Para variar, Bruno Fernandes salva United de nova derrota, dessa vez para o Bournemouth
Manchester United depende de novo de Bruno Fernandes para empatar e segue sofrendo na Premier League

Em uma das piores temporadas da história recente do Manchester United, apenas um jogador se salva do restante. Obviamente é o meia Bruno Fernandes, sempre o mais ligado em um time mal treinado e normalmente desconcentrado. Neste sábado (13) não foi diferente pela 33ª rodada da Premier League. Os Red Devils visitaram o Bournemouth no Vitality Stadium e só saíram com o placar em 2 a 2 porque o português decidiu novamente chamar o jogo para si e buscar o empate duas vezes.
Quando estava 1 a 0 para os Cherries, foi o meia quem apareceu na área para concluir um raro ataque do United na etapa inicial com uma bomba que estufou as redes. A jogada veio em uma rara falha defensiva rival. No segundo tempo, após Adam Smith colocar a mão na bola em finalização desviada de Kobbie Mainoo, o responsável pela cobrança de penalidade foi novamente Fernandes, que deslocou facilmente o goleiro brasileiro Neto.
Dos homens de frente, apenas Bruno salvou. O outro único destaque dos Diabos hoje talvez seja André Onana, o que também conta como foi o jogo, especialmente os 45 minutos iniciais, quando o Bournemouth amassou o adversário e expôs mais uma vez a bizarra fragilidade defensiva.
Os comandados por Andoni Iraola chutaram 12 vezes só nesse primeiro tempo. Foi um massacre, e Dominic Solanke foi quem abriu as ações ofensivas com um belíssimo gol. Se aproveitando de um erro de Alejandro Garnacho, o zagueiro Marcos Senesi acionou o centroavante, que com um drible simples humilhou e deixou Willy Kambwala no chão. Na meia-lua, mandou um chute rasante indefensável.
Depois, pós-empate de Bruno, outra grave falha defensiva. Em uma longa posse de bola, Senesi carregou, não foi pressionado e viu uma lacuna inexplicável entre Kambwala e Diogo Dalot. Justin Kluivert flutuou naquele espaço, recebeu e teve toda liberdade do mundo para cortar para direita antes de mandar para as redes.
Mesmo com uma melhora defensiva no segundo tempo, o United ainda permitiu várias finalizações dos mandantes. Ao fim dos 90 minutos, os Clarets arriscaram 20 vezes em direção de Onana. É o sétimo jogo seguido na temporada no qual o time de Erik Ten Hag sofre 20 ou mais chutes.
Solanke bate recorde pelo Bournemouth
O primeiro gol do Bournemouth entrou para história do clube do Vitally Stadium. Nunca um jogador com a camisa rubro-negra marcou 17 gols em uma única temporada da Premier League, número atingido hoje por Solanke. O inglês ainda empatou com Aleksander Isak e Mohamed Salah no terceiro lugar da artilharia geral do Campeonato Inglês 2023/24. Apenas Erling Haaland (20) e Olie Watkins (18) marcaram mais nesta edição da PL.
The most goals by any #afcb player in a single @premierleague season ?
Take a bow, @DomSolanke ? pic.twitter.com/bN8tdwb8IU
— AFC Bournemouth ? (@afcbournemouth) April 13, 2024
1º tempo é quase todo dos Cherries
Foi quase um monólogo do Bournemouth nos 45 minutos iniciais. Apesar do United ter a bola 60% do tempo, o time da casa amassou a criou para sair mais do que o 2 a 1 que construiu. A pressão começou cedo. Linhas altas dos Cherries, desde a saída de bola rival, quase resultaram em gols nos primeiros instantes. Erro de Kobbie Mainoo, Ryan Christie aproveitou para tabelar com Solanke, invadir a área e tentar devolver o presente para o centroavante inglês. Só não aconteceu porque o zagueiro Harry Maguire cortou antes o cruzamento rasteiro que provavelmente abriria o placar.
E olha que esse lance não computou nas 12 finalizações (cinco certas) do primeiro tempo para os Cherries. Aos 15, a superioridade foi confirmada com o gol de Solanke, e finalmente o United respondeu na sequência com uma chegada de Marcus Rashford em chute na rede pelo lado de fora. Foi apenas um mínimo respiro porque o mandante voltou a atacar, especialmente pela esquerda, às costas de Dalot. Luis Sinisterra quase fez ao pedalar em cima do português e bater cruzado para fora. Antes, Milos Kerkez obrigou Onana a trabalhar, que também impediria gol de Christie pouco depois.
Esse ímpeto não parou no “acidental” gol de empate Bruno Fernandes, aos 30, e Kluivert empatou cinco minutos depois. O Bournemouth seguia com uma marcação bem encaixada no meio, uma pressão alta chata para os Red Devils e empilhando chances. Dango Ouattara, o homem de frente mais apagado, teve que sair da direita para esquerda para ter a chance de bater cruzado, próximo do gol. Ainda teve tempo de Kerkez, completamente sozinho na área (erro defensivo comum no time de Ten Hag), cabecear no travessão e incrivelmente pegar o rebote, que mandou por cima do gol. Em lance quase igual, agora após sobra de fora da área, defesa marcou Kluivert com distanciamento e quase o holandês marcou, novamente Onana brilhou ao defender.
Além do goleiro camaronês, apenas Bruno Fernandes estava ligado no jogo entre quem vestia a camisa branca. O meia quase empatou no fim com batida direto no travessão.
Vale citar que Sinisterra sentiu lesão, foi substituído por Lloyd Kelly (Kerkez virou ponta) e deu um respiro para Dalot pelo lado direito da defesa do United.
United ajeita defesa, e 2º tempo é menos movimentado
Ten Hag trocou Garnacho por Diallo no intervalo, mas nada que mudou muita coisa. O jogo voltou pelos pés dos mandantes, só que sem a efetividade, talvez pela ausência de Sinisterra.
No primeiro chute da etapa final, o United conseguiu a penalidade, bem convertida por Fernandes.
Apesar das trocas dos técnicos, as coisas não mudaram muito na partida. O ritmo intenso do primeiro tempo não foi visto novamente, muito por um bom (finalmente) trabalho defensivo do visitante. Eis que no fim tudo isso parecia ruir quando Dalot afastou mal um lançamento, Christie ia invadindo a área em um belo drible e foi parado por Kambwala. Pênalti. Porém, o VAR avisou o árbitro que o contato foi fora da área e, na falta, Enes Ünal mandou para fora.