Cinco brasileiros estão no top 10 de atletas da Premier League que mais levaram amarelos por reclamação

A América do Sul, e por consequência o Brasil, é um grande palco de debates entre jogadores, treinadores, torcedores contra árbitros em protestos, sejam por faltas, cartões e mesmo possíveis agressões. Mas esse costume não é tão comum em continentes como a Europa. No fim, os atletas – e, por consequência, seus clubes – são os mais prejudicados pelo de cartões vindo desses ‘debates acalorados'.

Em reportagem publicada nesta quinta-feira (15), o site The Athletic mostra que, dos 10 atletas que mais receberam cartões por reclamarem com os árbitros na Premier League, cinco deles são brasileiros. O primeiro colocado da lista é Andreas Pereira, que divide a liderança com o senegalês Nicolas Jackson e com o português Bruno Fernandes, com 4 cartões amarelos cada.

Os outros quatro brasileiros que estão na segunda colocação são Neto, Lucas Paquetá, Gabriel Jesus e Matheus Cunha. Eles levaram 3 cartões amarelos, o mesmo número também de Sean Longstaff, Darwin Núñez e Enzo Fernández, que completam o top 10.

Após uma imposição de regras mais rígidas sobre reclamações adotados a partir da atual temporada, o número de cartões amarelos por debates subiu abruptamente. Até agora, já foram distribuídos 155 cartões amarelos em 2024/2025. Em efeito de comparação, foram apenas 86 cartões amarelos dados pela arbitragem em toda a temporada 2022/2023 na Premier League.

Número alto entre clubes

Entre os clubes, o líder é o Chelsea, com 15 punições. Completam o pódio o Fulham, com 14, e o Manchester United, com 13 cartões amarelos. Todos os 20 clubes da Premier League já tiveram profissionais punidos por reclamações. Os que menos receberam foram Luton Town, Brentford, Burnley e Manchester City, com 3 cartões amarelos para cada.

Treinador do time que mais foi punido, Mauricio Pochettino comentou o alto número de cartões amarelos recebidos por Nicolas Jackson, seu principal centroavante na temporada.

– Falei com ele sobre isso. Eu disse: ‘qual é, você precisa tomar alguns cartões amarelos por ações diferentes, não por causa disso'. Ele poderia colocar a equipe em uma situação realmente difícil. Ele entendeu. Talvez seja o seu comportamento normal em campo, mas é algo que ele precisa melhorar. Nesta temporada eles mudaram as regras. Ele veio da Espanha, onde é diferente a relação com os árbitros. Aqui na Inglaterra é mais sensível a isso. Ele precisa ser inteligente.

Entre os treinadores, o líder de cartões amarelos por reclamação é Mikel Arteta. O treinador do Arsenal já foi punido 4 vezes. Dividem a segunda posição os treinadores Pep Guardiola, Marco Silva, Erik ten Hag, Pochettino, Roberto De Zerbi e Sean Dyche, com três amarelos cada.

Tamanha rigidez não afeta só os brasileiros. Em novembro, o zagueiro Lewis Dunk levou cartão vermelho direto por reclamação. E um mês depois, foi a vez de Diogo Dalot tomar dois cartões em cerca de 15 segundos e deixar o Manchester United após reclamar contra a arbitragem, em partida contra o Liverpool.

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Bom para os árbitros

As punições também foram comentadas por Howard Webb, atual diretor de arbitragem da Professional Game Match Officials Limited (PGMOL). O ex-árbitro afirmou que os juízes estão sendo ‘capacitados e apoiados' para criar uma ‘mudança cultural' dentro do jogo. Ele afirmou que a maior rigidez está impedindo que menos jogadores se aglomerem na frente da arbitragem. Inclusive Erling Haaland foi citado como exemplo. Por conta de uma reclamação do norueguês e outros jogadores da equipe, o Manchester City teve de pagar 120 mil libras de multa por cercarem o árbitro Simon Hooper.

Em meio a possibilidade e aos debates sobre a possível implementação do cartão azul, as reclamações no meio do futebol são inerentes. A forma da Premier League de lidar foi punindo mais atletas. Com um número cada vez maior de brasileiros atuando no futebol inglês, automaticamente eles passam a estrelar entre as principais figuras também nas listas negativas. O comportamento dos atletas em relação aos árbitros deve mudar cada vez mais, nem que seja com base da marra e de mais cartões.