Ligue 1

PSG faz segunda votação para capitão do time e Marquinhos ganha de novo

Votação secreta elegeu Marquinhos como capitão do PSG pela segunda vez em cinco dias — e Mbappé não ficou nem em segundo lugar

O brasileiro Marquinhos é o capitão do Paris Saint-Germain desde 2020, quando Thiago Silva deixou o clube rumo ao Chelsea. Nesta temporada, porém, o técnico Luis Enrique resolveu fazer a sua escolha com uma votação entre os jogadores. O brasileiro venceu uma votação aberta na quinta, mas a votação foi refeita nesta terça-feira, agora em votação secreta. Marquinhos venceu novamente. E para tristeza de Mbappé, ele ficou apenas em quarto lugar.

Por que o PSG fez uma votação para escolher o capitão?

A primeira coisa para entender essa história é por que diabos o PSG resolveu fazer uma votação para escolher o capitão do time? Isso, ao que consta, é uma escolha do técnico Luis Enrique, contratado nesta temporada. Na sexta-feira (18), na entrevista coletiva antes da partida do PSG contra o Toulouse, que aconteceu no sábado (19), o técnico explicou seu método.

“É simples: eu não escolho o capitão, os jogadores que escolhem que escolhem quem eles querem que os represente. Eles irão se reunir. Nesta semana, eles escolhem. E aqui estão nossos quatro capitães. A experiência me diz que não é o trabalho do técnico escolher o capitão. Quero que ele seja escolhido pelos jogadores e isso é o que vai acontecer. Eles votam. Quem são os capitães? Eu não sei ainda, vou saber hoje. E quando eu souber, não terei problemas em dizer a vocês quem são”, explicou Luis Enrique.

Um processo de votação como esse poderia criar um problema com um time que tem o mesmo capitão desde 2020 e que já era um dos líderes do time antes disso. Marquinhos era o segundo capitão da equipe quando Thiago Silva ainda estava no clube. Mas, aparentemente, a sua liderança foi conquistada, e não imposta.

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Por que o PSG resolveu fazer uma SEGUNDA votação?

Em menos de uma semana, a votação aconteceu duas vezes, o que gera estranhamento. A primeira votação aconteceu na quinta (17), antes do jogo contra o Toulouse, no domingo (19). Ali, a votação aconteceu de forma aberta: os jogadores levantaram as mãos no vestiário. Marquinhos foi, assim, mantido como capitão. Marquinhos vestiu a braçadeira de capitão no empate por 1 a 1 com o Toulouse. A questão parecia resolvida.

A gestão do clube quis refazer a votação. A decisão, aliás, não foi de Luis Enrique. Algumas fontes ouvidas pelo L’Equipe dizem que havia tensões entre os jogadores sobre o fato de não poderem dar a sua opinião abertamente sem criar mais tensões internas. Como a primeira votação foi aberta, poderia criar um clima ruim não votar em quem já era o capitão, no caso, Marquinhos.

Por isso, foi decidido que haveria uma segunda votação para a escolha dos capitães, mas desta vez o voto seria secreto. Com isso, a direção do clube acredita que seria a melhor forma de evitar que isso se tornasse um problema (ou, ao menos, um problema ainda maior). Refeita a votação, o resultado se manteve: Marquinhos venceu novamente com mais votos.

O que mais chama a atenção na votação, na verdade, é a ordem dos votados. Depois de Marquinhos, o segundo capitão do time é o volante e zagueiro Danilo Pereira, descrito como um jogador muito apreciado dentro do vestiário do PSG. Foi ele que vestiu a braçadeira de capitão na primeira rodada da Ligue 1, quando Marquinhos estava ausente, machucado, e Mbappé ainda afastado. O terceiro capitão é Presnel Kimpembé, que era o vice-capitão do time até se machucar, na temporada passada. Por fim, o quarto capitão é Kylian Mbappé.

A impressão que ficava é que há uma disputa de poder no vestiário pela braçadeira de capitão. Kylian Mbappé, desde que foi reintegrado ao elenco, tem evidentemente uma influência grande. Essa votação parece uma forma do técnico se livrar do problema com algum jogador por escolher um ou outro para vestir a braçadeira, ainda mais em um clube que, nos últimos anos, se tornou uma fogueira de vaidades.

Discórdia por braçadeira aconteceu também na seleção francesa

Mbappé se tornou capitão da seleção francesa após a Copa do Mundo, o que já tinha gerado insatisfações no grupo dos Bleus. Antoine Griezmann, que é mais velho que Mbappé, sentia que seria o capitão após a aposentadoria de Hugo Lloris da seleção francesa, mas a escolha de Didier Deschamps recaiu sobre o principal astro do time. Os dois se entenderam dias depois e indo a campo em seguida.

No PSG, Mbappé tem recebido basicamente tudo que quiser do clube, que mais uma vez tenta renovar o seu contrato, que acaba em junho de 2024, ao final da atual temporada. Caso ele não renove, poderá sair sem custos para o clube que quiser em julho, algo que o PSG quer evitar a todo custo. Inclusive o clube parisiense já estabeleceu um preço final para a saída do jogador nesta janela, caso alguém se interesse (é com você, Real Madrid).

Essa disputa toda nos bastidores deixa uma sensação estranha no PSG. Para o L’Equipe, Marquinhos sai enfraquecido, mesmo tendo vencido as duas disputas, porque uma votação já não era um bom sinal, mas duas votações, no que pareceu uma tentativa de fazê-lo perder a braçadeira, indica que a direção não parece o apoiar muito nesse sentido. Quem sabe no caso de Mbappé renovar com o PSG, ele coloque mais essa exigência no contrato: ser capitão do time. Porque na votação entre os jogadores, ele não conseguiu.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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