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Gamepédia do Futebol – #5 International Soccer (Commodore 64)

O hit do Commodore 64 trouxe níveis de dificuldade pela primeira vez e jogadores muito realistas para a época

O Commodore 64 é até hoje um dos computadores pessoais mais vendidos da história. Além das tarefas comerciais e domésticas, ele também teve destaque pelo amplo acervo de games e contava com quatro títulos iniciais que já vinham com o computador. É desta plataforma que tiramos o quinto contemplado pela Gamepédia do Futebol da Trivela. Desenvolvido por Andrew Spencer e lançado em 1983, o Commodore’s International Soccer foi uma revolução para a época. Ele tinha um visual muito avançado, possibilitava que dois jogadores controlassem o mesmo time, trouxe a escolha do nível de dificuldade e a presença da arquibancada nos jogos de futebol. Em alguns locais, o International Soccer também é chamado de Cup Final.

O International Soccer é um jogo de perspectiva lateral, com possibilidades de movimentação diagonal – que são bem complicadas de dominar – e um visual muito desenvolvido para o que se entregava até então. Na dinâmica do jogo, não há faltas e nem impedimentos e há a possibilidade de dois usuários controlarem o mesmo time – a primeira semente do consolidado modo co-op.  Ao iniciar o jogo, após a tela de crédito, é apresentado um menu simples em que se escolhe a cor do seu uniforme e do seu adversário. Na sequência, apresenta-se uma inovação do jogo: a possibilidade de escolher a dificuldade. São 9 níveis diferentes, sendo o 1 mais fácil e o 9 o mais difícil. Por fim, o menu finda com a escolha entre imagem colorida ou preto e branco.

Iniciando a gameplay em si, dois times com sete jogadores – sendo seis na linha e um goleiro – saem do túnel e entram em campo aclamados pela torcida. Outro ponto alto do jogo: a torcida está presente! As arquibancadas em volta do campo são decoradas com as duas cores escolhidas para os times e, apesar de rudimentar, o barulho da torcida cria um bom ambiente ao game.

Na parte de sonoplastia, há muitos estímulos durante o começo e o fim da partida, mas o jogo peca durante o jogo. É basicamente um silêncio, com os únicos sons sendo o de chute e apitos quando a partida inicia ou termina. Se houver gol, a torcida faz barulho.

As partidas são compostas de dois tempos de 200 segundos, sem acrescimentos. Se a partida empata, não há prorrogação ou pênaltis. Como o controlador do Commodore apresenta apenas um botão, ele é o responsável por todos os tipos de ação dentro do jogo. A troca de jogadores é feita automaticamente e, para saber qual o avatar controlado, há uma mudança de coloração no jogador que está sendo direcionado. O goleiro não é totalmente controlado e sua ação é também realizada pelo mesmo botão de comando.

Para defender, o jogador deve dar o comando no momento exato para o goleiro saltar – inclusive, as animações de salto dos goleiros são bem interessantes para a época. Um dos bugs que os players mais experientes se aproveitavam era a condução com a cabeça – a la Kerlon Foquinha. Não era possível levantar a bola propositalmente, mas caso conseguisse colocar o avatar abaixo de um cruzamento e caminhar no tempo certo com a bola, ela ia grudando na cabeça e era quase impossível defender.

Ao final da partida, os jogadores voltam correndo para o vestiário através do túnel. Caso haja um vencedor, começa uma animação bizarra e sensacional ao mesmo tempo: os jogadores da equipe entram no gramado e ficam perfilados, enquanto uma figura de vestido azul claro entra no campo segurando uma taça de campeão. O capitão do time recebe a taça e levanta enquanto a torcida comemora. Que coisa maravilhosa!

Foto de João Belline

João Belline

Jornalista de formação, louco dos esportes por opção. Depois de muito escalar Cartola, jogar Winning Eleven, escrever escalação dos sonhos no caderno e topar o dedão na rua, falar sobre futebol virou uma necessidade. É mais um leitor que buscou espaço no time da Trivela e entende que futebol está acima do clube.
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