Holanda

O uso do VAR transformou o placar de 2 a 0 em 1 a 1, mas não impediu o título do Feyenoord

O Feyenoord abriu a temporada com mais um título. Depois da festa imensa pela Eredivisie que não se conquistava desde 1999, o clube de Roterdã faturou a Johan Cruijff Schaal – a Supercopa da Holanda. Em final disputada contra o Vitesse no próprio Estádio de Kuip, a equipe de Gio van Bronckhorst triunfou nos pênaltis, após o empate por 1 a 1 no tempo normal. E depois de certa polêmica. Afinal, se o árbitro de vídeo vem sendo utilizado em vários países, os métodos para a sua aplicação estão bem distantes da unanimidade. É preciso aperfeiçoar o uso da tecnologia – 0 que ficou bem claro na Holanda.

O primeiro gol saiu aos sete minutos de jogo, com Jens Toornstra abrindo o placar para o Feyenoord num belo chute de primeira. Já o lance controverso aconteceu logo no início da segunda etapa. Ataque para o Vitesse e os aurinegros pediram pênalti. O árbitro não deu nada e mandou a partida seguir. Sem que a bola saísse, o Feyenoord armou o contra-ataque. E balançou as redes com Nicolai Jorgensen, cerca de 20 segundos depois.

No entanto, o VAR foi solicitado logo na sequência. O gol do clube de Roterdã, de fato, tinha sido marcado em impedimento de Jorgensen e foi corretamente anulado. Além disso, assinalou o pênalti do outro lado do campo. Na cobrança, três minutos depois de todo o imbróglio, Alexander Büttner deixou tudo igual para o Vitesse. O empate prevaleceu até o apito final e, nos pênaltis, o time da casa venceu por 4 a 2, graças a dois chutes defendidos pelo goleiro Brad Jones.

A justiça prevaleceu, afinal. O Feyenoord conquistou a salva de prata sem precisar se queixar da arbitragem, assim como as duas decisões corretas acabaram assinaladas. No entanto, toda a confusão ocasionada no De Kuip deixa mais margem à discussão sobre o uso do VAR. Que o recurso pode ajudar o futebol, não há muitas dúvidas. Mas o modo como é utilizado ainda está longe do satisfatório. É difícil encaixar um aparato que necessita de tempo em um dos esportes mais dinâmicos. Por isso mesmo, o principal ponto a se pensar neste momento é quando acionar o vídeo. Caso contrário, episódios tão polêmicos quanto o da Supercopa continuarão se repetindo.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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