Premier League

Brentford reestreia na elite do futebol inglês após 74 anos com estádio pulsando e uma grande vitória

A torcida retornou em massa às arquibancadas da Inglaterra, e a do Brentford curtiu demais a vitória por 2 a 0 sobre o Arsenal

O Brentford Community Stadium, estádio que o Brentford construiu justamente com este momento em mente, vibrou com a primeira partida do clube na elite do futebol inglês desde 1946/47, quando a Europa ainda calculava os danos da Segunda Guerra Mundial. A festa ficou completa com a atuação dos homens de Thomas Frank, que fizeram justiça à badalação que receberam durante as últimas campanhas na Championship e venceram o Arsenal por 2 a 0.

Foi um promissor cartão de visitas a um time que ganhou status de inovador desde que um apostador profissional virou acionista majoritário em 2012 e passou a adotar uma abordagem muito focada em estatísticas tanto ao mercado de transferências quanto ao desenvolvimento do time. Após bater algumas vezes na trave, finalmente conseguiu o acesso por meio dos playoffs na última temporada e estreou logo contra o Arsenal.

Um Arsenal desfalcado, sem Gabriel, Thomas Partey e Aubameyang, com Bukayo Saka começando no banco de reservas. O recém contratado Albert Lokonga começou no meio-campo ao lado de Xhaka. Gabriel Martinelli e Folarin Balogun foram titulares no ataque. O Brentford manteve o seu esquema com três zagueiros, com a entrada de Kristoffer Ajer, seu maior investimento para a Premier League, e o artilheiro Ivan Toney no ataque.

E desde o começo da partida, parecia o time mais confortável em campo. Mesmo sem posse de bola, não abriu mão da sua vocação ofensiva, geralmente com lançamentos para os dois atacantes, que fizeram um bom trabalho de pivô para seguir construindo as jogadas. Com uma pontaria um pouco melhor de Bryan Mbeumo, a vitória poderia ter sido garantida mais cedo.

Logo aos 12 minutos, foi dele a primeira chance boa da partida. Recebeu o passe por trás da defesa, pela direita, mas bateu desequilibrado para fora. A segunda oportunidade foi convertida. O Brentford exerceu alguns minutos de pressão, o corte da defesa do Arsenal não foi bom e a bola voltou para Sergio Canós, pela esquerda. Ele teve liberdade para carregar ao meio e bateu rasteiro para fazer 1 a 0.

O Arsenal seguia com dificuldades para criar. Deu 22 finalizações, mas apenas quatro no alvo e as outras não foram realmente perigosas. E o Brentford quase ampliou antes do intervalo, quando Mbeumo fez jogada individual pela direita. Chegou a perder o controle da bola, mas se recuperou e abriu para a perna direita. Ficou cara a cara com Leno, mas bateu cruzado para fora.

O começo do segundo tempo foi um pouco mais promissor. Emile Smith Rowe dominou no meio-campo, girou e avançou até a entrada da área. Bateu forte, para boa defesa do goleiro David Raya. Depois, Ben White assumiu diversos riscos para sair jogando de maneira consciente, mas conseguiu começar a boa transição do Arsenal que terminou com um chute desviado de Tierney.

Mas, aos 28 minutos, Mads Bech Sorensen lançou um arremesso lateral direto para a boca do gol, Toney brigou na primeira trave e a sobra ficou para Norgaard completar de cabeça. O Arsenal reclama, com um pouco de razão, de uma falta em cima de Bernd Leno.

Uma ótima tabela entre Smith Rowe e Saka terminou com o cruzamento rasteiro de Tierney da esquerda para Pépé chegar batendo com capricho, no canto do goleiro Raya, que fez uma defesa muito boa para garantir de vez a primeira vitória do Brentford na primeira divisão em mais de 74 anos.

Para as 16 mil pessoas que estavam no estádio, foi um título. Thomas Frank regeu um canto coletivo de Hey Jude, dos Beatles, cumprimentou torcedores, tirou fotos com garotinhos e garotinhas. Os jogadores ficaram em campo para agradecer às arquibancadas. Porque além do retorno do Brentford à primeira divisão, foi também o retorno das torcidas em grande número à Premier League.

E o contraste entre as centenas de jogos nos últimos 15 meses com estádios vazios e o que aconteceu no estádio do Brentford nesta sexta-feira deixou muito claro o quanto elas são inestimáveis.

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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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