Copa da Liga Inglesa

O Chelsea dominou e puniu os erros do Tottenham, para largar com boa vantagem na semifinal da Copa da Liga

A superioridade clara do Chelsea ao longo do primeiro tempo garantiu a vitória desde cedo em Stamford Bridge

O Chelsea deu um importante passo em busca da classificação à final da Copa da Liga Inglesa. Mesmo sem vários titulares, os Blues tiveram boa atuação em Stamford Bridge e ganharam do Tottenham por 2 a 0, na ida das semifinais. A partida foi resolvida ainda no primeiro tempo, com um domínio flagrante do time de Thomas Tuchel. Os dois gols saíram antes do intervalo, graças às pixotadas da defesa dos Spurs, em especial de Tanganga. O segundo tempo seria mais equilibrado, com a melhora dos comandados de Antonio Conte, mas nada suficiente para provocar uma reviravolta no placar.

A grande novidade do Chelsea era o retorno de Romelu Lukaku. Depois das declarações que geraram ruído no Chelsea e o afastamento temporário do centroavante, a nova chance aconteceu após seu pedido de desculpas. No mais, os Blues contavam com uma equipe mista. Kepa Arrizabalaga assumiu o gol após a partida de Édouard Mendy para a Copa Africana de Nações. Antonio Rüdiger, Mason Mount, Jorginho e Kai Havertz eram outros nomes importantes alinhados por Thomas Tuchel. Thiago Silva e N'Golo Kanté eram desfalques de última hora, após testarem positivo para a Covid-19. Já o Tottenham vinha com apenas duas mudanças em relação à partida anterior. Japhet Tanganga era a novidade na zaga, enquanto Matt Doherty entrou na ala esquerda, num 3-4-3. Em sua primeira aparição em Stamford Bridge desde a saída do Chelsea, Antonio Conte reunia um trio de frente com Harry Kane, Son Heung-min e Lucas Moura.

O Chelsea começou a partida em ritmo forte e logo passou a sitiar os arredores da área do Tottenham. Lukaku parecia disposto a mostrar serviço e teria uma boa chegada logo no primeiro minuto, mas preferiu tentar o passe e a jogada não teve continuidade. Ainda assim, o gol surgiu aos cinco. Num passe ruim de Tanganga para Emerson Royal, Marcos Alonso foi mais rápido para fazer o desarme. O ala passou rápido a Kai Havertz, pelo lado esquerdo da área, e o atacante definiu na saída de Hugo Lloris. Davinson Sánchez ainda tentou cortar, sem sucesso.

O Chelsea não precisou exercer uma pressão tão grande para manter sua superioridade na partida. Bastava tocar a bola com calma e esperar os erros do Tottenham, que eram muitos. Uma trapalhada aos 12 minutos permitiu que Havertz forçasse a defesa de Lloris. A posse dos Blues fluía e vez ou outra o time arriscava um chute. Do outro lado, os Spurs construíam pouquíssimo e sequer levavam perigo, sem registrar finalizações nos 45 minutos iniciais. Assim, o segundo gol dos anfitriões era esperado, mesmo que tenha surgido num lance bisonho da zaga. Após uma falta cobrada para a área por Hakim Ziyech, aos 34, Tanganga tentou tirar de cabeça e acertou Ben Davies, que viu impotente a bola entrar.

As falhas esfriavam ainda mais o Tottenham, que não daria sinais de reação até o intervalo. Pelo contrário, o Chelsea ainda tentou o terceiro. Ziyech cruzou para Lukaku, que desviou ao lado da meta. Apesar de algumas demonstrações de disposição, o centroavante fez um primeiro tempo de boas ações pontuais, sem garantir uma atuação tão reluzente assim. Coletivamente, ao menos, os Blues eram obviamente melhores e seguiam com enorme segurança.

As duas equipes voltaram com mudanças para o segundo tempo. Timo Werner vinha no lugar de Havertz pelo Chelsea, enquanto o Tottenham botou Tanguy Ndombélé na vaga de Doherty e passou a jogar com uma linha de quatro na defesa. A mudança mais importante nos Spurs, ainda assim, era na postura. A equipe acordou no jogo e passou a investir bem mais no ataque. A primeira finalização viria aos cinco minutos, num chute forte de Harry Kane, em cobrança de falta que Kepa espalmou. O duelo ficava mais aberto e Lloris também realizou algumas defesas seguras do outro lado.

Se o equilíbrio garantia mais emoção ao jogo, o Chelsea seguia apresentando bons recursos. Saúl Ñíguez fazia grande papel no meio-campo e Werner participava bastante, aberto pela esquerda, com um chute perigoso aos 16. E quase um golaço saiu nesta sequência de avanços mais contundentes dos Blues. Depois de uma parede feita por Lukaku, Ziyech fez um lançamento primoroso. Werner saiu de frente com Lloris e tentou encobrir o goleiro, que salvou com uma só mão.

À medida que o relógio corria, o Tottenham parecia perder a confiança e o jogo voltava a ficar sob o controle do Chelsea. As entradas de Mateo Kovacic e Ruben Loftus-Cheek também ajudavam os Blues no meio do campo. Christian Pulisic viria depois na vaga de Ziyech. Já o Tottenham acionou Harry Winks, antes de apostar em Bryan Gil e Giovani Lo Celso aos 34, sacando Son e Lucas. Conte parecia resignado com o resultado, sem apostar em trocas ousadas, com seu time limitado a lampejos. Numa dessas, Bryan Gil fez fila pela esquerda e Lo Celso chutou firme, mas Kepa defendeu. Nos acréscimos, ouviram-se gritos de olé no Stamford Bridge, sem que o Chelsea abdicasse de uma postura propositiva e rondasse o gol. Mas o placar seguiria inalterado até o apito final.

O segundo jogo entre Tottenham e Chelsea acontecerá na próxima quarta-feira, 12 de janeiro. No fim de semana, os dois times atuam pela Copa da Inglaterra: os Blues pegam o Chesterfield e os Spurs encaram o Morecambe. A outra semifinal da Copa da Liga, entre Liverpool e Arsenal, que deveria acontecer nesta quinta, acabou adiada para a próxima semana por causa do surto de Covid-19 no elenco dos Reds.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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