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Diante de público recorde no Estádio Olímpico, a Roma se segurou e perdeu por apenas 1 a 0 do Barcelona

A goleira Camelia Ceasar foi o grande destaque da partida que teve o maior público da história do futebol feminino na Itália: 39.454 pessoas

Quase 40 mil pessoas foram ao Estádio Olímpico nesta terça-feira, o maior público de um jogo de futebol feminino na Itália, e ficaram orgulhosos com a atuação da Roma contra o poderoso Barcelona, apesar da derrota por 1 a 0. Com nove defesas, a goleira Camelia Ceasar foi a principal responsável pelo placar magro no confronto de ida das quartas de final da Champions League. Na outra partida do dia, o Bayern de Munique bateu o Arsenal, em casa, também por 1 a 0.

Embora tenha perdido a final da última Champions para o Lyon, o Barcelona é atualmente a principal potência da categoria, com um elenco estrelado que passa o carro em cima de todo mundo na Espanha – e às vezes também na Europa. A Roma está em sua primeira participação na competição europeia, depois de ser vice-campeã italiana na última temporada, a sua melhor campanha na Serie A feminina.

Todo o favoritismo era do Barcelona, mesmo sem Alexia Putellas, eleita duas vezes seguida a melhor jogadora do mundo pela Fifa e ainda se recuperando do rompimento nos ligamentos do joelho que a impediu de disputar a última Eurocopa. A primeira grande defesa de Ceasar aconteceu aos 13 minutos. Salma Paralluelo tabelou com Keira Walsh e soltou a bomba, à curta distância. A goleira da Roma espalmou com as duas mãos. Pouco depois, conseguiu impedir que a craque Caroline Graham Hansen marcasse um golaço, depois de entrar costurando a defesa italiana.

Asisat Oshoala teve a chance de marcar de cabeça, completamente livre, na entrada da pequena área, mas desviou para fora. Aos 33 minutos, Paralluelo recebeu o passe de Patricia Guijarro no semi-círculo, tirou a marcação no domínio e mandou um chute colocado no canto direito de Ceasar – que, dessa vez, nada pôde fazer. A pressão das catalãs, que terminaram a partida com 33 finalizações, continuou depois do intervalo.

Logo de cara, Ceasar caiu no canto para espalmar a batida meio fraca de Oshoala e depois desviou por cima do travessão uma cabeçada de frente, à queima-roupa, da nigeriana no mais puro reflexo. Na ligação direta, a Roma finalmente conseguiu encaixar um soco. Emilie Haavi perseguiu a bola na ponta esquerda e jogou na área. Valentina Giacinti não brilhou no domínio, mas ainda teve a chance da finalização, desviada pela defesa do Barcelona.

Com os pés, Ceasar evitou o segundo gol de Paralluelo. Depois, com as mãos, barrou o chute colocado de Walsh. Na sequência da jogada, Oshoala finalmente conseguiu vencê-la, mas Elena Linari cortou, de cabeça, em cima da linha. A Roma teve uma chance de ouro de empatar quando Giacinti bateu a carteira de Irene Paredes no meio-campo. Contra-ataque, duas contra duas. A camisa 9 rolou no lado para a finalização de Haavi, bem defendida por Sandra Paños por baixo.

A Roma finalmente começava a ameaçar com frequência. Após uma saída em falso de Paños, a brasileira Andressa Alves ficou com a sobra dentro da área e mandou para fora, perto da trave, perdendo outra boa oportunidade. Aos 37 minutos, em mais um contra-ataque, Manuela Giugliano soltou uma bomba de fora da área. Paños espalmou com uma das mãos. Nos acréscimos, Giugliano foi muito esperta: quase do meio-campo, bateu uma falta rasteira, pelo lado, e deixou Giacinti na cara da goleira. Paños evitou o empate com outra boa defesa.

“Camelia foi fantástica, defendeu até o impossível, mas além disso, foi uma partida disputada, diante de uma multidão extraordinária”, afirmou o técnico Alessandro Spugna. “O importante é que realmente fizemos nosso melhor. Acho que o público também gostou. Deixamos tudo em campo. Estou muito orgulhoso das meninas, elas fizeram um jogo extraordinário. O público foi fantástico. Devo dizer que o rugido foi muito alto e você realmente sofre para se comunicar com as jogadoras. Foi uma emoção linda. Temos que agradecer a essas pessoas porque esta noite foi algo único”

Bayern vence o Arsenal

O outro duelo era mais equilibrado, entre dois times importantes de ligas mais fortes do futebol feminino, e o gol de Lea Schüller, aos 39 minutos, deu a vitória mínima ao Bayern de Munique sobre o Arsenal na Alemanha. As inglesas tiveram as primeiras chances. Stina Blackstenius não conseguiu alcançar direito um cruzamento na pequena área e alguns minutos depois bateu mascado, mas Frida Maanum conseguiu mandar o rebote em cima da goleira Maria Luisa Grohs.

Schüller começou a calibrar o pé aos 22 minutos, batendo cruzado da entrada da área depois de receber lançamento, e exigiu defesa de Manuel Zinsberger, com outra finalização quase do mesmo local. A minutos do intervalo, a camisa 11 dominou bonito na intermediária, abriu na direita com Maximiliane Rall e entrou na área. Subiu mais alto que a defesa do Arsenal e marcou de cabeça.

O Arsenal deu 19 finalizações no segundo tempo, sem conseguir o empate. Caitlin Foord teve uma das mais perigosas, batendo colocado da entrada da área e acertando a trave. Aos 16 minutos, Blackstenius cabeceou por cobertura e chegou a vencer a goleira Grohs, mas Saka Kumagai se esticou para cortar em cima da linha. Em outra bola parada, e outro bate e rebate na boca do gol, foi a vez de Schüller brincar de zagueira e cortar a tentativa de Leah Williamson, também em cima da linha.

Lyon x Chelsea e PSG x Wolfsburg completam os jogos de ida das quartas de final nesta quarta-feira. As partidas de volta serão realizadas na próxima semana, com dias invertidos.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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