Auba teve passagem curta, mas positiva pelo Barcelona e agora tentará impulsionar o ataque do Chelsea
O clube londrino também anunciou a chegada de Denis Zakaria, da Juventus, para inserir um pouco de sangue novo em seu meio-campo
Os últimos meses de Aubameyang foram estranhos. Afastado por razões disciplinares, perdeu a braçadeira de capitão do Arsenal. Por motivos médicos, após contrair Covid-19, foi cortado da seleção do Gabão na Copa Africana de Nações. Teve seu contrato rescindido para acertar com o Barcelona em janeiro e não foi mal. Pelo contrário. Mas os catalães trouxeram reforços importantes para o ataque, renovaram com Ousmane Dembélé, o que não parecia provável, e ele acabou sobrando. Seis meses depois, está de volta a Londres para jogar pelo Chelsea.
Aubameyang fez 11 gols em 17 rodadas do Campeonato Espanhol, 13 em 24 partidas por todas as competições. Ele foi um dos jogadores mais importantes da arrancada do Barcelona com Xavi Hernández. Marcou seu nome na história do Superclássico com uma imensa atuação diante do Real Madrid na goleada por 4 a 0 no Santiago Bernabéu, mas disputou apenas oito minutos neste começo de temporada.
Lewandowski e Raphinha comeram parte do seu espaço. Havia a expectativa de que Dembélé saísse, o que não aconteceu. O ponta conta com a confiança de Xavi e está dando sinais de recuperação. Havia a expectativa também que Memphis saísse – o que não aconteceu. Ainda há Ferrán Torres, investimento importante de janeiro, e o garoto Ansu Fati. Por mais que Aubameyang pudesse ajudar o Barça, em um clube que ainda conta suas moedas, tê-lo como reserva seria um luxo.
Desde o começo da janela, o Chelsea indicava o desejo de montar um ataque diferente. Depois da experiência com Lukaku, que não é lento, mas também não tem velocidade (diferente de arrancada) como sua principal característica, Tuchel parece querer montar um ataque com jogadores leves, rápidos, que se movimentam e sabem colocar a bola para dentro do gol quando as oportunidades aparecem.
E o Chelsea contratou dois dos melhores atacantes com essas características que atuaram na Premier League nos últimos anos. É exatamente o forte de Raheem Sterling, que já vem jogando como falso 9 e naturalmente sabe atuar pelos lados. Aubameyang é a mesma coisa: pode ser ponta esquerda, pode ser centroavante móvel. Ainda há Kai Havertz, outro jogador dinâmico de muita qualidade. Christian Pulisic e Hakim Ziyech acabaram ficando, e ainda há a opção de avançar Mason Mount.
Tuchel conseguiu as peças que queria. Talvez nem todas, mas recebeu ótimos reforços e agora tem que buscar o melhor encaixe. O começo de temporada do Chelsea ainda é devagar. Fez dois jogos muito ruins fora de casa contra Leeds e Southampton. O último mês, após tantos problemas na saída do Arsenal, mostraram que Aubameyang ainda tem muita lenha para queimar, aos 33 anos, e conhece a Premier League como poucos.
Como parte do negócio, além de receber cerca de € 12 milhões por um jogador que contratou de graça, o Barcelona também levou Marcos Alonso, que rescindiu seu vínculo com o Chelsea e deve ser anunciado nesta sexta-feira. O lateral esquerdo era alvo dos catalães desde o começo da janela de transferências. Reforçará um lado da defesa, com Héctor Bellerín, já anunciando, reforçando o outro.
Novidade no meio-campo.
O primeiro mercado sob nova administração, comandado por Todd Boehly em consulta com a ex-diretora Marina Granovskaia, começou devagar, mas acabou sendo positivo. Sterling e Aubameyang são dois atacantes de alto nível com características desejadas e experiência de Premier League. Kalidou Koulibaly está no auge, Wesley Fofana tem um potencial imenso. Ainda vieram Marc Cucurella, um defensor polivalente, e Carney Chukwuemeka, um talento para o futuro. E, por fim, Denis Zakaria.
O meio-campo do Chelsea é muito talentoso, mas também está um pouco empoeirado. N’Golo Kanté, Jorginho e Mateo Kovacic são os principais integrantes do setor há muitos anos, e o francês entrou naquela fase em que os problemas físicos estão atrapalhando bastante. Ruben Loftus-Cheek tem ganhado espaço em momentos pontuais, Mason Mount é uma estrela que flutua entre o meio e o ataque, e Conor Gallagher retornou com moral após empréstimo ao Crystal Palace.
Zakaria é uma opção importante, especialmente como cobertura a Kanté, pelas características mais físicas e defensivas. Foi uma contratação de janeiro da Juventus, que o comprou baratinho do Borussia Monchengladbach. O suíço entrou e saiu do time em seus primeiros meses e estava fazendo a mesma coisa nas primeiras rodadas desta Serie A. Com a chegada de Leandro Paredes, e posteriormente quando Pogba se recuperar, talvez não tivesse muito espaço.
Mas precisará jogar muito bem para continuar em Stamford Bridge porque a opção de compra em seu contrato é de € 30 milhões, o que seria um grande lucro à Juventus que pagou menos de € 10 milhões para tirá-lo da Alemanha. De qualquer maneira, era importante ao Chelsea inserir um pouco de sangue novo ao seu meio-campo, e Zakaria parece uma opção interessante e de baixo risco.