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Itália prova que é possível punir torcedores criminosos

As confusões entre torcidas e as consequentes punições são uns dos assuntos quentes deste ano. Embora sempre tenha existido preocupação e conversas sobre o problema, a dimensão nesta temporada parece maior, talvez pela proximidade do início da Copa do Mundo. E enquanto o futebol brasileiro parece estar longe de chegar a soluções mais efetivas, a Itália deu um belo exemplo de como lidar com os desordeiros. Francesco Ianari, de 27 anos, e Mauro Pinelli, 26, foram condenados a quatro anos e cinco meses e cinco anos e seis meses, respectivamente, pelo ataque a torcedores do Tottenham em Roma, em 21 de novembro do ano passado.

Antes de uma partida pela Liga Europa da última temporada entre Spurs e Lazio, 13 torcedores do clube inglês estavam em um pub no centro de Roma, quando um grupo de cerca de 20 ultras italianos irrompeu o local com bombas de fumaça e gás lacrimogêneo e começou a atacar os londrinos com barras de ferro e pernas de cadeiras. Na mesma noite, Pinelli e Ianari foram identificados e detidos.

As origens do ataque são controversas. Antes havia a suspeita de que o ataque tivesse sido orquestrado pelos ultras da Lazio, por causa da origem semita da torcida do Tottenham. A torcida do time biancoceleste inclusive cantou músicas antissemitas durante o jogo da competição europeia. No entanto, isso já foi descartado, e a última versão é de que torcedores da Roma teriam visto os fãs dos Spurs e chamado alguns torcedores da Lazio para um ataque conjunto.

Detalhes à parte, há de se destacar a rapidez com que a polícia italiana deteve os criminosos, e agora, pouco menos de um ano depois, a eficiência com que a justiça os sentenciou. No Brasil, mesmo quando identificados por imagens na imprensa, os infratores acabam sendo os menos prejudicados e estando presentes nas partidas seguintes – até mesmo cometendo mais infrações, como visto recentemente.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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