Copa da InglaterraPremier League

Após o jogo, Fàbregas não segurou as lágrimas em sua última caminhada diante da torcida do Chelsea

Quando Cesc Fàbregas chegou ao Chelsea, tinha sua história fortemente atrelada ao Arsenal. Era o prodígio que orquestrou os Gunners nos primeiros anos de Emirates, antes de retornar ao Barcelona de seus primórdios. Sem conquistar a Liga dos Campeões, a impressão era de que o meio-campista não tinha cumprido todas as expectativas no Camp Nou e isso o desgastou. Assim, uma mudança de ares se fazia necessária e a Premier League surgia como destino perfeito. Stamford Bridge, de fato, virou sua casa. E o maestro desfrutou temporadas vitoriosas com os Blues, transformando em um dos símbolos recentes do clube. Uma trajetória que teve seu ponto final neste sábado.

Fàbregas foi instrumental nos dois últimos títulos ingleses do Chelsea. Seus lançamentos serviram demais ao estilo de jogo vertical, aplicado tanto por José Mourinho quanto por Antonio Conte. Embora o italiano não o tenha mantido como titular o tempo todo, o camisa 4 se provava decisivo quase sempre que participava, sobretudo na reta final da campanha. O espanhol acumulou 29 assistências somando as duas temporadas vitoriosas, além de oito gols. Sua visão de jogo reabriu horizontes aos Blues. E mesmo que vivesse os seus lampejos com Maurizio Sarri, reserva no atual elenco, a busca por espaço falou mais alto. Deverá seguir ao Monaco, em negócio a ser concretizado nos próximos dias.

O duelo contra o Nottingham Forest, neste sábado, pela Copa da Inglaterra, tinha um claro clima de despedida. Isso se escancarou nos minutos finais, quando Fàbregas foi substituído. O meio-campista passou a braçadeira de capitão e, apesar de perder um pênalti na vitória por 2 a 0, saiu ovacionado por toda a torcida em Stamford Bridge – inegavelmente comovido. O melhor momento, ainda assim, aconteceria após o apito final. O ídolo teve um instante “a sós” com seus fãs. Deu uma volta pelos quatro cantos do campo, recebendo os aplausos dos Blues. Então, as lágrimas não se contiveram. As lembranças de anos incríveis prevalecerão. Aos 31 anos, o espanhol sabe que deixou um legado inoxidável aos Blues. O ouro das taças da Premier League reluzirá.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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