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Feyenoord arranca empate suado contra o PSV e mantém distância na ponta

Expulsão de Obispo complicou uma vitória praticamente garantida para os Boeren

A Eredivisie reserva, algumas vezes ao ano, embates entre seus principais clubes. E diferente da lógica comum na qual Ajax e PSV trocam socos pelo título, neste ano é o Feyenoord o principal candidato. No clássico deste domingo (5), o Feyenoord recebeu o PSV em um jogo emocionante que terminou empatado em 2 a 2, não sem algumas reviravoltas.

Se no início da partida era a equipe de Roterdã que dava as cartas, bastaram oito minutos para provar que domínio não é nada sem eficiência. Em belíssima jogada de Xavi Simons, a bola cruzou o campo e caiu nos pés de Anwar El Ghazi, que finalizou na diagonal para vencer o goleiro Timon Wellenreuther.

Apesar do gol sofrido, o time de Arne Slot não se deu por vencido e buscou a igualdade. A bola, no entanto, teimava em não entrar. Até o apito final, foram incríveis 35 chutes, contra apenas sete do oportunista PSV. A pressão no ataque e as defesas de Walter Benitez trouxeram apreensão aos locais no De Kuip.

Não faltaram ocasiões de gol ao Feyenoord, que foi esmorecendo por conta do desperdício ofensivo praticado. O cenário mudou radicalmente (para o bem do espetáculo) quando o zagueiro do PSV Armando Obispo cometeu uma falta feia e foi expulso após revisão no VAR. Eram jogados quase 20 minutos da segunda etapa quando Obispo saltou para uma dividida e deixou a sola na coxa de Santiago Giménez. O árbitro Danny Makkelie viu várias vezes o lance até tomar a decisão.

Era de se esperar um abafa do Stadionclub, fazendo valer o apoio da torcida. O que aconteceu, para o choque do público, foi uma descida vertiginosa de Xavi Simons, que acionou Luuk De Jong metros atrás. O centroavante poderia ter arrematado, mas preferiu rolar para a ponta, onde o estreante Thorgan Hazard estaria dentro de alguns segundos. O belga, contratado na última semana, sequer havia tocado na bola, já que estava há dois minutos em campo.

Quis o destino que sua primeira participação com a camisa dos Boeren fosse para anotar o tento que, em tese, definia o clássico para os visitantes, que ficariam a um ponto dos líderes. O gol do PSV foi um baque do qual o Feyenoord se recuperou rapidamente. Sabendo ocupar com inteligência o espaço deixado pela expulsão de Obispo, Slot apostou todos os seus recursos no ataque. E o bombardeio uma hora iria surtir efeito.

A dupla Oussama Idrissi e Alireza Jahanbakhsh trabalhou muito bem ao colocar a defesa do PSV sob pressão. Restando pouco mais de dez minutos para o apito final, com dois gols atrás no placar, o Feyenoord não tinha outra opção se não partir para o abafa.

E os gols vieram, com requintes de tensão: Jahanbakhsh diminuiu e contou com passe de Idrissi, pelo alto, para marcar. Desesperado, o PSV tentava conter a sangria, estacionando o ônibus à frente da área e torcendo por um contragolpe de Simons para matar o jogo. Com os oito minutos de acréscimo dados por Makkelie, o Feyenoord abraçou o favoritismo pelo gol seguinte. E o empate veio, de forma bastante merecida, no minuto 96′. Novamente com Jahanbakhsh, contando com assistência de Idrissi. A bem da verdade, Benitez também deu uma ajudinha, saltando tarde demais e com os braços abaixados. No quique da bola, a mudança de direção traiu o goleiro argentino, que pulou e tocou o solo de mãos vazias. Empate com gosto de vitória.

O Feyenoord saiu de uma situação completamente desfavorável para um certo alívio. São dois pontos de vantagem para o AZ, que também empatou na rodada e perdeu a chance de assumir a ponta. O PSV, que chegou a sonhar com a vice-liderança, voltou ao quarto lugar. Entretanto, a briga pelo título e vagas europeias segue bastante interessante, com quatro pontos separando Feyenoord e PSV na classificação. Até que o cenário está empolgante, depois de tantos títulos consecutivos do Ajax.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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