Everton até fez um bom trabalho para travar o Arsenal, mas não bom o bastante
Um gol de Leandro Trossard no segundo tempo valeu a vitória para o Arsenal no Goodison Park: 1 a 0 no Everton

O Everton recebeu o Arsenal no Goodison Park com o objetivo claro de fazer tudo que fosse possível para que nada acontecesse. Com apenas um ponto em quatro rodadas, o técnico Sean Dyche priorizou somar o segundo e até fez um bom trabalho em travar o vice-campeão inglês. Mas não foi bom o suficiente, e um gol de Leandro Trossard na metade da etapa final fez com que os homens de Mikel Arteta voltassem de Liverpool com a vitória por 1 a 0.
Enquanto o Everton despenca na tabela da Premier League, em 18º lugar, dentro da zona de rebaixamento, o Arsenal integra o pelotão da frente, empatado em 13 pontos com Liverpool e Tottenham. O Manchester City lidera a Premier League, com 15 e 100% de aproveitamento.
Everton trava o Arsenal no primeiro tempo
Mikel Arteta fez algumas mudanças, a alguns dias de estrear na Champions League contra o PSV na próxima quarta-feira. David Raya foi escolhido debaixo das traves no lugar de Aaron Ramsdale, e Fábio Vieira entrou no meio-campo na vaga de Kai Havertz. Gabriel Jesus continuou no banco de reservas, como antes da Data Fifa, quando retornava de lesão. Eddie Nketiah foi mantido no comando de ataque, e foi Leandro Trossard quem substituiu Gabriel Martinelli, que saiu machucado aos 20 minutos, depois de marcar um gol anulado por impedimento.
A grande questão é o que o primeiro tempo teria sido se aquele gol fosse confirmado. Porque Sean Dyche escalou o Everton para claramente travar o Arsenal antes de qualquer coisa – como deve fazer mesmo em um time em crise que ainda não venceu no campeonato contra um candidato ao título. Idrissa Gueye, Amadou Onana e Abdoulaye Doucouré formaram um meio-campo de força e marcação, com Dwigth McNeil e Arnaut Danjuma dando escape pelos lados. Apenas Beto à frente.
Nketiah recebeu uma bola espirrada pela pressão de Beto a Saliba no meio-campo e deixou com Vieira, que lançou Martinelli em diagonal dentro da área. O brasileiro dominou e bateu colocado para abrir o placar. O problema é que Nketiah estava impedido na hora do passe, e a arbitragem não considerou que o desvio de Beto anulou a irregularidade.
Fora isso, a estratégia de Dyche foi um sucesso. O Arsenal foi limitado a três finalizações no primeiro tempo, nenhuma realmente perigosa. Não houve tantos contra-ataques ou ameaças a David Raya, a segunda parte do plano, mas o Everton chegou satisfeito ao intervalo.
Belo gol garante a vitória aos Gunners
O começo do segundo tempo já foi bem diferente. O Arsenal logo de cara criou uma chance melhor que qualquer coisa que havia acontecido no primeiro. Vieira recebeu o lançamento pela esquerda da área e cruzou rasteiro. Ninguém apareceu para completar. Na sequência, Rice deu um belo passe por dentro, Odegaard dominou, abriu para a perna esquerda e exigiu a defesa de Pickford.
O gol demorou um pouquinho, mas, quando saiu, foi bonito. Começou em uma cobrança curta de escanteio. O Arsenal trabalhou muito bem a bola pela meia-direita até Saka receber dentro da área. Tocou para trás, e Trossard chegou chapando de perna esquerda. A bola ainda pegou na parte de dentro da trave antes de entrar.
Dyche teve que apelar para o plano B: jogar o seu time inteiro para a frente. Isso permitiu que o Arsenal tivesse uma série de contra-ataques para tentar matar a partida. A melhor foi uma arrancada de Odegaard, novamente frustrado por Pickford. De frente, Vieira mandou o rebote na marcação. Dyche lançou alguns substitutos, como James Garner e Chermiti, e conseguiu acuar um pouco o adversário nos minutos finais, embora criar mesmo fosse pedir demais.
Durante apenas quatro minutos de acréscimo, uma raridade hoje em dia na Premier League, o Arsenal foi eficiente para manter a bola perto da bandeirinha de escanteio até o apito final.