Liga Europa

Este é o Guia Trivela da Liga Europa 2023/24

Com o início da Liga Europa nesta quinta-feira, apresentamos os 32 clubes que entram na fase de grupos da Liga Europa

A Liga Europa se consolidou como uma competição bastante interessante nas últimas temporadas. A mudança na estrutura das copas europeias valorizou a LE. O torneio passou a se concentrar mais nos representantes das grandes ligas e nos times redirecionados da Champions. Com isso, o sarrafo aumentou desde a fase de grupos e garantiu ótimos jogos com constância. É verdade que o nível técnico em 2021/22 foi até melhor que em 2022/23. Mesmo assim, as expectativas continuam altas para um torneio repleto de camisas pesadas e com alguns grupos bastante cascudos. As quintas-feiras são ótimas na Uefa, com a alternatividade mais concentrada na Conference.

No entanto, existe um claro temor do que virará a Liga Europa a partir da próxima temporada. O torneio também passará por uma mudança em seu formato, tal qual a Champions League, com um sistema sem grupos e uma classificação geral. Se a compreensão sobre a LC parece em xeque, o modelo intrincado tende a atrapalhar ainda mais a LE. Por isso mesmo, é preciso aproveitar um pouco mais esta edição do torneio. Talvez seja a última de um período áureo que durou pouco. Isso, é claro, se a Uefa não resolver voltar atrás em suas invencionices.

Abaixo, preparamos um Guia da Liga Europa 2023/24. Fizemos análises sobre cada um dos 32 participantes, comentando o histórico continental, o momento da temporada e os bons nomes à disposição. Confira:

Grupo A

Lucas Paquetá, do West Ham (Icon Sport)

West Ham

O West Ham pinta genuinamente como um candidato ao título da Liga Europa, após a histórica conquista da Conference League na temporada passada. Os Hammers apresentam um gosto especial pelos torneios continentais, inclusive quando alcançaram as semifinais da própria Liga Europa há duas temporadas. Conciliar a maratona na Premier League com a frente continental é sempre um desafio, especialmente quando o time começou bem no Campeonato Inglês desta vez. De qualquer maneira, o elenco parece qualificado o suficiente para manter grandes ambições. David Moyes é um dos treinadores mais experientes do torneio europeu e seu patamar dentro do Estádio Olímpico de Londres já é enorme. Anima ainda mais a maneira como os grenás atuaram em grandes partidas destas primeiras semanas de 2023/24, com destaque especial às vitórias sobre Chelsea e Brighton.

Capitão na histórica conquista da Conference, Declan Rice se despediu da torcida com a suntuosa proposta do Arsenal. O West Ham foi inteligentíssimo para reinvestir o dinheiro em três novos meio-campistas: James Ward-Prowse, Edson Álvarez e Mohammed Kudus. A maneira como o primeiro tem jogado, aliás, mostra o tamanho do acerto dos londrinos na estratégia. Konstantinos Mavropanos ainda chegou como um excelente acréscimo para a zaga. É uma rotação no geral muito forte, pensando ainda em nomes como Alphonse Areola (ou Lukas Fabianski), Nayef Aguerd, Tomas Soucek, Jarrod Bowen, Saïd Benrahma e Michail Antonio. Será ainda uma ótima vitrine para Lucas Paquetá, caso a investigação da Premier League sobre seu envolvimento com apostas não o tire dos mata-matas. O brasileiro mostrou muito bem suas credenciais na campanha vitoriosa da Conference.

Christian Streich, técnico do Freiburg (Icon Sport)
Christian Streich, técnico do Freiburg (Icon Sport)

Freiburg

O Freiburg se torna habitual nas copas europeias. Esta será a terceira participação dos alemães na fase de grupos da Liga Europa durante os últimos dez anos, a segunda consecutiva. O time da Floresta Negra fez um excelente papel em 2022/23, com uma campanha que parou apenas na Juventus durante as oitavas de final. E têm condições totais de brigar pelos mata-matas. As bases estão mantidas no Estádio Europa Park, com Christian Streich há mais de uma década conduzindo a equipe principal. Não é um início tão animador na Bundesliga, com as derrotas recentes diante de Stuttgart e Borussia Dortmund. Entretanto, não se nega a capacidade de recuperação de um clube bastante estável e que continua com suas principais virtudes à disposição.

O Freiburg perdeu o goleiro Mark Flekken no mercado de transferências, enquanto o ídolo Nils Petersen pendurou as chuteiras. Não seria uma janela muito movimentada na Floresta Negra, com as contratações pontuais de Florian Müller, Junior Adamu e Maximilian Philipp. Em compensação, a espinha dorsal da temporada passada, que brigou inclusive por vaga na Champions League, está preservada. Matthias Ginter continua como um dos melhores zagueiros da Alemanha, independentemente de ter voltado ao clube em que começou. O mesmo vale para o capitão Christian Günter na ala esquerda. Nicolas Hofler e Maximilian Eggestein conduzem o meio-campo. Já na frente, há diferentes virtudes com Roland Sallai, Ritsu Doan, Vincenzo Grifo, Michael Gregoritsch e Lucas Höler. Não é o elenco mais profundo para dominar diferentes competições, mas mostrou na temporada passada como dá conta da Liga Europa.

Olympiacos

O Olympiacos não atravessa seu período mais hegemônico na Grécia, com alguns títulos perdidos nos últimos anos. Tal momento instável também custa uma sequência maior na Champions League, onde os alvirrubros costumavam pintar. A Liga Europa é mais comum ao longo da última década, mesmo sem campanhas muito longas, sem passar das oitavas de final. Em 2022/23, a Thrylos sequer avançou para os mata-matas, num desempenho bem abaixo para quem tinha contratado uma série de medalhões. Desta vez, o projeto mudou. O comando técnico está nas mãos de Diego Martínez, treinador que fez um bom trabalho à frente do Granada, inclusive botando o time na Liga Europa. O começo no Campeonato Grego rende a liderança e o clube de Pireu cumpriu sua parte nas preliminares da LE, superando um duelo difícil contra o Genk e depois amassando o Cukaricki.

O Olympiacos não fez muitos negócios midiáticos desta vez. Pelo contrário, uma série de medalhões deixou o elenco – Marcelo e James Rodríguez tinham feito as malas antes, mais recentemente também saíram Mathieu Valbuena e Cédric Bakambu. A lista de contratações não tem nomes tão bombásticos, apesar das chegadas dos veteranos Stevan Jovetic e Vicente Iborra. Devem render mais os jovens Ola Solbakken e Daniel Podence, bem como o centroavante Ayoub El Kaabi. Há uma leva maior de jogadores deslocados do Nottingham Forest, do mesmo proprietário Evangelos Marinakis, incluindo Gustavo Scarpa. Mas, no papel, não é a versão do Olympiacos que mais chama atenção. Rodinei continua como uma opção na defesa. O meio-campo tem nomes interessantes como Mady Camara, Pep Biel e Kostas Fortounis. Já na frente, Georgios Masouras é quem começa a temporada em alta.

TSC Backa Topola

O TSC Backa Topola é uma das principais novidades na Liga Europa nesta temporada. O clube sérvio faz sua segunda participação nas copas europeias. Antes, porém, tinha caído nas preliminares da LE em 2020/21. Com o bom ranking do Campeonato Sérvio na Uefa, o vice da temporada passada valeu uma vaga na Rota da Liga na Champions e a equipe acabou amassada pelo Braga. No entanto, acabaria repescada para fazer sua estreia em fases de grupos na Liga Europa. A ascensão dos alviazuis é recente mesmo na liga nacional. Embora fundado em 1913, apenas nos últimos anos é que começou a disputar a elite com mais regularidade. Entre seus principais orgulhos está a formação de talentos na base, incluindo Dusan Tadic e Nikola Zigic.

O TSC pode ter deixado má impressão na Champions, com os 7 a 1 agregados do Braga. Em compensação, no Campeonato Sérvio, a equipe desponta como ameaça à hegemonia do Estrela Vermelha. O Backa Topola ainda não teve os confrontos diretos, mas soma seis vitórias e um empate nas primeiras sete rodadas, na liderança da competição. O técnico Zarko Lazetic está em sua terceira temporada à frente dos alviazuis, depois de ter trabalhado como auxiliar do Partizan Belgrado no início de sua carreira à beira do campo. Já o elenco é formado quase que inteiramente por jogadores sérvios, com os raros estrangeiros vindos de países vizinhos do Leste Europeu. O ponta Milos Pantovic tem rodagem nas seleções de base, enquanto a defesa cedeu jogadores à seleção principal recentemente – o goleiro Veljko Ilic, o zagueiro Nemanja Stojic e o lateral Nemanja Petrovic. O centroavante Petar Ratkov foi vendido como revelação ao Red Bull Salzburg, mas o rodado Sasa Jovanovic continua presente como principal responsável pela produção ofensiva.

Grupo B

Sutalo, do Ajax (Foto: Divulgação)

Ajax

As grandes participações do Ajax na Champions League, mesmo recentes, parecem restritas a um passado já distante. Não há muitos resquícios do time que fez barulho em 2021/22 e muito menos dos semifinalistas de 2018/19. Os Godenzonen passam por um duro momento de transição, notado da pior forma na temporada passada, com uma participação pobre na LC e a eliminação impotente diante do Union Berlim após a repescagem à LE. A falta de resultados também no cenário doméstico provocou uma ampla mudança no comando, com a aposta inesperada no técnico Maurice Steijn, vindo do Sparta Roterdã. Mas não é que o começo anime, com apenas cinco pontos em quatro rodadas da Eredivisie. Nas preliminares da Liga Europa, os Ajacieden até golearam o Ludogorets por 4 a 1, mas também perderam a volta em casa.

O elenco se fragilizou bastante no mercado de transferências. Lideranças como Dusan Tadic e Davy Klaassen saíram de graça. O clube também fez montanhas de dinheiro com as vendas de Mohammed Kudus, Jurrien Timber e Edson Álvarez. Mais de €100 milhões foram investidos em contratações, mas com muitos jovens que chegam e ninguém necessariamente pronto. Vieram o zagueiro Josip Sutalo e o lateral Borna Sosa, dois jogadores da seleção croata, além de novatos como o centroavante Georges Mikautadze e o ponta Carlos Forbs. Um pouco mais experientes são Chuba Akpom, artilheiro da Championship com o Middlesbrough, e Branco van den Boomen, destaque do Toulouse que levou a Copa da França. Por enquanto, parece pouco. Com as lideranças antigas cada vez mais escassas, anda difícil de se virar. O goleiro Gerónimo Rulli se lesionou. A referência fica com Kenneth Taylor e Steven Berghuis no meio, além de Steven Bergwijn e Brian Brobbey na frente.

Aubameyang é apresentado pelo Marseille (Icon Sport)

Olympique de Marseille

O Olympique de Marseille parecia pronto a fazer uma temporada animadora. O clube foi muito bem no mercado de transferências e garantiu vários reforços de peso, que visavam a fase de grupos da Champions. Mesmo que Igor Tudor tenha saído de maneira repentina após a terceira colocação na Ligue 1, a contratação de Marcelino García Toral se sugeria tão boa quanto para substituí-lo. O problema é que o projeto ruiu cedíssimo. Os marselheses foram eliminados logo nas preliminares da Champions, nos pênaltis diante do Panathinaikos. O começo na Ligue 1 é atravancado, com duas vitórias e três empates. Há uma pressão insuportável da torcida, ainda mais às vésperas de uma sequência de clássicos nas próximas rodadas, que fez Marcelino pedir demissão e também deve provocar uma limpa geral na direção, diante das ameaças de violência dos ultras. Fica difícil de acreditar que o OM poderá repetir um bom papel, como nas semifinais da Conference 2021/22, tão condizente com sua história gloriosa além das fronteiras.

A boa notícia é que o Olympique tem totais condições de uma recuperação – ao menos no papel. O time não perdeu jogadores tão significativos no mercado, exceção feita a Alexis Sánchez. Já a lista de reforços é encabeçada por Pierre-Emerick Aubameyang, Geoffrey Kondogbia e Joaquín Correa, com uma coleção de bons jovens – a exemplo de Iliman Ndiaye, Ismaïla Sarr e Renan Lodi. É time para brigar pela classificação, mesmo num grupo tão difícil, se conseguir reestabelecer a paz durante as próximas semanas. Outros bons jogadores continuam formando a espinha dorsal, como Jonathan Clauss, Chancel Mbemba, Jordan Veretout, Valentin Rongier, Azzedine Ounahi e Vitinha. Entretanto, a falta de direção pode custar caro nestas rodadas iniciais, especialmente quando os celestes precisam definir quem será o seu próximo comandante.

AEK Atenas

O AEK Atenas atravessa um momento agridoce. Os aurinegros vêm de uma temporada histórica, em que voltaram para o seu bairro com a inauguração do Estádio Agia Sophia e de quebra conquistaram o Campeonato Grego. No entanto, existiam expectativas de que os aurinegros pudessem figurar na Champions. Conseguiram uma épica classificação no tenso confronto com o Dinamo Zagreb, que resultou inclusive na morte de um torcedor, e caíram na última fase qualificatória diante do também forte Royal Antuérpia. Resta levantar a poeira e encarar uma chave duríssima na Liga Europa. As Dikefalos Aetos possuem um histórico considerável em fases de grupos, mas raras passagens aos mata-matas. Tentarão cumprir a missão dentro de seu caldeirão e sob as ordens de Matías Almeyda, que faz um louvável trabalho com os atenienses.

O AEK não fez grandes investimentos na atual janela de transferências. Contratou Orbelín Pineda em definitivo, além de apostar em latinos como o argentino Ezequiel Ponce, o mexicano Rodolfo Pizarro e o peruano Alexander Callens. Mesmo a ambição de disputar a Champions não rendeu grandes manobras de um clube que enfrentou graves problemas financeiros na última década e se reconstruiu com os pés no chão, apoiado na torcida. A equipe atual pelo menos conta com suas figurinhas carimbadas. São dois bons goleiros, Cican Stankovic e Georgios Athanasiadis. A defesa é liderada pelo interminável Domagoj Vida, com a presença ainda de Djibril Sidibé e Ehsan Hajsafi. No meio, Jens Jönsson, Mijat Gacinovic e Damian Szymanski são esteios. E o ataque ainda conta com Steven Zuber, Sergio Araujo, Levi García e Nordin Amrabat.

João Pedro, do Brighton (Foto: Divulgação)

Brighton

Uma das estreias mais aguardadas desta temporada europeia, sem dúvidas, é do Brighton. As Gaivotas iniciam sua história nas competições continentais logo com o pé na porta e despontam como virtuais candidatas ao título. E não precisa de muito para entender a condição excepcional dos alviazuis. O fato de vir da Premier League já garante um nível de investimento superior ao dos concorrentes, mesmo num grupo de tantas camisas pesadas. Mas o diferencial sobre o Brighton é mesmo a qualidade do futebol apresentado pela equipe, sobretudo desde a chegada de Roberto De Zerbi na temporada passada. Há um claro encantamento com o time de excelente qualidade no passe e uma sede por gols inesgotável. O começo na Premier League é de quem briga por G-4, no mínimo. As quatro vitórias em cinco rodadas incluem amassos recentes contra Newcastle e Manchester United. Talvez a Liga Europa só fique em xeque se, diante do sucesso na liga nacional, as Gaivotas relegarem a copa europeia a segundo plano.

Algo sensacional sobre o Brighton é seu crescimento sustentável, pautado no excelente trabalho do proprietário Tony Bloom, empresário da cidade e com familiares que fizeram parte da diretoria desde os anos 1960. As Gaivotas souberam ganhar dinheiro no mercado, especialmente com as vendas de Moisés Caicedo e Alexis Mac Allister. E o mercado foi excelente também nas compras. Chegaram muitas apostas como João Pedro, Carlos Baleba, Bart Verbruggen e Igor. O time também buscou sem contrato James Milner e Mahmoud Dahoud, enquanto Ansu Fati é a cereja do bolo. Acabam se juntando a uma base que já era fortíssima. O capitão Lewis Dunk é o coração da defesa, com forte apoio especialmente por Pervis Estupiñán na esquerda. Pascal Gross e Adam Lallana são as referências no meio-campo. Já o ataque, mesmo perdendo por lesão Julio Enciso e Evan Ferguson, vê nomes como Solly March e até Danny Welbeck voando. Kaoru Mitoma ainda está um degrau acima, como um fenômeno e um dos melhores neste início de temporada.

Grupo C

James Tavernier (centro) comemora pelo Rangers (Icon Sport)

Rangers

O Rangers possui uma história vitoriosa que fala por si, de dezenas de títulos na Escócia e uma Recopa Europeia no passado. Essa tradição continental se reavivou em 2021/22, com a campanha surpreendente até a decisão da Liga Europa, apesar da derrota para o Eintracht Frankfurt. Só na Champions que os Gers não vêm sendo muito felizes. Foram saco de pancadas na última fase de grupos e desta vez caíram para o PSV na fase qualificatória. O time acerta os ponteiros num momento de constantes mudanças desde a saída de Steven Gerrard no comando. O atual comandante é inclusive seu antigo assistente, Michael Beale, lembrado no Brasil por ter sido auxiliar de Rogério Ceni em sua primeira passagem pelo São Paulo. Os resultados por enquanto não são muito confiáveis em 2023/24, com duas derrotas em cinco rodadas no Campeonato Escocês, incluindo o clássico contra o Celtic.

O Rangers permitiu que alguns jogadores de relevo nos últimos anos saíssem. A lista daqueles que se despediram da torcida inclui Glen Kamara, Ryan Kent, Antonio Colak, Scott Arfield, Alfredo Morelos e Ianis Hagi – além do aposentado goleiro Allan McGregor. O clube garantiu contratações interessantes, sobretudo ao ataque. Danilo, Cyriel Dessers, Abdallah Sima e Sam Lammers são as novas opções. Mais atrás, destaque para Jack Butland, Leon Balogun e José Cifuentes. Entretanto, há uma equipe praticamente nova para montar e isso naturalmente gera impacto. O que não muda é a importância de James Tavernier como capitão e grande arma ofensiva na lateral direita. Outras figuras importantes seguem em Ibrox, como o zagueiro Connor Goldson, o lateral Borna Barisic, o meio-campista John Lundstram e o atacante Rabbi Matondo. O grupo aberto permite acreditar na classificação.

Betis

O Betis pareceu mais promissor durante temporadas recentes. Os verdiblancos possuem um dos melhores treinadores da Liga Europa, Manuel Pellegrini, e vêm de boas campanhas nos torneios domésticos. Ganharam a Copa do Rei em 2021/22 e brigaram por Champions no início de La Liga em 2022/23. Mesmo na Liga Europa, o time vem de duas participações dignas, em que acabou superado nas oitavas de final por Eintracht Frankfurt e Manchester United. O problema é que, sem grandes investimentos, Pellegrini acaba mais pressionado. E o início em La Liga é instável, apesar da tabela duríssima. Os beticos venceram Villarreal e Rayo Vallecano, além de empatarem com o Atlético de Madrid. Contudo, concederam nove gols em duas partidas contra Athletic Bilbao e Barcelona. A Liga Europa, ao menos, garante um caminho acessível.

Com limitações financeiras, o clube estava mais interessado em vender jogadores. Saíram nomes importantes, em especial o zagueiro Luiz Felipe e o meia Sergio Canales, além da aposentadoria do eterno Joaquín. O mercado se concentrou em buscar alternativas baratas. Marc Bartra e Héctor Bellerín estão de volta, enquanto Marc Roca e Isco viram novidades interessantes. A maior aposta é em Abde Ezzalzouli, ótimo negócio diante do interesse do marroquino em deixar o Barcelona para ser titular em outro lugar. Os Betis confia assim num elenco com recursos, mas sem profundidade. Rui Silva e Claudio Bravo são ótimos goleiros, enquanto Germán Pezzella e Juan Miranda encabeçam a defesa. O meio ainda conta com William Carvalho, Guido Rodríguez e Andrés Guardado, com o lesionado Nabil Fekir e Ayoze Pérez na ligação. Vale ficar de olho nos garotos Rodri Sánchez e Luiz Henrique. Já na frente, Willian José e Borja Iglesias providenciam os gols.

Sparta Praga

O Sparta Praga atravessa um momento importante de sua história. Depois de nove temporadas sem conquistar o Campeonato Tcheco, os grenás voltaram a ser campeões, interrompendo o duopólio de Slavia Praga e Viktoria Plzen no período. É um clube de história pesada nas competições europeias e que chegou a fazer bonito na Liga Europa não tem tanto tempo, avançando até as quartas de final em 2015/16. Na última campanha, porém, acabou eliminado nas fases classificatórias da Conference. Já nesta temporada, o Sparta sucumbiu diante do Copenhague nas preliminares da Champions, mas conseguiu uma virada fantástica contra o Dinamo Zagreb para jogar a Liga Europa: perdeu a ida por 3 a 1 e avançou graças aos 4 a 1 na volta. Também há um começo animador no Campeonato Tcheco, com a liderança graças a 22 pontos em oito rodadas, antes do clássico contra o vice-líder Slavia no final de semana.

O título do Sparta Praga colocou a equipe em evidência, em especial pela venda do centroavante Tomas Cvancara para o Borussia Mönchengladbach. Os grenás contrataram alguns nomes interessantes, como o centroavante Jan Kuchta, o lateral Angelo Preciado, o ponta Veljko Birmancevic e o goleiro Peter Jensen. A base titular conta com alguns jogadores da seleção tcheca, como o capitão Ladislav Krejci e o meia Lukas Sadilek. A temporada começou especialmente boa para o ponta eslovaco Lukas Haraslin e o meia albanês Qazim Laçi. O técnico é o dinamarquês Brian Priske, que em seu currículo também possui um título nacional com o Midtjylland, habituado a bons papéis nas competições continentais. Disputou até fase de grupos da Champions.

Aris Limassol

O Aris Limassol é um dos clubes mais tradicionais do Chipre e, ainda assim, vive meses de ineditismo. Os alviverdes nunca tinham conquistado o Campeonato Cipriota, geralmente figurantes na tabela, mas a primeira vez aconteceu com uma excelente campanha em 2022/23. A estreia em competições continentais também ocorreu em 2022/23, com a queda rápida nas preliminares da Conference. Agora acontece a primeira vez é em fases de grupos. O Aris iniciou sua trajetória na Champions e surrou o Bate Borisov, mas caiu diante do Raków Czestochowa. Já na Liga Europa, chegou a aplicar 6 a 2 sobre o Slovan Bratislava. Os alviverdes contam com investimento russo, do empresário Vladimir Fedorov, que explica o crescimento recente. Já o técnico é o belarrusso Aleksey Shpilevski, de apenas 35 anos, que chegou a ser campeão nacional pelo Kairat Almaty no Cazaquistão, além de ter trabalhado nas bases de Stuttgart e RB Leipzig.

Como um bom clube cipriota, o Aris Limassol possui um elenco repleto de estrangeiros. O capitão é brasileiro, o goleiro Vaná, que ainda tem a companhia do lateral Caju. Steeve Yago é outro nome rodado na defesa, enquanto o ataque conta com Aleksandr Kokorin e Yannick Gomis. Vale ficar de olho no ponta sueco Leo Bengtsson e no ponta sul-africano Mihlali Mayambela, além do centroavante Marius Stepinski, emprestado pelo Verona. Dentro da mescla atual, é uma equipe que pode surpreender. Os muitos gols nessas preliminares continentais geraram expectativas sobre os alviverdes, enquanto os clubes cipriotas têm se dado bem nas competições continentais, dentro de seus parâmetros mais modestos.

Grupo D

De Ketelaere, da Atalanta (Foto: Divulgação)

Atalanta

A Atalanta entra em seu grupo na Liga Europa como clara favorita. O passado recente da equipe treinada por Gian Piero Gasperini fala por si. As campanhas na parte de cima da tabela da Serie A renderam sucessivas aparições nas competições europeias. O ápice aconteceu na Champions, com duas caminhadas até os mata-matas. No entanto, a Dea também chegou longe na Liga Europa em 2021/22, caindo apenas nas quartas de final diante do RB Leipzig. Porém, diante da perda de fôlego recente, o time ficou de fora dos torneios da Uefa em 2022/23. Um ponto positivo é a manutenção de Gasperini, há sete anos no clube, como alguém extremamente capaz de montar times intensos e de extrair o melhor de seus jovens. Falta engrenar um pouco mais na Serie A, numa campanha que começou com duas vitórias e duas derrotas, incluindo o emocionante 3 a 2 para a Fiorentina no último domingo.

O mercado de transferências da Atalanta teve as saídas de jogadores como Rasmus Hojlund, Duván Zapata, Merih Demiral e Joakim Maehle. Os Orobici não contrataram muito em quantidade, mas ganharam força no grupo titular. Sead Kolasinac e Mitchel Bakker são opções interessantes na defesa. Charles De Ketelaere tentará corrigir sua rota por empréstimo. Já as compras para o ataque foram Gianluca Scamacca e El Bilal Touré, embora ambos tenham se lesionado. A Dea conta com dois bons goleiros, com Juan Musso e o regresso do promissor Marco Carnesecchi. A defesa ainda é liderada por Rafael Tolói, mas contando com a ascensão de Giorgio Scalvini. O meio é repleto de bons jogadores com Marten de Roon, Éderson, Teun Koopmeiners e Mario Pasalic. Já o ataque passa por mudanças, mas ainda tem Ademola Lookman e Luis Muriel. Se houver equilíbrio entre Serie A e Liga Europa, dá para imaginar outra temporada marcante.

Sporting

O Sporting conta com um dos melhores treinadores além das cinco principais ligas europeias, com a manutenção de Rúben Amorim. O comandante fez história rapidamente, ao liderar a conquista do título no Campeonato Português 2020/21, mas o nível de desempenho caiu diante das sucessivas perdas de jogadores importantes nas duas últimas temporadas. Tanto é que os leoninos não conseguiram descolar uma vaga na Champions League em 2023/24. A Liga Europa ao menos parece uma boa possibilidade para uma campanha longa. Mesmo com os problemas recentes, os lisboetas foram até as quartas de final da última LE e caíram diante da Juventus. É possível sonhar alto. O aproveitamento no início da atual liga nacional melhorou, com 13 pontos em cinco rodadas.

Foi um mercado de transferências abastado para o Sporting. O clube ganhou muito dinheiro com a venda de Manuel Ugarte para o PSG, bem como a saída em definitivo de Pedro Porro rumo ao Tottenham. Por outro lado, os alviverdes fizeram algumas das compras mais caras de sua história, com Viktor Gyökeres no ataque e Morten Hjulmand no meio. Ambos se encaixaram de imediato, enquanto Iván Fresneda é uma aposta para o futuro na lateral direita. A base sportinguista mantém Antonio Adán no gol, além de Gonçalo Inácio e Sebastián Coates como referências na defesa. Hidemasa Morita é um valor inegável no meio-campo. Já na linha de ataque, Pote e Marcus Edwards continuam à disposição no apoio a Gyökeres, enquanto Paulinho começou a temporada entregando muitos gols.

Raków Czestochowa

O Raków é um clube que cresceu bastante nas últimas temporadas. Depois de se estabelecer na primeira divisão do Campeonato Polonês nos últimos anos, numa ascensão que começou na quarta divisão, a equipe levou dois títulos da Copa da Polônia. O ápice, contudo, veio com a conquista do próprio Campeonato Polonês na temporada passada. Tal feito ainda garantiu uma participação inédita em fases de grupos europeias. O Raków tinha caído nas preliminares da Conference em suas duas primeiras campanhas. Desta vez começou na Champions e ia muito bem, ao passar por Flora Tallinn, Qarabag e Aris Limassol. A eliminação aconteceu justamente na última fase antes dos grupos, superado pelo Copenhague. Mesmo assim, tal capacidade competitiva aumenta as expectativas. O clube tem o apoio de Michal Swierczewski, empresário nascido na cidade e torcedor do clube, que bancou a reconstrução desde 2014.

O Raków tem um novo treinador nesta temporada. Marek Papszun foi o responsável pela ascensão dos últimos anos, com uma trajetória incrível de quem era professor de História até assumir a prancheta. Entretanto, optou por sair após o título polonês e o cargo ficou com Dawid Szwarga, seu jovem assistente de 32 anos. Os rubroazuis se mexeram bem no mercado de transferências e olharam principalmente para outros clubes do Leste Europeu, com as contratações de jogadores como John Yeboah e Ante Crnac. A maior surpresa ficou para a vinda do alemão Sonny Kittel, nome de relevo do Hamburgo. O elenco não chama tanta atenção, com poucos jogadores de seleção, como o goleiro Vladan Kovacevic e o volante Giannis Papanikolaou. A referência técnica é o meia espanhol Ivi López. Há inclusive um brasileiro à disposição, Jean Carlos Silva, com passagem pelas seleções de base.

Sturm Graz

Anda difícil de quebrar a hegemonia do Red Bull Salzburg no Campeonato Austríaco. Sem muito espaço no topo da tabela, o Sturm Graz é quem faz o trabalho mais digno. Os alvinegros chegaram a incomodar na temporada passada e levaram o título da Copa da Áustria. Enquanto isso, são costumeiros figurantes na Liga Europa. Essa é a terceira participação consecutiva do Graz na fase de grupos, ainda à espera de um passo além rumo aos mata-matas – quase deu na temporada passada, com o empate quádruplo em seu grupo, que terminou com Feyenoord e Midtjylland classificados. A nova temporada começou positiva. O time é o vice-líder da Bundesliga, mas está invicto e empatou com o líder Salzburg na rodada passada. Só não deu para bater de frente com o PSV nas preliminares da Champions, atropelados nos 7 a 2 para os holandeses no placar agregado.

O Sturm Graz é treinado desde 2020 por Christian Ilzer, responsável pela estabilidade recente da equipe. Já o mercado de transferências rendeu contratações de alguns jovens para o ataque, com menções principais ao norueguês Seedy Jatta e ao polonês Szymon Wlodarczyk, suplantando a cara venda de Emanuel Emegha para o Strasbourg. Wlodarczyk já anotou sete gols em dez partidas neste início de temporada. O elenco possui alguns jogadores de seleção, com destaque à dupla de meio-campistas formada pelo esloveno Jon Gorenc Stankovic e pelo georgiano Otar Kiteishvili. Vale ficar de olho também no goleiro Kjell Scherpen, emprestado pelo Brighton, e no meia Alexander Prass, que vem de ótima temporada. Um pouco mais velho, o centroavante Manprit Sarkaria foi o herói na conquista da Copa da Áustria.

Grupo E

Mohammed Salah comemora seu gol, que fechou a confortável vitória de 3 a 0 do Liverpool sobre o Aston Villa (Icon sport)

Liverpool

A Liga Europa não era o que o Liverpool gostaria de disputar nesta temporada, mas foi o que sobrou diante da campanha inconsistente na Premier League. Por camisa e tradição, os Reds sobram como favoritos no torneio. Vale lembrar que há uma história forte do clube na competição, desde os tempos de Copa da Uefa, com três taças erguidas a partir dos anos 1970. A Champions League obviamente é o objeto de maior cobiça em Anfield, mas a Liga Europa foi importante até no início do trabalho de Jürgen Klopp, com um vice diante do Sevilla. Permanece como uma porta aberta nesta temporada e também como um atalho para a Champions, caso a disputa se afunile demais na Premier League. O Liverpool começou bem, mas a concorrência pelo G-4 do Campeonato Inglês costuma ser até maior. Por enquanto, são quatro vitórias e um empate, com o melhor resultado alcançado no triunfo sobre o Newcastle.

É bem provável que o Liverpool rode seu time na Liga Europa, até mais do que os outros representantes ingleses. Será a chance de muitos jovens mostrarem serviço, como Jarell Quansah, Stefan Bajcetic, Curtis Jones e Harvey Elliott. De qualquer maneira, com as opções recheadas do meio para frente, alguns figurões também deverão ser frequentes no torneio continental. A Liga Europa pode auxiliar na adaptação dos recém-contratados Wataru Endo, Alexis Mac Allister, Ryan Gravenberch e Dominik Szoboszlai. Já no ataque, é ver se Mohamed Salah poderá ampliar a excelente forma vista nesse início de Premier League. Darwin Núñez, Luis Díaz e Cody Gakpo também fizeram boas partidas até o momento.

Union St. Gilloise

A Union St. Gilloise se firma nas copas europeias, graças à sua ascensão recente no Campeonato Belga depois de quase cinco décadas longe da primeira divisão. É um clube tradicional, com participações continentais nos anos 1960, que recuperou rapidamente esse lastro além das fronteiras. O desempenho na volta à Liga Europa passada foi excelente, com uma campanha que durou até as quartas de final e deixou o Union Berlim pelo caminho. Há uma dose de frustração pela maneira como os auriazuis deixaram escapar o título da liga nacional na última rodada em 2022/23, com a inacreditável reviravolta do Royal Antwerp. Contudo, há um bom trabalho, ligado aos mesmos donos do Brighton. Só a atual campanha na liga é que não começou com tanto ânimo, numa sequência recente de três partidas sem vencer. Nas preliminares da Liga Europa, nada de grandes dificuldades nas duas vitórias sobre o Lugano.

A Union St. Gilloise começou a temporada com mudanças importantes. O novo técnico é o alemão Alexander Blessin, que substituiu Karel Geraerts neste início de temporada. Já o elenco perdeu nomes excelentes, sobretudo Victor Boniface e Teddy Teuma, além da volta de Simon Adingra após seu empréstimo junto ao Brighton. O mercado dos auriazuis foi bastante movimentado, mas com muitas apostas em jogadores jovens, incluindo o centroavante Mohamed Amoura, o centroavante Kevin Rodríguez e o zagueiro Kevin Mac Allister – irmão de Alexis, que terá um duelo familiar contra o Liverpool. Quem começou bem a temporada é o artilheiro Dennis Eckert Ayensa e o meia Cameron Puertas, dois nomes mais antigos no elenco. Vale ficar de olho também no volante Lazare Amani e no goleiro Anthony Moris, outras figuras importantes das campanhas anteriores.

(FRANCK FIFE/AFP via Getty Images/One Football)

Toulouse

O Toulouse garantiu um bem-vindo retorno às copas europeias. Os violetas tiveram uma passagem recente pela segunda divisão do Campeonato Francês, mas pegaram o elevador graças à conquista da Copa da França na temporada passada, com uma inapelável goleada sobre o Nantes na decisão. Tal feito valeu a volta à Liga Europa 13 anos depois da última participação. No entanto, o Téfécé precisará superar desconfianças para conseguir competir no torneio. O início na Ligue 1 é duro, com só uma vitória em cinco rodadas, apesar dos empates contra PSG e Olympique de Marseille. O calendário recheado pode exigir demais do clube gerido pela RedBird, grupo americano que também é proprietário do Milan. Houve mesmo uma mudança de técnico, com a demissão de Philippe Montanier mesmo após o título, diante do desempenho morno na Ligue 1, e a aposta em Carles Martínez, antigo assistente e com passagem pela base do Barcelona.

O elenco do Toulouse também perdeu jogadores importantes, sobretudo com a saída de Branco van den Boomen para o Ajax ao final de seu contrato e com a venda de Farès Chaïbi ao Eintracht Frankfurt. O mercado de transferências garantiu alguns reforços sem tanto renome, com a aposta em Aron Donnum. Foi curioso ainda o caso de Stijn Spierings, que assinou com o Lens ao final de seu contrato e ainda assim voltou por empréstimo. Entre os destaques do Téfécé estão os atacantes Zakaria Aboukhlal e Thijs Dallinga, nomes importantes na conquista da Copa da França. No meio, Vincent Sierro carrega a braçadeira de capitão. Já na zaga, a principal figura é o dinamarquês Rasmus Nicolaisen. Passa longe de ser um time estrelado, mas fica num grupo aberto.

LASK Linz

O LASK Linz surfa numa sequência de participações nas copas europeias. A equipe chegou pelo menos à fase de grupos dos torneios continentais em quatro das últimas cinco temporadas. Teve uma ótima campanha na Liga Europa de 2019/20, superado nas oitavas de final. Também pintou nas oitavas da Conference em 2021/22. A única ausência aconteceu na temporada passada, mas a reaparição em 2023/24 já possui seus sinais de força. O LASK encarou o Zrinjski Mostar nas fases qualificatórias e garantiu a classificação sem muitos sustos. Já no Campeonato Austríaco, o início dos alvinegros é positivo. Estão na terceira colocação, com a única derrota ocorrida contra o Sturm Graz. Entretanto, mesmo numa chave mais acessível da Liga Europa, não se coloca necessariamente como um candidato à classificação.

O LASK Linz aposta num novo treinador, Thomas Sageder, que trabalhou como assistente de Oliver Glasner no Wolfsburg e atuou também nas categorias de base do Red Bull Salzburg. Já o elenco não tem nomes tão chamativos. O capitão e camisa 10 é o veterano Robert Zulj, que começou bem a temporada. Outra peça importante no sistema ofensivo é o centroavante Marin Ljubicic. O LASK conta com alguns jogadores com passagens por seleções, a exemplo do montenegrino Filip Stojkovic e do gambiano Ebrima Darboe. Já o principal reforço fica para o zagueiro panamenho Andrés Andrade, que vem do Arminia Bielefeld. Keito Nakamura, destaque na temporada passada, foi vendido ao Stade de Reims.

Grupo F

Alexander Sorloth é anunciado pelo Villarreal (Foto: Divulgação)

Villarreal

O Villarreal é um especialista nas copas europeias e um candidato às fases mais agudas na Liga Europa. O Submarino Amarelo tem respaldo do título conquistado no torneio em 2020/21, além de seus costumeiros sucessos na Champions. Até se esperava mais na última Conference, com uma campanha que se encerrou logo nas oitavas de final. O problema é que o momento não é tão animador no Estádio de la Cerámica. A equipe ganhou apenas duas partidas nas primeiras cinco rodadas de La Liga, com um desempenho defensivo muito ruim. Os resultados resultaram na demissão precoce de Quique Setién, entre altos e baixos desde que substituiu Unai Emery durante a temporada passada. A direção caiu nas mãos de Pacheta, que vem de um trabalho de dois anos à frente do Valladolid. Mesmo aos 55 anos, essa vai ser sua primeira experiência numa competição europeia.

O mercado de transferências rendeu muito dinheiro para o Villarreal, com as vendas de Nicolas Jackson, Pau Torres e Samuel Chukwueze, enquanto Giovani Lo Celso saiu ao final de seu empréstimo. A diretoria até garantiu reforços interessantes como Alexander Sörloth, Ben Brereton Díaz, Santi Comesaña, Denis Suárez e Matteo Gabbia, além do garoto Ilias Akhomach. Entretanto, a passagem de bastão não é tão linear. Raúl Albiol e Alberto Moreno são os medalhões no sistema defensivo, com Pepe Reina como reserva de Filip Jörgensen no gol. O meio-campo conta com a cátedra de Dani Parejo, enquanto Gerard Moreno ainda permanece como um nome de relevo no ataque. Mas é um momento também em que os mais jovens puxam a fila, em especial Álex Baena e Yeremy Pino na ligação.

Rennes comemora contra o PSG (Foto: LOIC VENANCE/AFP via Getty Images/One Football)

Rennes

O Rennes vem de um período constante nas copas europeias. O ápice veio com a aparição inédita na Champions em 2020/21. Nas últimas seis temporadas, o clube também teve quatro passagens pela Liga Europa e uma pela Conference, com direito a duas campanhas até as oitavas de final. É um clube que faz bons trabalhos repetidamente no Campeonato Francês e parece pronto de novo a mirar os mata-matas. Bruno Génésio chegou a ser eleito o melhor técnico da Ligue 1, garantindo o ritmo forte exibido pelos rubro-negros. Só o início da atual campanha que parece meio devagar: o Rennes até goleou na estreia contra o Metz, mas desde então emendou quatro empates, perdendo fôlego no meio da tabela.

A janela de transferências rendeu recordes para o Rennes, alavancados pela venda de Jérémy Doku. Lesley Ugochukwu, Lovro Majer, Loïc Badé e Serhou Guirassy foram outros que geraram muito dinheiro, enquanto saíram também veteranos como Hamari Traoré e Flavien Tait. Por outro lado, a lista de contratações garantiu uma coleção de novos talentos para o meio-campo. Nemanja Matic puxa a fila ao deixar a Roma. A ligação tem à disposição Enzo Le Fée, Ludovic Blas e Fabian Rieder. Ainda veio o centroavante Bertug Yildrim, jovem de potencial. Há uma mescla interessante à disposição dos rubro-negros, considerando também aqueles mais antigos – com menções a Steve Mandanda, Arthur Theate, Adrien Tuffert, Baptiste Santamaria, Benjamin Bourigeaud e Martin Terrier. É um clube com uma garotada boa de bola no ataque, especialmente pelo trio formado por Desiré Doué, Amine Gouiri e Arnaud Kalimuendo.

(Icon Sport)

Panathinaikos

O Panathinaikos sonhou alto na última temporada. Fez um início histórico no Campeonato Grego, com sequências de vitórias, e lutou pelo título até o final. Que o ritmo tenha caído um pouco, não é isso que tira os méritos dos alviverdes, numa briga ferrenha com o AEK Atenas. E o bom trabalho se nota nas copas europeias. De volta às preliminares da Champions depois de oito anos, o Trevo deixou o Dnipro-1 e o Olympique de Marseille pelo caminho, mas sucumbiu ao Braga na fase decisiva. Pelo menos deu para chegar à fase de grupos da Liga Europa depois de sete anos, num hiato que marca uma das maiores crises da história dos alviverdes. A reconstrução é conduzida pelo técnico Ivan Jovanovic, que chegou a levar o Apoel Nicósia até as quartas de final da Champions em 2011/12, no trabalho mais lembrado de sua carreira.

O Panathinaikos conseguiu passar relativamente ileso pelo mercado de transferências. Trouxe jogadores experientes como Tonny Vilhena, William Arão, Filip Djuricic, Tin Jedvaj e Filip Mladenovic. Fica também o destaque à volta do ídolo Zeca, depois de seis anos no Copenhague. Como de praxe nos clubes gregos, os alviverdes contam com uma série de figurinhas carimbadas em sua base titular. Bernard se destacou nas preliminares da Champions, com direito a gol decisivo. O goleiro Alberto Brignoli vem protegido pelos rodados Hördur Magnússon e Bart Schenkeveld na zaga. No meio, olho no espanhol Rubén Pérez. E o ataque conta com os gols de Andraz Sporar e Fotis Ioannidis, além do apoio de Daniel Mancini e Sebastián Palacios pelos lados.

A torcida do Maccabi Haifa (Foto: Imago / One Football)

Maccabi Haifa

O Maccabi Haifa vem de um período de sucessos no Campeonato Israelense, que se reflete nas copas europeias. A equipe disputou a fase de grupos da Conference em 2021/22 e a da Champions numa chave cascuda em 2022/23. Mesmo com a entrada nas preliminares do torneio principal, os alviverdes caíram cedo na LC desta vez. Até passaram por times como o Sheriff Tiraspol e o Slovan Bratislava, mas a caminhada se encerrou num embate mais pesado contra o Young Boys. A tarimba criada nos últimos anos, ainda assim, pode auxiliar uma campanha mais longa na Liga Europa. Com a saída do técnico Barak Bakhar rumo ao Estrela Vermelha, quem assumiu foi Messay Dego, que trabalhava nas categorias de base do clube.

O Maccabi Haifa perdeu um de seus grandes destaques com a despedida do ponta Omer Atzili rumo aos Emirados Árabes Unidos. Já a lista de reforços tem nomes interessantes, em especial pelo volante Show e pelo tarimbado Lior Refaelov, que volta ao futebol de Israel após 12 anos como jogador de relevo no Campeonato Belga. Dentre quem se manteve no grupo, Abdoulaye Seck é um dos destaques no miolo da zaga. O meio-campo também tem a presença importante de Dia Saba e Ali Mohamed, além do capitão Tjaronn Chery. Já na frente, os gols continuam saindo graças ao centroavante haitiano Frantzdy Pierrot, que chamou atenção na última Champions. Ainda que o Maccabi Haifa em teoria corra por fora, parece ter capacidade para pelo menos roubar pontos.

Grupo G

Dybala e Lukaku, da Roma (Foto: SUSA/Icon Sport)

Roma

A Roma vai para sua terceira temporada sob as ordens de José Mourinho e mais uma vez alimenta suas esperanças de uma grande campanha continental. Os giallorossi preferiam estar na Champions, mas ainda não conseguiram a classificação. Tentarão fazer bonito na Liga Europa, na qual protagonizaram uma campanha histórica com o vice em 2022/23. E as memórias vivas das empreitadas continentais ainda fazem brotar um sorriso por causa do título da Conference em 2021/22. O elenco da Loba, no geral, melhorou e segue contando com um treinador de elite. A grande questão vai ser conciliar o desempenho continental com mais segurança dentro da Serie A. A regularidade no Italianão é um claro problema dos romanistas, que se repete no início da atual campanha, independentemente dos 7 a 0 sobre o Empoli na última rodada.

As saídas da Roma nos últimos meses não são muito custosas, mesmo com a venda de um titular como Roger Ibañez. O clube contratou bem e trouxe uma série de jogadores talentosos por pouco dinheiro. Romelu Lukaku e Renato Sanches vieram por empréstimo, enquanto Leandro Paredes saiu pela porta dos fundos do PSG. Evan Ndicka e Houssem Aouar assinaram ao final de seus contratos, enquanto os empréstimos de Sardar Azmoun e Rasmus Kristensen são úteis. Os argumentos de Mourinho para reclamar do elenco curto são menores desta vez, embora as lesões tenham custado bastante à Loba nas últimas temporadas. E há muita gente boa que segue dos sucessos continentais, a começar por Paulo Dybala, genial em sua passagem pelo Estádio Olímpico. Chris Smalling, Gianluca Mancini, Leonardo Spinazzola, Bryan Cristante e Lorenzo Pellegrini ampliam a base forte. Há ainda gente que pode render mais, a exemplo de Andrea Belotti no ataque, especialmente enquanto Tammy Abraham segue lesionado.

Slavia Praga

O Slavia Praga perdeu sua hegemonia no Campeonato Tcheco, mas tem feito bons papéis nas copas europeias independentemente disso. A equipe alcançou as fases de grupos nas últimas sete temporadas. São duas aparições na Conference e uma na Champions, além de quatro na Liga Europa. O histórico inclui duas campanhas até as quartas de final da LE, com direito de conseguir uma proeza ao despachar o multicampeão Sevilla. É um time que invariavelmente vai ser chato de se enfrentar. O começo na atual temporada é positivo, com sete vitórias nas primeiras oito rodadas do Campeonato Tcheco. Nas preliminares da Liga Europa, os alvirrubros derrubaram Dnipro-1 e Zorya Luhansk. E podem até ser vistos entre os favoritos para buscar a vaga nos mata-matas em sua chave.

Uma das razões para o sucesso do Slavia Praga é a longevidade em seu comando, com Jindrich Trpisovsky no posto desde janeiro de 2018. Um dos desafios da vez será lidar com as saídas de jogadores importantes nos últimos ciclos, como David Jurasék, Peter Olayinka e Ondrej Lingr. As muitas mudanças no elenco também renderam apostas no mercado de transferências, com os maiores valores pagos pelo meia Conrad Wallem e pelo centroavante Muhamed Tijani. Olho também no atacante Mojmir Chytil, que chegou entregando gols. Já a ideia na montagem do time está preservada, entre figuras da seleção local e alguns bons jogadores africanos. A longa lista de convocáveis inclui Lukas Masopust, Thomas Holes e Lukas Provod entre os tchecos, além do eslovaco Ivan Schranz e do liberiano Oscar Dorley.

Sheriff Tiraspol

O Sheriff Tiraspol será eternamente lembrado por ter protagonizado uma das maiores zebras da história da Champions League. Não bastasse a aparição na fase de grupos em 2021/22, a equipe conseguiu vencer o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu – numa campanha que terminou com o título dos merengues. Repetir a aparição na Champions é dureza, mas os aurinegros batem cartão na Liga Europa. Esta será a sétima participação no torneio desde 2009/10. Chegaram uma vez nos mata-matas, exatamente quando conseguiram a repescagem da Champions. Na atual temporada, o Sheriff caiu diante do Maccabi Haifa nas preliminares da Champions, mas passou por Bate Borisov e KÍ Klaksvík na LE. Um diferencial é a chance de voltar a atuar na Transnístria, a sua região, depois de proibições da Uefa relacionadas ao apoio do governo autônomo local à Rússia durante a invasão à Ucrânia.

Os nomes do Sheriff mudaram bastante em relação àquela vitória sobre o Real Madrid. O time sofreu um grande desmanche. O técnico atual é o italiano Roberto Bordin, que já tinha levado os aurinegros à fase de grupos da Liga Europa numa passagem anterior. Já o elenco conta com uma coleção de brasileiros. O atacante Luvannor voltou para sua terceira estadia por Tiraspol. Tem a companhia do meia Ricardinho e do ponta Vinícius Paiva. O elenco do Sheriff conta basicamente com estrangeiros, a maioria da África ou da América do Sul. São destaques ainda o goleiro Maksym Koval e o capitão Amine Talal, além de jogadores de seleção como o burquinense Abou Ouattara e o camaronês Jérôme Ngom Mbekeli. Apesar da alta rotatividade do elenco, o trabalho de mercado costuma ser muito bom.

Servette

O Servette é um clube tradicionalíssimo nas competições continentais, presente na primeira edição da Champions em 1955/56 e com 31 temporadas nos torneios da Uefa. Porém, nunca tinha chegado a uma fase de grupos. O bom ranking da Suíça auxiliou, com os vice-campeões nacionais presentes na Rota da Liga da Champions. Superaram o Genk e caíram diante do Rangers. Graças a isso, conseguiram o atalho direto à Liga Europa. Só não é um início de temporada que anima, com resultados ruins no Campeonato Suíço. Os grenás só ganharam em sua estreia, com três empates e duas derrotas desde então. Vai ser um azarão numa chave com adversários bem mais acostumados à pressão das fases principais dos torneios europeus.

O técnico René Weiler chegou nesta temporada, com um currículo curioso, que inclui passagens recentes por Kashima Antlers e Al Ahly. O elenco perdeu alguns veteranos que contribuíram na última temporada, incluindo Gaël Clichy e Kevin Mbabu. Já as contratações não foram muito caras, com destaque aos empréstimos de Jérôme Onguéné e Bendegúz Bolla. A defesa conta com a liderança do goleiro Jérémy Frick e do zagueiro Steve Rouiller. No ataque, Chris Bedia vem numa sequência de gols, apoiado por Dereck Kutesa e Miroslav Stevanovic nas pontas. Quem também está à disposição é o rodado centroavante Enzo Crivelli. Pouco para acreditar que os suíços podem ir longe.

Grupo H

Granit Xhaka, novo meio-campista do Leverkusen (Divulgação)
Granit Xhaka, novo meio-campista do Leverkusen (Divulgação)

Bayer Leverkusen

O Bayer Leverkusen dá motivos para se acreditar que pode sonhar com o título da Liga Europa. Afinal, a ascensão da equipe sob as ordens de Xabi Alonso também se refletiu nas competições continentais durante a temporada passada. O treinador não conseguiu a classificação aos mata-matas da Champions, mas a repescagem à Liga Europa permitiu aos Aspirinas brilharem. Foram até as semifinais e caíram somente num duelo apertado contra a Roma. O desempenho recente no torneio é notável, ainda com as quartas de final de 2019/20 no currículo. A qualidade do trabalho do Leverkusen respalda o favoritismo. O time é o líder da Bundesliga, com dez pontos em quatro rodadas e uma partidaça contra o Bayern, que poderia ter acabado com a vitória dos rubro-negros. Xabi Alonso se firma entre os melhores técnicos da Europa e o elenco parece moldado para seu estilo de jogo.

O Leverkusen vendeu Moussa Diaby e viu outros coadjuvantes saírem na última janela de transferências. Victor Boniface chegou para ser a nova estrela no ataque, Granit Xhaka já tomou conta do meio-campo, os inícios de Alejandro Grimaldo e Jonas Hofmann também são ótimos. Enquanto isso, muitos jogadores crescem de produção. São os casos de Lukas Hradecky, Jonathan Tah, Jérémie Frimpong, Exequiel Palacios e Amine Adli. Fica a menção especial ainda a Florian Wirtz, que voltou de lesão e está jogando o fino. São muitos recursos à disposição na BayArena, muito embora a Bundesliga soe como prioridade neste primeiro momento. A forma como Xabi Alonso irá gerir o cansaço de seus jogadores também será bem importante.

Qarabag

O Qarabag possui uma fase de grupos de Champions em seu currículo e disputou as duas últimas edições da Conference League, mas o mais comum é ver o clube na Liga Europa. São nada menos que oito participações na fase de grupos desde 2014/15. Curiosamente, os azeris nunca chegaram aos mata-matas do torneio, no máximo repescados à Conference na temporada passada. Há um tabu a se quebrar. A temporada atual começou na Champions, com classificação sobre o Lincoln Red Imps, mas queda diante do Raków. Já nas preliminares da Liga Europa, passaram por HJK Helsinque e Olimpija Ljubljana. A experiência continental vale demais.

O Qarabag conta com o treinador mais longevo das competições europeias. E pouquíssimos no mundo tem a perseverança de Qurban Qurbanov, que assumiu o cargo em julho de 2008 e continua por lá, 577 partidas depois. Chegou inclusive a dirigir a seleção do Azerbaijão em paralelo por alguns meses. O treinador não conta mais com o brasileiro Kady Borges, destaque que saiu em janeiro para o Krasnodar. Em compensação, a lista de jogadores do país inclui o lateral Matheus Silva, o volante Júlio Romão, o meia Richard Almeyda e o atacante Juninho. Entre os destaques também estão o meia Yassine Benzia e o ponta Abdellah Zoubir. Obviamente, o elenco também reúne figurões da seleção local, como o lateral Maksim Medvedev e o zagueiro Badavi Hüseynov.

O técnico Per-Mathias Högmo

Häcken

O Häcken é mais um estreante em fases de grupos europeias. Os aurinegros conquistaram o título inédito do Campeonato Sueco na temporada passada. Já seu histórico nas competições continentais se concentrava em fracassos pelas fases preliminares da Liga Europa. Desta vez, a equipe entrou na Champions e passou pelo The New Saints, mas acabou surpreendida pelo KÍ Klaksvík. Pelo menos o atalho para a Liga Europa teve sua serventia, sem tomar conhecimento de Zalgiris Vilnius e Aberdeen. Diferentemente da maioria dos concorrentes, o Häcken está na reta final de sua temporada doméstica. A equipe briga pelo bicampeonato, na terceira colocação do Sueco, só dois pontos atrás do líder Malmö. Tal embalo na liga nacional pode garantir um time mais quente na LE.

O Häcken tem um treinador interessante, o veterano norueguês Per-Mathias Högmo. Chegou a dirigir o Rosenborg e o Tromso nas competições europeias, enquanto seu maior momento foi o ouro olímpico com a seleção feminina da Noruega, nos Jogos de Sydney em 2000. O comandante treina os aurinegros desde 2021. O Häcken ainda lidaria com mudanças provocadas pela janela de transferências, a ponto de perder Bénie Traoré e Ibrahim Sadiq, destaques da equipe no Campeonato Sueco. Continuam entre os protagonistas o zagueiro Even Hovland, o volante Samuel Gustafson e o meia Mikkel Rygaard. Entre os reforços mais recentes, o zambiano Edward Chilufya e o tunisiano Amor Layouni atuam por suas seleções.

Molde

O Molde mantém certa assiduidade nas competições continentais. Chegou a pintar nas oitavas de final da Liga Europa em 2020/21, enquanto também disputou a Conference League na temporada passada. As campanhas de sucesso no Campeonato Norueguês facilitam os atalhos para os alviazuis, que nesta temporada mais uma vez iniciaram seu caminho na Champions. Quase o Molde alcançou a fase de grupos da LC pela primeira vez em mais de duas décadas, ao derrubar HJK Helsinque e KÍ Klaksvík, mas acabou perdendo os dois compromissos finais diante do Galatasaray. O time segue na disputa do Campeonato Norueguês de 2023, na reta decisiva. Entretanto, desta vez o título não deve vir. O Molde chegou a frequentar a zona de rebaixamento nas primeiras rodadas e agora ocupa o quarto lugar, mas a oito pontos do líder Viking. Precisará de uma grande reviravolta, o que é difícil com apenas mais nove rodadas pela frente.

O técnico do Molde é Erling Moe, figura histórica do clube que ocupou o cargo de assistente a partir de 2007 e foi promovido ao posto principal em 2019. Chegou a ser auxiliar de Ole Gunnar Solskjaer em períodos longos e agora supera as 200 partidas com os alviazuis. David Datro Fofana, vendido ao Chelsea e atualmente no Union Berlim, foi a grande venda em relação ao último time campeão. Entre os destaques na atual temporada estão o lateral Martin Linnes e o meia Magnus Wolff Eikrem. Os veteranos Fredrik Gulbrandsen e Veton Berisha são outros dois que podem dar uma mão. Já o talento que mais chama atenção é o meia Emil Breivik, que despontou como revelação na atual campanha e ganhou sua primeira convocação à seleção local.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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