Martinelli quebrou o impasse e deu ao Arsenal uma rara vitória sobre o Manchester City
O duelo entre os dois melhores times da última temporada não foi o que se esperava, mas o Arsenal conseguiu encontrar o caminho para vencer o City pela primeira vez desde 2015 pela Premier League
Os duelos contra o Manchester City na última temporada foram difíceis para o Arsenal. Chegou empolgado, tentando se consolidar na liderança, sonhando com o título, e levou duas pancadas. A segunda foi o momento determinante para os homens de Pep Guardiola arrancarem ao tricampeonato. A partida deste domingo pode não ser tão importante, ainda pela oitava rodada, mas a vitória por 1 a 0, com gol de Gabriel Martinelli no fim, servirá como uma pequena vingança e deixa os Gunners empatados com o Tottenham na liderança, ambos com 20 pontos.
Foi a primeira vez que o Arsenal conseguiu derrotar o Manchester City, pela Premier League, desde a chegada de Guardiola ao Etihad Stadium. Ainda com Arsène Wenger no comando, venceu o time de Manuel Pellegrini por 2 a 1, com gols de Theo Walcott e Olivier Giroud, em dezembro de 2015. Nem por outras competições teve muito sucesso desde então, com duas vitórias pela Copa da Inglaterra e uma nos pênaltis na última Supercopa. O City havia ganhado 15 dos 17 confrontos anteriores.
Isso em si tornaria o que aconteceu no Emirates uma raridade. Em conjunto com a derrota do atual campeão para o Wolverhampton na última rodada, fica ainda mais excepcional, porque o Manchester City não perdia duas partidas seguidas de Premier League desde dezembro de 2018. O campeonato ainda está no começo e a vantagem do Arsenal para o City é de meros dois pontos. Mas foi uma daquelas vitórias que injetam uma dose importante de moral e confiança.
Arsenal encontra o gol no fim
Que semana para a arbitragem inglesa. Depois de passar dias tentando explicar por que não deu o gol legal de Luis Díaz contra o Tottenham, Michael Oliver deixou Mateo Kovacic escapar da expulsão duas vezes. Primeiro, em uma entrada forte em Martin Odegaard, que chegou a ter o tornozelo virado pelo carrinho do croata. Levou apenas cartão amarelo. E se havia alguma discussão no primeiro lance, a outra pancada que ele deu, em Declan Rice, certamente merecia a segunda advertência. Oliver imediatamente deixou claro que não a daria.
Tirando os problemas de Kovacic com a lei, foi um primeiro tempo bem travado. Oito finalizações entre os dois times e apenas uma no alvo, logo aos quatro minutos. Brigando com Odegaard, Josko Gvardiol conseguiu encontrar o escanteio cobrado por Phil Foden e venceu o goleiro David Raya. Rice, porém, cortou em cima da linha. A bola voltou para Nathan Aké, na cara do gol, mas ele perdeu a chance mais clara de toda a partida.
David Raya quase deu uma contribuição à causa mais de uma vez. Estava nervoso demais na saída de bola e chegou a ser bloqueado por Álvarez quase em cima da linha. Por sorte, a bola foi para fora. O goleiro espanhol também saiu mal do gol em um centro da esquerda que não foi desviado pela cabeça de Haaland por muito pouco. O atacante norueguês não fez um grande jogo pouco acionado, embora tenha feito um bom trabalho de pivô para uma finalização de fora da área de Julián Álvarez.
Eddie Nketiah, titular no comando de ataque com o desfalque de Saka, teve uma batida perigosa do bico esquerdo da grande área, mas depois atrapalhou uma jogada de Odegaard pelo outro lado que poderia ter sido interessante para o Arsenal. O intervalo chegou merecidamente sem gols, por melhores que sejam os dois líderes da última edição da Premier League.
O segundo tempo não foi muito diferente, mas o Arsenal cresceu. Se não foi um massacre, teve mais posse de bola, o que sempre é complicado contra um time treinado por Pep Guardiola, e limitou o tricampeão inglês a uma única finalização. No entanto, por mais que tentasse, nada acontecia. A partida começou e terminou travada, estudada, disputada e com poucos espaços. Mas os Gunners conseguiram encontrar o gol que mereciam.
Aos 40 minutos, Thomas Partey lançou para a entrada da área, Tomiyasu ajeitou de cabeça, e Havertz recebeu de costas. Ajeitou para Gabriel Martinelli que, voltando de lesão, havia entrado no intervalo no lugar de Leandro Trossard. O brasileiro bateu de primeira e acertou Aké. O desvio matou Ederson e deu ao Arsenal uma vitória importante, não apenas pelos efeitos na tabela, mas porque é uma das únicas contra o Manchester City nos últimos anos.