Holanda

PSV atesta: já voltou a ser grande o bastante…na Holanda

No final do primeiro tempo do clássico entre Ajax e PSV, domingo passado, as coisas pareciam estar se encaminhando para o desfecho previsível: com uma defesa que não conseguia se organizar para marcar o ataque do Ajax, que trocava de posições com facilidade, o time de Eindhoven saiu para o intervalo perdendo por 1 a 0. E precisava achar um modo de resolver seu problema.

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Pois bem: não só a defesa se assentou, com maior ajuda do meio-campo na marcação, como o PSV se aproveitou de contra-ataques bem acelerados para conseguir uma vitória categórica. A virada por 3 a 1 confirmou o primeiro triunfo contra os Ajacieden em Amsterdã para o PSV desde 30 de janeiro de 2008. E também confirmou que os Boeren voltaram a ser grandes o bastante para sonharem com o fim do jejum de seis anos sem títulos holandeses.

E se ainda houvesse alguma dúvida disso, ela se dissipou de vez com os jogos de volta dos play-offs da Liga Europa. Afinal de contas, os Eindhovenaren conseguiram a vitória mais cômoda e fácil entre os quatro holandeses que disputavam vaga na fase de grupos. Fizeram 2 a 0 no Shakhtyor Soligorsk-BLR, e garantiram o lugar entre os 48 participantes das chaves. Está certo que os gols só surgiram no final do segundo tempo, mas o time levou a partida em banho-maria, como queria. Mais do que isso: o grupo em que caíram é altamente acessível. Panathinaikos e Dínamo Moscou devem causar algum calor, mas há condições para classificação.

Então o time está perfeito? Nem tanto. Embora a defesa tenha tomado jeito desde o segundo tempo da partida contra o PSV, ainda há coisas a consertar nela. Por exemplo: embora continue sendo um goleiro promissor, Zoet voltou das férias mais inseguro do que fora na temporada passada. Mostra disso foi sua saída péssima, que possibilitou a El Ghazi encobri-lo e abrir o placar para o Ajax no clássico. Na lateral esquerda, Jetro Willems ainda não aprendeu a marcar com o devido cuidado. E no miolo, já que Jeffrey Bruma é “xerifão” mais na postura do que no estilo de jogo, cabe ao promissor Karim Rekik mostrar porque o Manchester City ainda confia nele.

Pelo menos, nos setores posteriores, as coisas começam a melhorar. No meio-campo, Wijnaldum voltou animado da Copa: arma as jogadas e até aparece no ataque para concluir, uma vez ou outra. Se estar na seleção serviu para lhe fortalecer, bem vinda tenha sido a convocação de Van Gaal – e bem vinda seja a convocação de Guus Hiddink para o amistoso contra a Itália, semana que vem. E se faltava um volante mais confiável na tarefa de marcação, o empréstimo do mexicano Andrés Guardado vem muito bem a calhar.

Só que não há como falar deste bom começo de temporada do PSV sem citar Memphis Depay. Não só o camisa 7 ganhou papel de destaque no time após as ótimas aparições na Copa, como parece ter aceitado isso sem deixar pesar sobre as costas. Afinal de contas, abriu o caminho para a vitória sobre o Ajax, ao empatar o jogo. De quebra, Depay ainda marcou os dois gols da vitória sobre o Shakhtyor Soligorsk, na Liga Europa. E para aliviar os rumores cada vez maiores de que deixaria o clube agora, renovou seu contrato por mais um ano, até o meio de 2018.

Mas Depay não é o único a progredir. Luciano Narsingh, enfim, vai ganhando ritmo após sua grave lesão no joelho. Após um começo tímido de temporada, foi decisivo na vitória sobre o Ajax, puxando os contra-ataques, armando a jogada do gol de Depay e fazendo o gol da virada. De quebra, há Jürgen Locadia, que ainda tem margem de melhora – bem como Luuk de Jong, ainda tímido demais em suas atuações.

Mas a síntese da melhora do PSV talvez esteja nas palavras de Wijnaldum após a vitória no clássico: “Quero dar coisas boas ao time, e Depay quer isso também. Ainda não fomos campeões holandeses, e isso é fundamental para nós. Queremos jogar pelo título na atual temporada”. Com um time cada vez mais entrosado, reforçado em pontos cruciais e com vontade de jogar bem, possibilidades disso acontecer não faltam.

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