Mais um ciclo para Deschamps: técnico campeão do mundo renova com a França até 2026
Após o vice no Catar, Deschamps será o comandante da seleção francesa na Eurocopa de 2024 e na Copa do Mundo de 2026

A história de Didier Deschamps à frente da seleção francesa continuará pelo menos até 2026. O técnico campeão mundial assinou um novo contrato com a Federação Francesa para comandar o próximo ciclo, apesar de rumores de que seria substituído por Zinedine Zidane. Houve uma reunião em Guingamp entre Deschamps e o presidente Noël Le Graët, no fim de dezembro, para finalizar o acordo, anunciado neste sábado.
O combinado entre Deschamps e Le Graët era que Deschamps poderia decidir seu futuro se atingisse pelo menos a semifinal da Copa do Mundo do Catar. Foi além, chegando à segunda decisão seguida. Se perdeu da Argentina, ganhou moral por ter conseguido fazer a França reagir em um jogo na qual parecia morta, em parte por causa das suas substituições.
A questão principal era se estava satisfeito com dez anos de trabalho à frente da seleção, com os títulos da Copa do Mundo e da Liga das Nações, uma final de Eurocopa e outra de Mundial, ou se gostaria de continuar no comando do elenco mais qualificado do futebol de seleções.
Outra dúvida era se Deschamps renovaria por dois anos, como havia feito em 2019, ou por todo o ciclo. Le Graët preferia a primeira opção porque seu mandato à frente da federação termina em 2024 e o cenário ideal seria permitir que seu sucessor escolhesse o técnico livremente, mas acabou aceitando a demanda do treinador, do qual é muito próximo.
“Com o presidente, chegamos a um acordo de prorrogação até 2026. Agradeço ao presidente. Estivemos muito perto de conseguir o que queríamos no Catar. Houve muitas coisas positivas. Quero agradecer ao corpo técnico. Ao voltar para a França, percebi as emoções que a paixão que esta Copa do Mundo poderia ter despertado. Havia muita paixão e apoio. Podem contar comigo para manter a seleção da França no mais alto nível internacional”, disse Deschamps.
Certamente um treinador muito vitorioso, o estilo de jogo de Deschamps é muitas vezes criticado por ser excessivamente cauteloso, apesar da quantidade abundante de talento que ele tem à disposição. A campanha no Catar foi um destaque, porém, especialmente pela quantidade de desfalques, como Kanté, Pogba, Kimpembe e Nkunku. Suas trocas na semifinal contra Marrocos e na decisão foram decisivas.
Por outro lado, a França teve problemas sérios contra a Inglaterra nas quartas de final e o corte de Karim Benzema ainda está mal explicado. O jogador do Real Madrid foi dispensado na véspera da abertura da competição, mas retornou aos treinos pelo seu clube na altura das quartas de final. Deschamps esquivou de perguntas e deixou o assunto sobrevoar a seleção francesa durante as últimas semanas. Ainda precisa esclarecer por que decidiu abrir mão sem necessidade do vencedor da Bola de Ouro durante metade da competição.
Desde 2012 na frente da França, Deschamps tem 89 vitórias, 28 empates e 22 derrotas em 139 jogos. Seu auxiliar Guy Stéphan, o treinador de goleiros Franck Raviot e o preparador físico Cyril Moine também continuam na comissão técnica da França.