Premier League

A principal briga da Premier League é por vaga na Champions: qual a situação de cada um dos envolvidos?

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Ok, o Manchester City será campeão. Mesmo que alguém além de Solskjaer descubra como vencê-lo, parece tarde demais para uma reviravolta no topo da tabela. Isso não significa que o Campeonato Inglês terminou. Temos uma boa briga contra o rebaixamento e, principalmente, uma ampla e acirrada disputa por participação na próxima Champions League que, sendo generoso, ou pouco criterioso, envolve nove clubes em busca de três vagas.

Explicando a generosidade: o Manchester United provavelmente ficará com uma delas. Mas a do Leicester não parece tão segura assim e, com apenas um ponto a menos que os Red Devils, ficamos obrigados a incluir ambos. Mas salvo uma derrocada dos dois – como a que as Raposas tiveram na última temporada – sobraria apenas vaga, atualmente sob posse do Chelsea.

Em busca dela, estão seis times. Isso ampliando o escopo até os dois que têm 41 pontos neste momento: Aston Villa e Arsenal. Principalmente porque existe a possibilidade que cheguem a 47 e 44, respectivamente, vencendo os jogos que têm em mãos. É improvável que cheguem lá, mas não podem ser descartados ainda.

Esses jogos a menos serão muito importantes. Dependendo deles, há apenas uma equipe entre o Liverpool e a zona de classificação da Champions League – ou quatro.

A seguir, vamos falar da situação de cada um desses times, o que os aflige e o que os anima. Listamos por pontos perdidos: ou seja, pela pontuação máxima que cada um pode alcançar caso vença todos os jogos que têm à disposição. West Ham, Everton, Tottenham e Arsenal têm um a menos. O Aston Villa, dois.

Manchester United – 57 pontos

Solskjaer, do Manchester United, sorri após a vitória sobre o Aston Villa (Manchester United/divulgação)

Entre novembro e janeiro, quando arrancou e chegou à liderança, o torcedor mais otimista do Manchester United imaginava que poderia até disputar o título de fato. Não rolou. Em parte porque o Manchester City disparou, em parte porque o United adquiriu um inconveniente gosto pelo empate por 0 a 0. São quatro nas últimas 12 rodadas, três deles em clássicos (Liverpool, Chelsea e Arsenal). Mas os outros tropeços no período foram mais dolorosos: abriu 2 a 0 contra o Everton, vencia por 3 a 2 até os 95 minutos do segundo tempo e levou o empate; arrancou seu quarto 0 a 0 contra o Crystal Palace, voltando a ter dificuldades com defesas fechadas; e conseguiu ser derrotado, em casa, pelo Sheffield United.

Apesar da oscilação recente de resultado, o United ainda está em uma posição muito forte para ficar com uma das vagas. Tem, no pior dos cenários, ainda seis pontos de vantagem para o quinto colocado. E quando não enfrenta equipes excessivamente defensivas, consegue enfileirar gols, como fez no 9 a 0 contra o Southampton. Esse cenário deve se apresentar contra Brighton, Leeds, Leicester e Aston Villa. O 0 a 0 não seria uma má aposta nos dois clássicos restantes, diante de Tottenham e Liverpool. Os duelos com Burnley, Fulham e Wolverhampton tendem a ser mais travados. Mas esses dois últimos serão nas rodadas finais, quando, se não der tudo errado, a vaga na Champions já deve estar bem assegurada.

No momento, a principal preocupação física é no ataque. Edinson Cavani ainda não está pronto para retornar, e Anthony Martial sofreu uma lesão no quadril após o jogo de ida das oitavas de final da Liga Europa contra o Milan. Juan Mata, Phil Jones e Eric Bailly também são desfalques. Ole Gunnar Solskjaer contará com os retornos de De Gea, Pogba e Van de Beek para o reencontro com os italianos na próxima quinta-feira.

Leicester – 56 pontos

Brendan Rodgers parabeniza Iheanacho por sua tripleta – Foto: Imago / One Football

O principal adversário do Leicester é o fantasma do ano passado. Passou 33 rodadas na zona de classificação da Champions League, mas perdeu a vaga no último fim de semana, no confronto direto com o Manchester United, ao fim de uma sequência de apenas seis vitórias em 22 jogos. É importante não ficar preso em um espiral negativo, o que o time de Brendan Rodgers tem conseguido fazer. Empatou com Everton, perdeu do Leeds, depois ganhou quatro em seis rodadas. Foi eliminado da Liga Europa, derrotado pelo Arsenal, empatou com o Burnley, e aí venceu Brighton e Sheffield United em sequência.

A Copa da Inglaterra pode ser uma distração e, ao mesmo tempo, uma chance de título para consagrar o excelente trabalho de Rodgers. Tem o Manchester United pela frente nas quartas de final, no próximo fim de semana, antes de entrar na arrancada final da Premier League – que começará contra o Manchester City. Qualquer ponto nesse duelo é lucro, embora a vitória por 5 a 2 sobre o futuro campeão tenha sido o ponto alto do primeiro turno das Raposas.

Em seguida, de volta ao trabalho, com um confronto direto contra o West Ham. O momento para o Leicester selar o seu passaporte europeu serão as quatro rodadas seguintes contra a parte de baixo da tabela: West Brom, Crystal Palace, Southampton e Newcastle. É importante que some quase todos os pontos nesses jogos porque, se não conseguir, terá que fazê-lo nas três rodadas finais contra Manchester United, Chelsea e Tottenham.

Um dos times mais afetados por lesão nesta temporada, o Leicester espera ter os retornos de Ricardo Pereira, Sidnei Tavares e Dennis Praet para a Copa da Inglaterra. Cengiz Ünder, Wes Morgan, Harvey Barnes, James Justin e James Maddison ainda serão desfalques.

Chelsea – 51 pontos

Thiago Silva, do Chelsea (NEIL HALL/POOL/AFP via Getty Images/OneFootball)

Quando Frank Lampard perdeu para o Leicester em seu último jogo como técnico pela Premier Legue, o Chelsea era décimo colocado, a sete pontos do quarto lugar. Agora, ocupa a última vaga para a próxima Champions League. Pode receber a companhia do West Ham no clube dos 51 pontos, mas é atualmente um dos favoritos deste mini-torneio. Não apenas pela pontuação, mas por que Thomas Tuchel arrumou a defesa de tal maneira que se tornou um time muito difícil de ser batido. Ainda não aconteceu sob o comando do alemão: dez rodadas, seis vitórias e quatro empates.

O negócio de começar a arrumar a casa pela cozinha é que ainda não deu tempo de chegar à sala de estar. Esses 40% de empates são resultado de uma baixa produção ofensiva – são três 0 x 0 e um 1 x 1. Mesmo os jogos em que venceu, o Chelsea de Tuchel nunca marcou mais do que duas vezes. Mas, em uma temporada tão pródiga em oscilações, uma equipe que sofre tão poucos gols larga na frente dos principais concorrentes. Se já estiver na frente, então…

Mas é melhor não bobear. Tanto que Tuchel vem fazendo muitos testes com as formações ofensivas e até colocou em ação um 4-2-3-1 diante do Leeds, depois de apostar no 3-4-3 em seus primeiros jogos. Entre Christian Pulisic, Kai Havertz, Mason Mount, Callum Hudson-Odoi, Timo Werner, Hakim Ziyech, Tammy Abraham e Olivier Giroud, precisa encontrar o trio ou o quarteto que melhor se complemente e crie chances de gol para o Chelsea.

Especialmente nas próximas três rodadas em que enfrenta adversários mais fracos, mas que não costumam dar muito espaço, como West Brom e Crystal Palace. Mesmo o Brighton, que tenta jogar um pouco mais, faz jogos de placares mais baixos. Essa será uma sequência importante antes de embarcar em uma série de duelos difíceis contra West Ham, Manchester City, Arsenal, Leicester e Aston Villa, com apenas o Fulham entre eles para dar um pouco de respiro – e, ainda assim, um jogo de certa rivalidade.

Está bem tranquilo em relação ao departamento médico. Tuchel esperava os retornos de Thiago Silva e Abraham para o jogo contra o Leeds. Ainda não deu, mas eles devem estar disponíveis até a próxima rodada da Premier League.

West Ham – 48 pontos (ou 51)

David Moyes, do West Ham (Foto: CLIVE ROSE/POOL/AFP via Getty Images/One Football)

Contra todos os prognósticos, inclusive os meus, o West Ham segue firme e forte na parte de cima da tabela. Pode até igualar os pontos do Chelsea se vencer o Arsenal, no próximo domingo, em jogo atrasado da 29ª rodada. Para uma temporada que começou com crise nos vestiários e poucos reforços, já é um resultado extraordinário que pode lhe render pelo menos vaga na Liga Europa. Mas por que não sonhar com mais?

O perfil dos seus jogos restantes permite ter esperança. A dificuldade do West Ham é contra adversários do Big Six: todas as oito derrotas, menos a primeira, para o Newcastle, foram contra esse grupo de elite (financeira) e apenas uma de suas vitórias. Nos dez jogos restantes, os Hammers enfrentarão Arsenal e Chelsea, e, mesmo ampliando para todos os times da parte de cima da tabela, terão apenas Leicester e Everton pela frente, ambos derrotados pelo time de David Moyes no primeiro turno.

O grosso da tabela do West Ham é contra equipes da parte de baixo da tabela, e ele tem se mostrado curiosamente muito confiável nessas partidas. Dez das suas 14 vitórias foram contra times que no momento estão do 11º lugar para baixo. Pela frente, terá quatro adversários muito envolvidos na briga contra o rebaixamento: Newcastle, Brighton, West Brom e Southampton. Os três últimos, porém, serão nas rodadas finais, quando talvez (no caso do West Brom, certamente) os seus destinos já estejam selados. Cruzará com Wolverhampton e Burnley ainda precisando dos últimos pontos antes de pensarem nas férias.

A tabela indica que, se continuar na mesma toada, o West Ham pode se manter próximo dos líderes até o fim e aí tentar uma arrancada final nas três rodadas derradeiras. Tem confrontos diretos contra Chelsea e Leicester, que estão à sua frente, para tentar diminuir a distância ou pelo menos não permitir que ela aumente.

Mais recentemente, o West Ham perdeu dos dois times de Manchester – embora tenha jogado bem contra o City – e venceu o Leeds – embora Moyes tenha gostado mais do resultado que do desempenho. O treinador espera que Ogbonna e Masuaku depois da Data Fifa. Yarmolenko voltou a treinar esta semana e pode estar à disposição em breve.

Everton – 46 pontos (ou 49)

James Rodríguez e Carlo Ancelotti, do Everton (Jan Kruger/Pool/AFP via Getty Images/OneFootball)

A campanha do Everton é muito engraçada. Ela alterna sequências de vitórias (tem duas de quatro jogos e uma de três) com mini-crises que nunca duram mais do que quatro rodadas. De certo modo, é a bandeira de uma temporada marcada por oscilações e tem sido suficiente para acompanhar os líderes. Caso vença o jogo que tem em mãos, contra o Aston Villa, ficará a apenas dois pontos do quarto lugar.

Seu problema é o de sempre: consegue resultados incríveis, como vencer o Liverpool em Anfield pela primeira vez desde 1999, e algumas semanas depois leva um sacode do Burnley. Ganha do Leeds, arranca um empate heroico contra o Manchester United e aí perde do Fulham. As lesões não tem ajudado a ter consistência. Allan e Seamus Coleman tiveram períodos prolongados de ausência. James Rodríguez perdeu dez das 28 rodadas disputadas pelo Everton. O desempenho é até melhor nas partidas sem ele – sete vitórias e três derrotas -, mas a qualidade do colombiano na criação precisa aparecer para o Everton conseguir um desempenho mais regular.

Sobre a tabela, tenho boas e más notícias. Os três adversários mais difíceis são Arsenal e Tottenham, os dois piores colocados do Big Six, e o Manchester City, mas apenas na última rodada, quando já deve ter conquistado o título com milhares de rodadas de antecedência. É factível que some alguns pontos. Mas os tropeços mais dolorosos costumam aparecer nos outros tipos de jogos, e o Everton tem vários deles pela frente. Dois confrontos diretos contra Aston Villa e West Ham e partidas que deveria vencer com mais folga, diante de Crystal Palace, Brighton, Sheffield United e Wolverhampton – mas nem sempre o faz.

Ancelotti tem uma dor de cabeça no gol. Jordan Pickford precisou ser substituído contra o Burnley, com uma lesão no abdômen. O reserva imediato, Robin Olsen, também está listado como lesionado, com retorno previsto ainda para março. Pickford deve estar recuperado em abril. Foi substituído pelo garoto João Virginia no último fim de semana. Jean-Philippe Gbamin e Fabian Delph ainda não têm previsão de volta. James Rodríguez e Doucouré são esperados de volta em abril.

Tottenham – 45 pontos (ou 48)

Bale e Mourinho, do Tottenham (Foto: Srdjan Stevanovic/Getty Images/One Football)

O Tottenham é uma incógnita. A formação com quatro jogadores ofensivos – principalmente Bale, Son, Lucas Moura e Harry Kane – gerou algumas goleadas e certo otimismo, mas, mesmo com ela, a postura excessivamente defensiva diante do Arsenal indica que José Mourinho ainda não abandonou os velhos vícios. Neste fim de semana, enfrenta o Aston Villa para igualar os 29 jogos do Chelsea e pode ficar a apenas três pontos de distância do quarto lugar. Mas não passa muita confiança justamente porque, embora conte com muita qualidade, seu sistema ofensivo às vezes trava.

Principalmente nos clássicos, Mourinho parece muito satisfeito com o empate por 0 a 0. Ganhou apenas três confrontos com o Big Six, todos na primeira metade da temporada. E perdeu cinco. O ponto positivo é que resta apenas um, contra o Manchester United. O negativo é que seu retrospecto contra outras equipes da parte de cima da tabela não é muito melhor e ainda faltam vários deles até o fim do Campeonato Inglês.

O Tottenham não ganhou nenhum dos dois jogos contra o West Ham e perdeu para Leicester e Everton, os quais ainda enfrentará nas próximas rodadas. Tem ainda os dois duelos contra o Aston Villa, integrante do pelotão da frente, e, mesmo os jogos teoricamente mais fáceis são contra alguns dos piores adversários da parte de baixo da tabela: Leeds e Wolverhampton. Pega o Newcastle, lutando pela própria vida, e o único respiro mesmo será contra um Sheffield United já rebaixado na 34ª rodada.

Mourinho criticou a atuação de seus jogadores no clássico contra o Arsenal, chegando a dizer que alguns “se esconderam” no campo de ataque, o que nunca pega muito bem. Pelo menos, o departamento médico está relativamente tranquilo. A lesão de Son não parece ser muito séria e ele deve estar de volta ao fim da Data Fifa, talvez até antes. Lo Celso retornou aos treinos.

Aston Villa – 41 pontos (ou 47)

Jack Grealish comemora seu gol (PETER POWELL/POOL/AFP via Getty Images/OneFootball)

O Aston Villa está na lista porque tem dois jogos a menos que o quarto colocado e são dois confrontos diretos. Se vencer ambos, contra Tottenham e Everton, passaria o Liverpool, encostaria nos dois e também ficaria a quatro pontos do Chelsea. Por essa possibilidade, vale citá-lo. Mas o desempenho recente não indica que isso acontecerá.

O grosso dos 41 pontos do Aston Villa foi somado nas primeiras 16 rodadas – 26. Desde então, o time de Birmingham ganhou apenas quatro vezes, empatou três e perdeu seis. É uma espécie de correção de curso. Depois de quase ser rebaixado em sua temporada de retorno à Premier League, apesar de muitos investimentos, o campeão europeu fez contratações mais pontuais, como Matty Cash, Emiliano Martínez e Ollie Watkins.

Como esperado, elas elevaram o patamar do time e contribuíram para vitórias marcantes como o 7 x 2 contra o Liverpool, 3 x 0 sobre o Arsenal e 1 x 0 sobre o Leicester, mas o passo à frente nesta temporada era permanecer na Premier League sem tantos sustos, o que acontecerá com folga. O salto às competições europeias ainda seria precoce.

Em parte porque o time ainda não conseguiu aliviar muito o fardo sobre Jack Grealish. Ele continua sendo a principal fonte de criatividade do time, com sete gols e 10 assistências pela Premier League. Representa 43% da produção ofensiva do Villa e, nas últimas cinco rodadas em que esteve afastado por lesão na perna, conseguiu apenas uma vitória, sobre o Leeds por 1 a 0. Ele deve retornar contra o Tottenham, no próximo fim de semana.

Em outra parte, porque a tabela do Villa é cruel. Tottenham, duas vezes, Liverpool, Manchester City, Everton, também duas vezes, Manchester United e Chelsea estão entre os seus 11 últimos adversários. Ainda enfrenta o Fulham, lutando pela sobrevivência. Os duelos teoricamente mais fáceis serão contra o o West Brom, talvez já rebaixado, e o Crystal Palace sem ambições, na antepenúltima rodada.

Pelos recursos à disposição e o desempenho recente, seria surpreendente se o Villa conseguisse sair dessa maratona de jogos difíceis com chances de chegar à Champions League. Mas, matematicamente, está na briga.

Liverpool – 46 pontos

Virgil van Dijk e Jordan Pickford, em jogada do dérbi entre Liverpool e Everton (Laurence Griffiths/Getty Images/OneFootball)

Ainda é cedo para falar em recuperação. Faz dez dias que perdeu do Fulham, em casa. Mas as circunstâncias têm mantido o Liverpool vivo. Em que pese a possibilidade de ser ultrapassado por Aston Villa, Everton e Tottenham, está apenas cinco pontos atrás do quarto colocado e sabemos que foi um dos dois times da Inglaterra nos últimos anos que pode ganhar dez jogos seguidos como se nada de especial estivesse acontecendo. A questão é justamente saber se ainda o é.

Não em termos amplos. O projeto do Liverpool não preocupa. Há necessidade de renovação no setor ofensivo e de reforçar a defesa de verdade e não com quebra-galhos do lanterna da Bundesliga e do Preston North End. Jürgen Klopp, que deu mais de uma confirmação pública de que pretende cumprir o seu contrato até o fim, está ciente de ambas. A questão é se, sem o apoio da sua torcida, sem seus três principais zagueiros, sem seu capitão pelo menos até abril, exausto e com a confiança abalada pelos resultados ruins, o atual campeão inglês conseguirá a arrancada que precisa para disputar a próxima Champions League.

Os últimos sinais têm sido promissores. Passou com folgas pelo RB Leipzig, um adversário mais difícil do que pareceu, e segue vivo na Champions Legue, o que também pode salvar a temporada. Conseguiu uma vitória importante contra o Wolverhampton. O retorno de Fabinho ao meio-campo melhorou o rendimento dos laterais, do trio de ataque e da pressão coletiva dos Reds. No entanto, desde que o trem desandou em dezembro, houve outros lapsos de bom futebol que não se transformaram em consistência.

O principal problema, quem diria, tem sido em Anfield. Após 68 jogos de invencibilidade como mandante pela Premier League, o Liverpool perdeu as últimas seis partidas em seu estádio, conta todo tipo de adversário: os fortes, como Manchester City e Chelsea; os mais fracos, como Fulham, Brighton e Burnley; e até para o Everton, o que não acontecia desde 1999. Alisson, ainda lidando com a perda do pai no fim de fevereiro, está em um momento instável. O luto também se estende ao treinador Jürgen Klopp, que perdeu a mãe para a Covid-19 em janeiro.

Pelo menos os problemas físicos deram uma trégua. Roberto Firmino deve voltar depois da Data Fifa. O retorno de Jordan Henderson é um pouco incerto. De resto, os desfalques relevantes são apenas os três zagueiros, Van Dijk, Matip e Gomez, que não devem retornar antes do fim da temporada.

Arsenal – 41 (ou 44)

Aubameyang e Arteta (Foto: SHAUN BOTTERILL/POOL/AFP via Getty Images/One Football)

O Arsenal é quem está em pior situação. Precisa ser considerado pela sua estatura como clube e porque está a uma distância alcançável, mas não tem mais margem de erro. O jogo contra o West Ham no próximo domingo será crucial. Caso vença, fica a sete pontos do Chelsea. É possível. Caso não vença, é mais prudente se concentrar na Liga Europa, caso siga vivo após o jogo de volta das oitavas de final contra o Olympiacos na próxima quinta-feira.

A primeira temporada completa de Mikel Arteta como técnico do Arsenal tem sido de altos e baixos. Está atualmente em uma boa fase, com quatro vitórias e um empate por todas as competições e três rodadas de invencibilidade pela Premier League. Os resultados na liga melhoraram significativamente a partir do Boxing Day, com oito vitórias e apenas três derrotas. O fato de, apesar desses bons resultados, ainda estar relativamente longe do pelotão da frente mostra como o começo havia sido ruim.

A tabela pelo menos não é tão difícil assim. Após o West Ham, enfrenta o Liverpool e depois tem apenas o Chelsea e o Everton entre os principais candidatos. Tem jogos contra os já provavelmente rebaixados Sheffield United e West Brom e fecha a campanha contra Crystal Palace e Brighton com a cabeça nas férias. Esse é o lado bom. O lado ruim é que não há nenhuma margem para erro e mesmo uma campanha perfeita não é garantia de nada a essa altura.


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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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