Inglaterra

Ellen White, maior artilheira da seleção inglesa feminina, aposenta-se aos 33 anos

A atacante conquistou títulos por Arsenal e Manchester City, foi uma das artilheiras da Copa do Mundo de 2019 e marcou 52 gols pela Inglaterra

Maior artilheira da história da seleção inglesa feminina, e recém-coroada campeã europeia, Ellen White disse que seus sonhos se realizaram em 31 de julho, quando a Inglaterra venceu a Alemanha na final da Eurocopa diante de um estádio de Wembley lotado, e que agora, aos 33 anos, chegou a hora de pendurar as chuteiras.

“Essa tem sido uma das decisões mais difíceis da minha vida, mas eu sei que é a correta”, afirmou a atacante do Manchester City, em uma publicação no Twitter. “Uma decisão que eu sempre quis tomar nos meus próprios termos. E é a minha hora de dizer adeus ao futebol e ver a próxima geração brilhar”.

White estreou pela seleção inglesa em 2010, contra a Áustria, e disputou sua primeira Copa do Mundo no ano seguinte. Chamou a atenção com um golaço por cobertura contra o Japão na fase de grupos. Também esteve na Olimpíada de Londres. Esse foi seu período mais bem sucedido por clubes. Com a camisa do Arsenal, conquistou duas vezes a Superliga Feminina, com mais dois títulos da Copa da Inglaterra e três da Copa da Liga.

White perdeu uma temporada da Superliga Feminina em 2014, por uma séria lesão de ligamento no joelho, assim que acertou pelo Notts County. Ela também passaria pelo Birmingham, no qual seria artilheira do Campeonato Inglês com 15 gols, antes de defender o Manchester City. Pelo City, aumentou sua prateleira de troféus com uma Copa da Inglaterra e uma Copa da Liga. Foi três vezes eleita a melhor jogadora do futebol inglês (2011, 2018 e 2020/21).

Nos palcos internacionais, o seu grande momento foi a Copa do Mundo de 2019, na mesma época da mudança a Manchester. Com seis gols, ela foi uma das três artilheiras da competição, ao lado das norte-americanas Megan Rapinoe e Alex Morgan. Ajudou a Inglaterra a chegar em quarto lugar, após perder a semifinal para os EUA.

Em novembro do ano passado, marcou três vezes pela Inglaterra na goleada por 20 a 0 sobre a Letônia e chegou a 48 gols pela seleção, superando a marca de Kelly Smith pelo time feminino. Aposenta-se com 52, a um do recorde dos times ingleses, que pertence a Wayne Rooney. Ela jogou 113 vezes pela Inglaterra, a última delas contra a Alemanha, na final da Eurocopa.

White não fez uma competição brilhante. Titular em todos os seis jogos e substituída em todos eles por Alessia Russo, que sempre injetava mais energia ao time inglês. Mas a técnica Sarina Wiegman insistiu em começar com a experiente atacante liderando a sua linha de frente.

“Ellen deu tanto pela Inglaterra e estamos todos tão orgulhosos dela. Eu tive o prazer de trabalhar com ela apenas nesse último ano, mas seu profissionalismo, índice de trabalho e finalização são de primeira linha. Ela fez um trabalho incrível (na Euro) para o time. Ela é a perfeita jogadora de equipe e ajudou as jovens a encontrar o caminho no futebol internacional. Eu já sabia que ela era uma grande jogadora, mas descobri uma pessoa ainda melhor. Vamos sentir falta dela, mas entendo a decisão de tomar uma nova direção”, disse Wiegman.

White encerrou sua despedida com uma mensagem para a próxima geração, lembrando um artigo, bastante compartilhado depois do título da Eurocopa, no qual seu pai dizia que ela estava muito triste por ter sido proibida de jogar em uma liga masculina quando tinha nove anos – a Federação Inglesa permite times mistos até os 10.

“Essa é para a próxima geração. Vocês não têm que ser as melhores em alguma coisa para realizar seus sonhos. Basta olhar para mim. Trabalho duro, dedicação, paixão e amor pelo que você faz são uma grande receita. Nunca deixe ninguém dizer que você não pode fazer algo ou realizar os seus sonhos. Uma vez me disseram que não poderia jogar com os garotos e que eu nunca jogaria pela Inglaterra. Agora estou me aposentando com 113 jogos e 52 gols pela seleção inglesa e uma Eurocopa”, disse.

“Vamos usar o embalo da vitória na Euro para garantir que cada jovem em todas as comunidades tenha a oportunidade jogar e se conectar com todos os times de futebol da Inglaterra”, encerrou uma das maiores jogadoras da história do futebol inglês.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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