A próxima missão da irregular carreira de Gattuso será aplacar a crise no Olympique de Marseille
Ex-volante do Milan, Gattuso chegou a estar próximo do Lyon, mas sua próxima casa será outro clube francês em momento de turbulência

Gennaro Gattuso esteve na lista de interessados do Lyon, mas outro grande clube francês em momento de turbulência será a sua próxima casa. O ex-volante do Milan foi anunciado nesta quarta-feira como o novo técnico do Olympique de Marseille, que passou por uma crise de bastidores recentemente e perdeu Marcelino após apenas sete jogos. Estava sob o comando do interino Jacques Abardonado, que empatou com o Ajax pela Liga Europa e foi goleado pelo Paris Saint-Germain no fim de semana.
Como foi a carreira de Gattuso como técnico até agora?
Uma derrota tão pesada (4 a 0) no clássico contra o PSG deve ter aumentado a urgência de encontrar uma solução definitiva. Gattuso estava sem clube desde o fim de janeiro, quando foi demitido do Valencia. Os Ches chegaram à pausa da Copa do Mundo próximo da zona de classificação às competições europeias, mas uma rápida deterioração, com derrotas também na Supercopa da Espanha e na Copa do Rei, levou à saída do treinador.
Assim tem sido a carreira de Gattuso. Por maior que tenha sido como jogador, e foi bem grande, a sua segunda caminhada é marcada pela irregularidade. No Milan, foi promovido das categorias de base em novembro de 2017 e conseguiu uma arrancada, mas terminou em sexto lugar. Em sua primeira temporada completa, foi o quinto colocado, a um ponto do objetivo principal – classificação à Champions League.
Algo parecido aconteceu no Napoli. Não dá para subestimar o título da Copa Itália de 2019/20, o único da sua carreira até agora, mas o G4 novamente escapou por um fiapo. Ficou em quinto lugar na temporada seguinte, a um ponto de Juventus e Atalanta, após empatar com o Verona na última rodada. E na Liga Europa, foi eliminado pelo Granada na primeira fase de mata-mata.
Sua próxima missão seria a Fiorentina, mas saiu sem comandar um jogo sequer por divergências com a diretoria sobre contratações. Chegou a estar próximo do Tottenham, antes da contratação de Nuno Espírito Santo. A reação da torcida, insatisfeita com algumas declarações que havia dado no passado, com conteúdos machistas e homofóbicos, fez os Spurs desistirem.
– Estou muito feliz e orgulhoso de me juntar ao Olympique de Marseille. Um clube e um estádio que tive a oportunidade de visitar como jogador, comemorado em toda a Europa pela paixão e fervor que exala. Estou ansioso para trabalhar com meu novo time e encarar os desafios que nos aguardam – disse.
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A crise do Olympique de Marseille
Representantes dos torcedores tiveram uma reunião tensa com diretores do Olympique de Marseille na segunda-feira da semana passada. Criticaram o projeto esportivo do clube e o estilo de jogo do técnico Marcelino. Houve pressão para que todos renunciassem, com o Marseille respondendo que os executivos haviam recebido “ameaças pessoais”. Os rumores de que o presidente Pablo Longoria deixaria o seu cargo foram desmentidos na última sexta-feira, com uma declaração de que ele tem o “apoio incondicional” do dono Frank McCourt e que os eventos da segunda-feira foram “simplesmente inaceitáveis”. O cartola agradeceu o apoio de jogadores, funcionários e outros torcedores.
Esse é o clima em que Gattuso, não exatamente conhecido por ter cabeça fria, chegará ao Vélodrome. O time não é ruim, e os resultados não são desastrosos. O OM estava invicto na Ligue 1 até ser goleado pelo PSG, embora com três empates em cinco rodadas. Ainda ocupa a sexta posição, com o campeonato no começo. No entanto, depois de ser vice-campeão com Jorge Sampaoli, caiu para o terceiro lugar sob o comando de Igor Tudor e precisou passar pelas fases preliminares da Champions League, nas quais foi despachado pelo Panathinaikos.