GamesSagas de FM

[Uma Saga de FM] Capítulo 20: La Gloria

Veja outros episódios da série Uma saga de FM

Entendendo a necessidade de o time converter as chances que cria, tentei mudar algumas orientações aos jogadores do Instituto. Os atletas de lado de campo foram orientados a ter um posicionamento mais ofensivo e não mais marcar o lateral adversário. Ao mesmo tempo, os dois alas tiveram nova missão: fechar com a bola, não mais abrir o jogo. O nosso primeiro volante virou um Deep Lying Playmaker, ou seja, passou a ter mais jeito de Pirlo e menos de volantão.

Além disso as negociações nos ajudaram a reforçar o elenco e a passagem de uma temporada para a outra significou um amadurecimento ainda maior de jovens como Sánchez, Casamán, Mastrángelo e outros garotos. Mas para a chegada de uns, outros tiveram que sair.

Em junho recebemos uma oferta irrecusável pelo nosso mais prolífico produto canterano: o atacante Guillermo Barrera deixou o clube por 6 milhões de euros para defender o Besiktas, da Turquia. O zagueiro Baez foi para o futebol mexicano e o também atacante Torassa foi para o Rangers, da Escócia. Apesar dos gols marcados, ele não contribuiu da forma que eu queria.

Vamos às chegadas. Além de vários jovens com potencial, como José González, Juan Bogado, Carreño, Martín Luna e Rolín vieram o volante de criação Viotti, de 20 anos, o lateral direito Canuto, e o atacante Polo.  As melhores contratações, porém, foram na zaga. O setor precisava ser reforçado, já que Mauro dos Santos, Piriz e Delfino estão com certa idade. Do futebol holandês veio o experiente Facundo Roncaglia que na vida real teve boa passagem pelo Boca Juniors. Do Estudiantes veio um dos melhores zagueiros do futebol local: Matías Sarulyte, ao custo de 5 milhões de euros.

LEIA TAMBÉM: Torcedor de sofá ganha “Pimp My Ride” na Alemanha. O resultado ficou incrível

cap_20_02

Entramos na pré-temporada novamente com bons resultados: 6×0 no Wanderers, 3×2 no Atenas, 8×2 no Liverpool do Uruguai, 3×0 contra o nosso time sub-20 e 2×1 no nosso time reserva.

Começou o campeonato local, mas nosso foco era a Sul-Americana, claro!

A escalação base foi Lerda; Sarulyte, Roncaglia e Delfino; Caro (Casamán), Viotti e Sánchez; Mastrángelo; Lamanna (Capobianco), Chucky Ferreyra e Rabello.

– Vencemos o Independiente Rivadavia por 2 a 0 com dois gols de Ferreyra, batemos o Colón por 6 a 0 graças a Sarulyte, Ferreyra, três de Lamanna e um de Mastrángelo e vencemos o Tucumán por 4 a 1, com três gols de Ferreyra e um de Mastrángelo.

– Na sequência batemos o rival Belgrano por 5 a 2 com tentos de Sánchez, Mastrángelo, Lamanna, Roncaglia e Casamán e derrotamos o Chacarita Juniors com um gol de Ferreyra.

– Veio a estreia na Copa Sul-Americana. Diante do Rosario Central em casa não houve dificuldade: 4 a 0 com gols de Lamanna, dois de Mastrángelo e um do recém-chegado Harold Polo.

– No Apertura perdemos a primeira: 3 a 2 pro All Boys. Emendamos com vitória contra o Boca por 2 a 0 com gols de Sanchez e Roncaglia e então encaramos o Rosario Central de novo pela Sul-Americana. Novo confronto, nova vitória: 3 a 1 com tentos de Polo, Mauro dos Santos e Viotti.

– Na sequência do Campeonato Argentino derrotamos o Racing por 3 a 1 com Sarulyte, Roncaglia e Mastrángelo e batemos o Newell’s Old Boys por 3×0 com Mastrángelo, Pavone e Sarulyte, outra vez.

– Encaramos o Colo-Colo pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O primeiro jogo foi fora e conseguimos uma importante vitória com um gol de Bruno Sánchez.

– No Apertura vencemos o Lanús por 3 a 2 graças a Mastrángelo, Rabello e Roncaglia, mas perdemos para o Godoy Cruz por 2 a 1. Voltou a Sula e mesmo jogando em casa não tivemos boa atuação. Felizmente Ferreyra estava inspirado na competição continental e marcou nosso gol de empate. 1 a 1 com os chilenos e vaga assegurada nas quartas de final. O confronto? Contra o River.

– Em terras locais batemos o Atlanta por 3 a 0 com tentos de Soler, Delfino e Caro. Mas contra o Vélez tivemos um 0 a 0, algo que raramente aconteceu neste save.

– Atropelamos o River na Sul-Americana. Em casa, 6 a 0: um gol contra deles, Mastrángelo, Sánchez, Ferreyra, Rabello e Delfino. No Apertura vitória por 2 a 0 contra o Arsenal com gols de Capobianco  e no confronto da volta contra o River Plate derrota por 3 a 2, mas classificação às semifinais para encarar o Palmeiras.

cap_20_03

– Depois de um duelo com o River, desta vez pelo Apertura e com derrota nossa novamente por 3 a 2, veio o confronto com os brasileiros. Recebemos o Alviverde no Monumental de Alto Córdoba e o resultado e atuações não poderiam ser melhores: 3 a 0 para nós!  Rabello, Ferreyra e Mastrángelo anotaram. A boa vantagem nos permitiu jogar tranquilos na Arena Palestra Itália (foi esse o nome que o jogo deu ao novo estádio): 2 a 2. Ferreyra, em grande fase no torneio continental, marcou nossos dois gols. Estávamos na final outra vez! E adivinhem? De novo contra o Vitória….

– Pra relembrar: na temporada 17/18 avançamos até a final da Sul-Americana e enfrentamos o Vitória, empatando por 0 a 0 os dois jogos e perdendo nos pênaltis de maneira dolorosa.

– Desta vez a história tinha que ser diferente. O primeiro jogo foi no Monumental de Alto Córdoba. Instruí meus atletas a fazerem o jogo da vida deles. Era necessário vencer este torneio. Era nossa vingança particular. Era preciso ganhar, era preciso fazer gols. Lembram quando eu falei da grande fase de Facundo Ferreyra no torneio continental?  O homem estava impossível… Em um contra-ataque fez 1 a 0. Depois de cabeça ampliou pra 2 a 0. Nova bola enfiada e ele guardou o terceiro e de pênalti converteu o quarto. 4 a 0 com quatro gols dele!  Ainda deu tempo de Pavone e Piriz anotarem. O título estava muito próximo…

– No Apertura mantivemos a racha ganadora com triunfos diante do Rosario Central – 3 a 1 com gols de Capobianco, um contra e outro de Polo – e diante do San Lorenzo – 2 a 1 graças a Pavone e Capobianco.  

– Veio o segundo jogo da final da Sul-Americana. No Barradão tínhamos a vantagem de 6 a 0 no placar. Era só não bobear….  E não bobeamos! Fizemos um jogo correto. Abrimos o placar com Capobianco (que fase do garoto!), mas tomamos o empate. Fizemos 2 a 1 de novo com Capobianco, mas no fim eles empataram. Tudo bem… Sem problemas. 2 a 2. Instituto campeão da Sul-Americana!  Vindicados! Consagrados! No ano do nosso centenário conquistamos um título continental! Viva!

– Pra completar duas vitórias no Apertura com o time reserva garantiram mais um título argentino. La Gloria fazia jus ao apelido!

cap_20_04

Foto de Anderson Santos

Anderson Santos

Membro do Na Bancada, professor da Unidade Educacional Santana do Ipanema da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), doutorando em Comunicação na Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro “Os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol” (Appris, 2019).
Botão Voltar ao topo