Aston Villa briga pela Premier League? Talvez, mas ‘vamos com calma’, pede Emery — e ele está certo

O Aston Villa pode sim disputar o título da Premier League. E quem está falando não somos nós, mas sim Unai Emery, o técnico espanhol responsável pela incrível campanha da equipe nesta temporada. Após a vitória diante do Arsenal por 1 a 0, os Villans ocupam a terceira posição na tabela de classificação do Campeonato Inglês e, com isso, se permitem sonhar — mas sem tirar os pés do chão.

— Meus jogadores podem e vão lidar com isso [pressão por estarem na disputa pelo título]. Estamos lá [no alto da tabela] porque merecemos. Vão falar mais sobre nós. A mensagem que estou enviando para eles, para vocês [a mídia] e para os torcedores do Villa ainda vai ser a mesma: precisamos estar e nos manter animados, motivados. Estamos em terceiro agora, mas ainda há sete times que são concorrentes mais fortes do que nós para estar no top sete. Se chegarmos ao 30º ou 32º jogo da temporada na mesma posição, posso enviar outra mensagem — falou um animado, mas contido Emery.

A mensagem do treinador é de motivação e é assim que ele quer manter seus jogadores: acreditando. A vitória diante do Arsenal, até então líder — lugar tomado pelo Liverpool, que venceu o Crystal Palace na rodada — é a cereja de um bolo que não começou muito bem feito. Na primeira rodada, muitas críticas uma vez que o Villa foi simplesmente massacrado pelo Newcastle, derrota por 5 a 1. De lá pra cá, no entanto, tudo mudou.

Capitão do Villa ‘bane' a palavra título do vestiário

Ainda mais precavido do que o treinador Unai Emery está o capitão do Villa, John McGinn. Para ele, ainda é muito cedo no campeonato para se falar em disputa pela taça. Não a toa, em entrevista após a ótima e empolgante vitória diante do Arsenal, ele quis manter os pés ainda mais fincados no chão. Tão fincados que disse ‘banir' a palavra título da boca de seus companheiros no vestiário.

— Estou proibindo a palavra com a letra T. É a semana 16 do campeonato, então ainda há um longo caminho pela frente. Respeitamos todos ao nosso redor que estão nessas posições há anos. Eles têm tanta experiência. Somos novatos, será que conseguiremos manter o ritmo? Não sei. Veremos. Espero que sim… As metas foram revisadas… Precisamos tentar melhorar nosso desempenho fora de casa, que não é horrível, mas pode ser aprimorado — afirmou McGinn.

Do lado do Arsenal, indignação contida com arbitragem que o time considerou duvidosa

Enquanto o Villa saiu de campo vitorioso e podendo falar até de disputa pelo título, o Arsenal deixou o gramado perplexo com algumas atitudes da arbitragem. Duas delas, na verdade, em especial: a primeira logo no começo do segundo tempo, quando Douglas Luiz derrubou na área Gabriel Jesus, em choque de brasileiros, e o árbitro da partida não concedeu pênalti aos londrinos — e nem o VAR o chamou para revisar o lance, no mínimo, polêmico.

O segundo lance foi no apagar das luzes, basicamente o último da partida. Eddie Nketiah tinha marcado o gol de empate dos Gunners e viu o árbitro e o VAR o anularem por conta de uma suposta intervenção com as mãos por parte de Kai Havertz, que foi quem dominou o cruzamento de Martin Ødegaard para clarear a jogada. Mikel Arteta, técnico do Arsenal, nem estava em campo, suspenso justamente por esbravejar recentemente contra arbitragem e VAR. Nas arquibancadas, o espanhol reclamou e gesticulou bastante.

Ao sair do estádio, Arteta foi questionado sobre os lances e disse ter uma ‘opinião forte', mas que não iria falar sobre. Parece ter aprendido com a suspensão.