (Sheffield United)

O West Brom teve um período prolongado na Premier League no começo da década, mas seu histórico na competição é de ser um ioiô: sobe, fica um ou dois anos, desce, sobe novamente, fica um ano, desce, sobe, desce, sobe e desce. O esforço para reverter esta lógica terá que ser enorme. Com poucos investimentos, a prioridade foi contratar jogadores importantes que estavam emprestados e o time será praticamente o mesmo que conquistou o acesso, meio que se arrastando na reta final.

A promoção direta parecia certa, após um excelente começo de temporada.Perdeu apenas para o Leeds nas primeiras 24 rodadas. Entrou em uma sequência ruim, por volta de dezembro, mas se recuperou com cinco vitórias em seis jogos. Contudo, voltou mal da paralisação. Ganhou apenas três vezes, nenhuma delas nas últimas quatro partidas e viu sua vantagem ir diminuindo e diminuindo. Por sorte, o Brentford vacilou. Perdeu as últimas duas rodadas e permitiu que o West Brom subisse com dois pontos de vantagem.

O meio-campo é onde há mais talento e estabilidade. Jake Livermore, um dos remanescentes da última campanha na Premier League ao lado de Ahmed Hegazy, Robson-Kanu, Matt Phillips e Kieran Gibbs, e Romaine Sawyers formaram a dupla de meias centrais. Estão entre os quatro jogadores que mais atuaram pelo West Brom na Championship. A linha de armadores tem variação, juventude e profundidade e foi armada de diversas maneiras diferentes por Slaven Bilic. Por isso, os principais esforços foram para garantir alguns desses jogadores em definitivo.

O mineiro Matheus Pereira foi o grande destaque. Chegou a Portugal ainda muito jovem e posteriormente se integrou à base do Sporting. Emprestado ao West Brom, marcou oito gols e liderou a liga em assistências, com 16. Grady Diangana exigiu o maior investimento para ficar e sua saída causou uma crise no West Ham, com jogadores insatisfeitos pela venda da promessa de 22 anos. Fez os mesmos oito gols, embora tenha ficado muito menos em campo. O próximo a ser confirmado deve ser Filip Krovinovic, vinculado ao Benfica. O setor ainda conta com Matt Phillips e Kamil Grosicki, experiente jogador de Eurocopa e Copa do Mundo pela Polônia.

Callum Robinson também foi assegurado, em troca com o Sheffield United por Oliver Burke. Não jogou muito, mas Bilic deve ter gostado da sua atuação na última rodada contra o Queens Park Rangers, quando deu uma assistência e fez um gol no empate por 2 a 2. É um ponta que foi improvisado como centroavante por causa da falta de confiança nos especialistas da posição.  Robson-Kanu até foi bem, com dez gols em 24 partidas como titular, mas sua experiência mais recente na Premier League depõe contra: apenas cinco tentos em 50 jogos entre 2016 e 2018.

Charlie Austin é a aposta mais segura, se conseguir se manter em forma e atuar bem regularmente. Seu currículo na elite inglesa é bem melhor – um gol a cada três jogos, em média. A maior decepção foi Kenneth Zohore, o reforço mais caro da última janela. Contratado por € 8 milhões, fez apenas três gols em 17 partidas. A principal aquisição, fora quem estava no clube, foi Cédric Kipré, do Wigan, para reforçar a zaga, mas entre ele e os titulares Semi Ajayi e Kyle Bartley há apenas 21 partidas de Premier League, todas de Bartley, que defendeu o Swansea. Kieran Gibbs tem experiência, mas o ex-jogador do Arsenal tem sofrido com muitas lesões.

Bilic afirmou que depois de garantir a permanência de quem estava emprestado faria “mais três, no máximo quatro” contratações adicionais. Duas chegaram – além de Kipré, o goleiro David Button – e dificilmente as outras duas mudarão o preço do dólar. O West Brom entra na Premier League no grupo dos promovidos que apostam na continuidade do trabalho feito na segunda divisão, na união e no entrosamento do seu elenco, como fez o Sheffield United. Como também fez o Norwich, porém, rebaixado como lanterna. Qual dos dois será o West Brom? Se tivesse que apostar, apesar da experiência de Bilic no campeonato à frente do West Ham, diria que mais próximo do segundo que do primeiro.

 

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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