Premier League

Após tabela cruel e cobrança por reforços, Scott Parker é o primeiro técnico demitido nesta edição Premier League

O treinador do Bournemouth caiu após levar 16 a 0 em uma sequência contra Arsenal, Manchester City e Liverpool

O Bournemouth retornou à Premier League vencendo o Aston Villa por 2 a 0, mas às vezes a tabela determina o futuro de um projeto. Os adversários seguintes foram Manchester City, Arsenal e Liverpool, e as derrotas por um placar agregado de 16 a 0 não ajudaram a inspirar confiança no trabalho de Scott Parker, o primeiro técnico demitido da nova temporada do Campeonato Inglês.

Eram derrotas esperadas e não foram o único motivo que levou a diretoria do Bournemouth a encerrar o trabalho de 14 meses do ex-volante, mas motivaram o segundo. Após levar a maior goleada da história da Premier League no fim de semana, Parker cobrou a diretoria por mais reforços. Muito pouco dinheiro foi investido para melhorar aquele que é provavelmente o pior elenco da elite inglesa.

O Bournemouth contratou Joe Rothwell, do Blackburn, Ryan Fredericks, do West Ham, e o goleiro brasileiro Neto, do Barcelona, sem taxa de transferências, e desembolsou cerca de € 27 milhões por Marcos Senesi, do Feyenoord, e Marcus Tavernier, do Middlesbrough. Na Premier League, apenas o Leicester, que não gastou um centavo, colocou menos dinheiro na mesa por reforços nesta janela.

“Precisamos tomar uma decisão. Eu fui claro sobre como esta temporada poderia parecer para nós e mantenho isso. Precisamos tomar uma decisão e tentar ajudar este grupo jovem que às vezes tem dificuldade de respirar. Cada um de nós precisa tomar uma decisão. Estamos tentando trazer mais qualidade e há milhões de motivos (para não ter acontecido)”, disse.

Até Jürgen Klopp, técnico do Liverpool, achou estranha a falta de movimentação do Bournemouth. “Você olha para os outros dois times que subiram (Fulham e Nottingham Forest) e o que eles gastaram. Depois você olha para o Bournemouth e pensa ‘ok, o que acontecerá aqui?’. A liga é realmente difícil e está claro que o problema começa quando você ganha a promoção”, afirmou.

A diretoria do Bournemouth indicou, no comunicado anunciando a demissão, que as declarações de Parker tiveram uma peso na decisão. “Gostaria de registrar minha gratidão pelos esforços de Scott e sua equipe. Nossa promoção para voltar à Premier League na temporada passada sempre será lembrada como uma das temporadas de maior sucesso da nossa história”, começou o dono do clube, Maxim Demin.

“No entanto, para continuarmos progredindo como time e clube, é incondicional que estejamos alinhados em nossa estratégia de administrar o clube de maneira sustentável. Precisamos também mostrar confiança e respeito um pelo outro. Essa é a abordagem que trouxe tanto sucesso ao clube na história recente e não vamos desviar dela agora. Nossa busca por um novo técnico começará imediatamente”, completou.

Após cair com o Fulham, Parker assumiu o Bournemouth no começo da temporada passada e conseguiu a promoção direta, com a ajuda de uma ótima arrancada no começo da Championship. Devolveu o clube à Premier League após apenas dois anos na primeira divisão e teria que lidar com a comparação com o trabalho incrível que Eddie Howe executou na passagem anterior.

Não teve nem chance de tentar, sendo sincero, e começa a desenvolver um trauma da Premier League, na qual todas as suas experiências foram complicadas. Assumiu o Fulham interinamente em uma temporada perdida e, quando retornou, não foi muito melhor. Dessa vez, a tabela não ajudou, e a diretoria não gostou de ter um dedo apontado a ela depois de uma derrota histórica. Especialista em promoções, Parker certamente atrairá o interesse de clubes buscando acessar a Premier League.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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