Morre Johan Neeskens, o motor da Laranja Mecânica
Morreu neste domingo (06), Johan Neeskens, um dos maiores jogadores da história do futebol neerlandês, aos 73 anos. A morte foi informada nesta segunda-feira (7) e a causa não foi divulgada.
— Estamos profundamente tristes com o falecimento repentino de Johan Neeskens. Para sempre um dos nossos maiores ícones. Descanse em paz, Johan — publicou a federação holandesa de futebol nesta segunda-feira.
A carreira de Johan Neeskens
Johannes Jacobus Neeskens nasceu no dia 15 de setembro de 1951, em Heemstede. O meia iniciou sua carreira de futebol no clube local, como lateral-direito. Mas logo se destacou e gerou interesse de equipes maiores.
O primeiro a ficar atraído pelo futebol e “Johan” Neesnkens, como foi chamado durante toda carreira, foi Rinus Michels, técnico do Ajax na época, que o contratou em 1970. No ano seguinte, ele esteve na conquista da Copa dos Campeões da Europa, e de quebra ganhou uma vaga na equipe titular por ser polivalente, já que atuava no meio-campo e também na zaga.
Pela sua versatilidade, o meia se tornou um jogador importante no esquema tático do vitorioso Ajax, da primeira metade dos anos 70. Na época, o clube se sagrou bicampeão holandês, bicampeão da Copa da Holanda e tricampeão da Copa dos Campeões da Europa. Já na decisão do Mundial Interclubes de 1972, marcou um dos gols do título (3 a 0, no segundo jogo).
A Copa do Mundo e a Transferência
A Copa do Mundo de 1974, disputada na Alemanha, contou com a seleção holandesa, que ganhou os nomes de Laranja Mecânica e Carrossel Holandês, devido ao estilo original de jogo. Isso porque todos na equipe sabiam marcar, atacar e não guardavam posições, algo que confundia a defesa adversária.
A seleção holandesa chegou a final deste Mundial, contra a anfitriã. Neeskens, que era considerado o pulmão da equipe, marcou de pênalti o único gol da Laranja Mecânica, que foi derrotada de virada por 2 a 1. Apesar do vice-campeonato, o meia se transferiu para o Barcelona.
Na Espanha
Neekens atuou pelo Barcelona durante cinco anos. Disputou 232 jogos e marcou 57 gols. O jogador foi campeão da Copa do Rei, em 1978 (ano do vice-campeonato da seleção holandesa, na Copa da Argentina). No ano seguinte, o time catalão fez a final da Recopa Europeia diante do Fortuna Dusseldorf, e venceu por 4 a 3. Entretanto, mesmo com a conquista, o meia se desentendeu com os dirigentes do clube, que optaram em rescindir seu contrato, apesar da torcida ter feito protestos.
Cosmos e retorno ao Ajax
Quando Neeskens estava próximo de completar 30 anos, ele fez o mesmo que outros craques, como Pelé, Johan Cruijff e Franz Beckenbauer, e se transferiu para o Cosmos, clube de Nova York (EUA). No novo clube acabou sendo campeão norte-americano em 1980. Após dois anos nos Estados Unidos, ele retornou ao Ajax, já sem o prestígio de antes.
Aposentadoria, carreira como auxiliar técnico e treinador
Ainda como jogador, Neeskens teve passagens por Groningen (HOL), Fort Lauderdale (EUA), Baar (SUI) e Zug (SUI), e encerrou sua carreira aos 40 anos. Com a camisa do Carrossel Holandês ele atuou em 49 jogos, e marcou 17 gols.
Com a aposentadoria, Neeskens apostou na carreira de auxiliar técnico. Com a nova profissão, ele auxiliou o treinador Guus Hidink no comando da seleção holandesa na Copa do Mundo de 1998. Na ocasião, a Holanda terminou em quarto lugar.
Dois anos depois, Neeskens foi técnico do NEC (HOL). Time pelo qual chegou a disputar a Copa da Uefa. Lá permaneceu até 2005, quando recebeu novo convite de Guus Hiddink, para que trabalhassem juntos no comando da seleção australiana, na Copa da Alemanha de 2006.
No ano seguinte, Neeskens foi convidado por Frank Rijkaard a ser seu auxiliar técnico, na seleção holandesa, em seguida no Barcelona e em 2008 no Galatasaray.